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The Last Story - Antevisão

Mais do que uma grande estória.

Das duas horas que passamos com The Last Story conseguimos chegar ao primeiro grande combate. Sendo um "boss" bastante acessível, o mesmo serviu para demonstrar que o elemento estratégico em tempo real será fulcral em conjugação com o cenário. Para derrubarmos a criatura tivemos de recorrer a todos os elementos do "gameplay" que nos foram apresentados, especialmente uma técnica denominada "slash" que permite à nossa personagem sair de um ponto de abrigo e empunhar a espada enquanto avança rapidamente na direção de um inimigo para o golpear com severidade.

Ainda que os colegas de equipa possam usar magias e curar elementos da party atingidos, a nossa personagem terá um papel decisivo na recuperação da vida daqueles que possam perder a vida em combate, embora haja também uma limitação no uso das curas por capítulo.

Outra particularidade das batalhas diz respeito à possibilidade de se usar o arco para atingir objetos e inimigos distantes. Ao usarem o "crossbow" a câmara transita para uma perspetiva na terceira pessoa e permite que ataquem alvos, podendo mais uma vez usar pontos passíveis de destruição no cenário para atacar inimigos ou derrubar ligações como pontes ou pilares.

A componente estratégica do combate será essencial e juntamente com a liberdade de atuação numa vertente mais orientada para a ação e aplicação de ações, golpes ofensivos e defensivos em certos momentos, ditará a especialidade de The Last Story, que revela assim uma dinâmica mais apelativa. Se o combate com o primeiro grande boss do jogo deixou bons sinais, não conseguimos deixar de imaginar que outras surpresas estarão reservadas para diante.

Em termos narrativos, o pouco tempo que tivemos com o jogo não nos permitiu aprofundar os conhecimentos sobre as personagens, plano temporal e espacial, senão de uma forma introdutória e superficial. No entanto, o que vimos nas duas horas de jogo foi suficiente para perceber que Zael, o protagonista e herói, terá uma relação profunda e importante com uma jovem de longos cabelos chamada Calista. Ele conhece-a quase por sorte numa cidade densamente povoada. Calista quer abandonar o castelo de vez. Desconhece o mundo exterior e sente uma vontade tremenda de partir para a sua descoberta, confessa ela a Zael num encontro entre os dois sob a claridade da lua numa noite límpida.

Logo aí percebemos como o jogo ribomba Sakagushi pelos poros nas cenas animadas cuja envolvência emocional é uma garantia. Zael é juntamente com outros camaradas um mercenário. Em conjunto dedicam-se a recolher e descobrir tesouros, atacando para lá das margens territoriais onde há segurança. Aliás, assim que começarem o jogo a primeira fase compreende um desses confrontos para lá das linhas seguras.

A party é divertida, sui géneris e repleta de idiossincrasias mais ou menos clichés, mas bem concebidas. Zael é o herói. Ele detém um poder especial e as suas memorias terão factos úteis que serão dilatados a seu tempo. Syrenne é a mais hilariante. Como os outros, encontra no bar da cidade o espaço perfeito para retemperar energias enquanto bebe uns copos, aparentemente para lá da conta . Yurick é a figura anti-social por definição e Lowell e Dagran partilham mais pontos de semelhança com o espírito de Zael. Muito contarão eles.

A narrativa encontra-se dividida por capítulos. Em cada capítulo há missões principais e side quests a cumprir. Algumas cruzam-se com o arco narrativo principal como a fuga que terão de realizar pela cidade segurando a mão de Calista enquanto fogem da guarda real. Outra vez terão de "assaltar" um forte na mão de bandidos que se aprisionaram de medicamentos para os venderem a preços exorbitantes, limpando o cebo ao cabecilha do grupo.

Há um aplaudível cruzamento entre as missões proporcionadas pelos protagonistas e outras desenvolvidas em função dos contactos e das conversas que forem mantendo com os NPC. The Last Stroy compreende ainda uma experiência multiplayer para um jogo cooperativo, mas uma vez que nos centramos na vertente singular do jogo, relegaremos detalhes sobre a opção para a versão final.

Em termos visuais, The Last Story convive bem e até se destaca em determinados momentos com outras propostas para a plataforma. A caracterização das personagens é relevante e desde as personagens, passando pelos cenários e componente de ação o equilíbrio e atenção posta no desenvolvimento demonstram que a Mistwalker e Sakagushi levaram muito a sério o jogo. A transição do dia/noite não é tão tocante como em Xenoblade, mesmo assim, a cidade que vimos inicialmente no jogo, parece ter uma melhor caracterização. A vertente sonora, saída da batuta de Nobuo Uematsu irá seguramente fazer as delicias dos fãs que acompanham desde longe os seus trabalhos.

The Last Story é um role play de ação altamente promissor. Sakagushi quer fazer deste jogo um contributo que cimente essa mudança nos role play nipónicos. Xenoblade ainda espelha uma fantástica concretização de novas ideias. The Last Story não lhe ficará atrás e para os amantes destes jogos que são autênticas narrativas polvilhadas de desafios, esta obra poderá entrar para o que de melhor o seu autor dirigiu até hoje. A seguir atentamente após 24 de Fevereiro.

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