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Alan Wake

Preso no próprio enredo!

Considerando a construção dos níveis, vislumbra-se o prosseguimento da acção através da dicotomia “run and gun”. Numa fase, o jogador deve percorrer um espaço que vai desde um carro acidentado até uma estação de serviço. O segmento é vasto e linear, embora seja de considerar, pela dimensão da secção, que o jogador não esteja assim tão limitado em termos de opções para alcançar o destino. Nesse espaço, a personagem irá recolher preciosos e imprescindíveis objectos, como uma pistola de sinalização, (disponíveis nas embarcações e em zonas escuras para marcar presença, já que os “flash” alumiam por bastante tempo), holofotes, baterias e munições, tudo para utilizar com parcimónia.

Apontar e disparar é uma tarefa destinada aos gatilhos esquerdo e direito respectivamente. Contudo, os produtores deixaram bem claro que Alan Wake não é nenhum oficial do exército, pelo que a sua experiência com armas é praticamente nula, devendo isso reflectir-se nalguma lentidão natural de quem está, de momentos, numa situação de risco imediato. Esse mecanismo de confronto foi, por isso, alvo de alterações. Desde logo a mudança da corrida para os disparos opera-se com alguma lentidão, e mesmo que esteja garantido um rápido carregamento de munições, uma falha neste processo implica uma avaria e atraso subsequente em toda a operação. Ao princípio a pontaria é deficiente, mas com familiaridade e com tempo chegarão os melhores resultados.

Minas em Bright Falls. Atenção aos alviões.

No final é importante manter sempre uma certa distância para com os inimigos, já que as hipóteses de sobrevivência para Wake estão garantidas enquanto não for atacado por mais de três vezes. Terá sempre à disposição um movimento rápido de desvio, para evasão diante de um grupo mais forte de criaturas. O comportamento destas é particularmente perturbador já que tendem a vaguear pela escuridão da floresta e muitas vezes em grupo, o que torna o processo de fuga complicado.

Esta lide com as ameaças constantes dos inimigos, que se aproximam com rapidez, apanhando, por vezes, a personagem sem munições e desprevenida, torna-se dramática e quase desesperante. A determinado ponto irão descobrir um gerador junto de uma zona escura, desprotegida de luminosidade e à medida que percorrem esse caminho, as criaturas sombrias rastejam de imediato, aguardando por um momento menos conseguido para desferir uma estocada. Eis que atingem o gerador e clicam no botão que deverá aclarar a área, mas a velha máquina, para infelicidade do protagonista, não engrena. Numa última investida, mais uma tentativa para colocar o aparelho a funcionar. Uma luz amarela desponta instantaneamente, salvando a personagem e destruindo os inimigos que se encontravam a meros centímetros de distância.

A vida nem sempre é como queremos. Alan sabe disso.

A apresentação e design impressionam, propondo um ambiente algures entre o etéreo e o realista. Um atractivo fundamental reside na descrição segura e minuciosa dos locais onde ocorre a trama. Cada objecto reconhece-se e tem autenticidade. Dos veículos, ao estilo urbano e arquitectónico da zona, à vegetação, a correspondência é gritante, favorecendo a queda a pique do jogador para um ambiente onde a luminosidade natural na região é descrita de forma assertiva, passando pelos animais e pelo estilo de vestir das pessoas, bem como a pronuncia dos habitantes residentes.

Outro ponto assinalável é a forma como a perspectiva de jogo flui e pactua com uma tendência cinematográfica, de um modo desconcertante em alternativa a uma colagem mais rotineira. Este aspecto não releva particularmente nas fases em que o jogador se empenha em actividades mundanas, investigando o interior de uma casa abandonada, mas quando toca a romper pela acção, essa vertente de imediato entra em cena.

Até que ponto Alan Wake atingirá sucesso dentro da categoria de um “thriller” de acção psicológico, sobretudo sabendo-se que este é um título há muito anunciado e por várias vezes adiado, sendo as informações disponibilizadas em regra de economia máxima, é algo que terá de se concluir num momento mais oportuno. Com lançamento previsto para Maio próximo e agora num exclusivo Xbox 360, valerá a pena a espera.

Alan Wake chegará à Xbox 360 a 21 de Maio na Europa.

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