Heavy Rain: The Origami Killer

David Cage, afirma que Heavy Rain é um jogo para um vasto público e não para um nicho de mercado, embora seja um jogo que possa criar admiração em alguns. Coisas a que estamos habituados em jogos, em Heavy Rain é deixado de lado. Conforme afirma, "Em Heavy Rain não iremos poder conduzir veículos, usar armas, ou mesmo resolver puzzles de uma forma activa." A ideia subjacente parece a de termos uma história actual, credível, como Cage afirma "Aqui não existem super heróis, com poderes sobrenaturais, aqui é uma historia do nosso dia a dia."

Algo como pegar numa arma e andar com ela pela rua, ou pegar num carro como em GTA e simplesmente andar à sorte, em Heavy Rain esse tipo de acções não faz sentido. O uso dessas acções, só é feita de acordo com o contexto, "onde faça sentido." usando as palavras de Cage.

Para finalizarmos esta demanda psicológica e emocional, apenas fechamos com chave de ouro. Quebrando com tudo e todos, em Heavy Rain se chegarmos a morrer, o jogo não acaba, conforme David Cage explica, "Podemos voltar e efectuar o loading mais recente, mas não é isso que queremos, e quando jogarem não vão querer fazer isso, vão querer continuar na vossa história." Ok, ficámos convencidos.

Falemos um pouco da sua componente gráfica e artística. Foram usados motion capture para todas as personagens, com um sistema criado de raiz pela Quantic Dream. Quem não se lembra do “The Casting”, uma demo técnica onde a actriz francesa Aurélie Bancilhon, desempenha um papel de alguém que comparece a um casting, e efectua uma representação viva, com emoção e dramática. Tudo isso foi, apenas o principio.

Estamos a entrar na era dos actores virtuais, e Heavy Rain é neste momento o expoente máximo a esse respeito. O realismo dos gráficos em conjunto com o realismo das personagens, do seu desenho, dos seus movimentos, e um guião credível tornam tudo demasiado acima do esperado.

Ficámos impressionados com a qualidade dos modelos das personagens, com um detalhe incrível, e extremamente real. A preocupação com o detalhe é de tal maneira elevado que até os olhos são recriados usando uma tecnologia de motion-capture, que consegue analisar a movimentação dos olhos e representá-los de forma extremamente real. E estamos apenas a falar da movimentação, pois o design, o efeito da humidade nos olhos, a sua ligação com o resto do rosto, é incrível. E reparem que ainda só falamos dos olhos.

Em síntese, podemos contar com "Soft-Shadows" como nunca antes vimos, com efeitos e filtros de luz fantásticas, com texturas de uma elevada qualidade, e uso de sistema de partículas, que recria o pó, de forma real, e brilhante.

Salientamos que não existem nenhuns loadings na acção, a entrada nas habitações e compartimentos, tudo é feito de forma imediata, não permitindo quebrar a acção.