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Resident Evil: Operation Raccoon City - Antevisão

Recontar a origem do mal.

Rodeado de zombies ou elementos das forças governamentais e de elite a nossa personagem poderá efetuar um conjunto de golpes "melee" com visível desenvoltura, esmurrando os adversários num esforço físico vigoroso mas eficaz ao ponto de neutralizar a ameaça. Há munições espalhadas pelo chão. As armas deixadas pelos rivais podem ser recuperadas e substituídas por outras com mais munições, assim como podemos acumular diferentes tipos de explosivos como granadas de deflagração ou gás neutralizante. O ritmo quase frenético da ação confunde-nos por vezes com demais jogos como Left 4 Dead ou Gears of War. Na prática, há elementos de ambos. Por um lado no sistema de cobertura que permite encontrar espaço de refúgio para tratar da saúde e gerir eventualmente a arma eleita para atacar no momento seguinte, por outro lado na reserva de especialidades para as quatro personagens que atuam como uma equipa.

Antes de entrar numa missão o jogador terá de escolher quatro personagens de um total de seis tipos de soldados, cada um com características exclusivas passíveis de melhoramentos à medida que acumulam pontos de experiência no final da missão. Haverá então um elemento com propriedades curativas, um outro capaz de se infiltrar mais facilmente nos espaços, um batedor e uma espécie de rambo cuja característica principal é proporcionar fortes rebentamentos e grandes disparos de proximidade. A articulação de diferentes propriedades em quatro jogadores ligados em rede não só porá em evidência diferentes personalidades, mas também um conjunto de movimentos e ações diversificados cuja utilidade será decisiva.

Fantástica produção cinematográfica.

Por aquilo que vimos cada personagem conta com vários upgrades para as características dominantes. Os níveis superiores de um upgrade exigem mais pontos de experiência até que sejam desbloqueados, mas também haverá mais alternativas de poderes especiais. Antes de entrar para o combate o jogador só poderá escolher um poder especial. De resto poderá selecionar também uma arma principal e secundária que poderá ser ou não similar à dos colegas.

A atenção dada aos colegas de equipa é fundamental, pois só poderão prosseguir no final de uma área para a zona seguinte se todos os elementos da equipa USS estiverem presentes. Convém igualmente ter atenção aos colegas infetados. Depois do vírus se propagar em virtude de um ataque eficaz de um zombie a visão tende a ficar turva, de cor algo azulada até que a personagem, se não for recuperada por um dos colegas, acabará por se transformar num zombie podendo ser aniquilada do mesmo modo por que são tratados os infestados. Tendem, de resto, a abundar latas de spray que restauram a saúde, assim como as típicas ervas que servem para o mesmo efeito.

Outro elemento característico do gameplay é a propagação de sangue como fator de atracão dos zombies. Se forem alvejados por um inimigo e sangrarem na proximidade de criaturas mutantes, correm o risco de ficarem não só cercados, mas também despertam o olfato que há neles. Nesse momento e perante o desatar a correr dos zombies fica mais difícil sobreviver à ameaça. Manter a distancia através de golpes melee é uma boa solução, mas se ficarem sem munições e granadas no meio de um violento ataque de zombies, não terão grande margem de fuga.

Depois podem sempre fazer rebentar latas de produtos inflamáveis, arrastando para as chamas os corpos diletantes até acabarem consumidos pelo fulgor da chama que clareia o cenário. O sistema de pontaria e disparo revela-se eficiente. Apertando o gatilho de mira ficamos com o alvo mais próximo e enquadrado para uma liquidação imediata. Mais flexível e dinâmico, o sistema de combate revela-se eficaz e altamente gratificante à medida que avançam na campanha. O convívio com os restantes camaradas obriga a manter coeso o trabalho de equipa. Só juntos e vivos podem os elementos da USS passar à fase seguinte.

A campanha levará o jogador a percorrer cruzamentos com outros jogos da série, mas conta com o seu espaço e alargará o contexto que é também o ponto de partida para este jogo. Alguns momentos surpreenderão e depois ainda sobra toda uma dimensão sonora que embora bastante diferente de outras edições tem, por exemplo na passagem pela sonata Moonlight de Beethoven a primeira vez que se liga um tema clássico consagrado com o massacre de zombies.

Compreende-se que os fãs tenham ficado apreensivos a princípio com a decisão da Capcom em provocar um desvio colossal no gameplay da série RE com este Operation Raccoon City. Sendo que o objetivo passa por fabricar um produto diferente, abrindo uma nova janela na estrutura da série para uma audiência cansada dos pesados comandos herdados dos clássicos da série e de certo modo no horror que está associado, parece-nos que a Slant Six Games foi capaz de perceber a missão para este enxerto. O que vimos é suficiente para chegar à superação do desafio. Apesar de haver pouco de RE tradicional, Resident Evil: Operation Raccoon City conta e injeta uma nova abordagem na série e outros argumentos que revelam uma impressionante solidez no modo cooperativo em rede e uma marca no recontar das origens da série, o que nos leva a perspetivar a versão final com natural otimismo.

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