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PlayStation

O início de uma nova era.

Enquanto que a SEGA preparava-se para lançar o seu Mega-CD, uma expansão para a Megadrive, a Sony e a Nintendo trabalhavam juntas num sistema que utilizava tecnologia CD-Rom, no entanto a Nintendo começava a ficar de pé atrás. A Sony seria a detentora dos direitos do fabrico da sua tecnologia, era ela que iria distribuir e editar os cds, e a Nintendo estava a ver isso com maus olhos, pois a Sony seria a grande beneficiada com esta parceria. A discussão entre as duas empresas relativamente a royalities era constante e a Nintendo em segredo começava conversações com a Philips para ver se eles estariam interessados em desenvolver o tão ambicionado acessório.

Estávamos em 1991, no evento CES, altura em que a Nintendo deveria anunciar a parceria entre a Sony e a Nintendo, quando surpreendentemente a Nintendo anuncia ao mundo que está a trabalhar com a Philips numa tecnologia CD. Este acordo iria mais ao encontro do que a Nintendo pretendia, tendo esta agora controlo total sobre os produtos que seriam lançados pela companhia holandesa.

Imaginem a cara de Kutaragi quando teve que falar pessoalmente com o presidente da Sony, Horio Ohga, e lhe disse que tinham sido traídos pela Nintendo. Talvez tenha sido esta traição que fez com que a Sony ganhasse força para entrar na indústria de videojogos.

Kutaragi achava que a sua equipa já tinha adquirido conhecimentos suficientes e que a Sony poderia criar a sua própria consola. Ohga, ouviu o que ele tinha para dizer e ao invés de ter encontrado aqui uma boa oportunidade para desistirem de uma ideia que achava que não traria bom nome para a companhia, sentiu o seu orgulho ferido, e disse para Kutaragi criar então aquilo que tinha em mente.

Com o aval do presidente, Ken Kutaragi tinha agora a oportunidade de mostrar ao mundo uma consola como nunca antes se viu. Inicialmente a Sony tinha nos seus planos uma consola que conseguisse ler quer os jogos de cartuchos da SNES, quer os jogos em CD-Rom, mas a ideia foi rapidamente abolida.

A Nintendo ainda tentou impedir que a Sony lançasse a PlayStation no mercado norte-americano, alegando que a companhia tinha quebrado um contracto e que estaria a utilizar o nome PlayStation indevidamente, uma vez que o nome pertencia à Nintendo. O tribunal acabou por indeferir todas as acusações da Nintendo contra a Sony.

A primeira PlayStation era compatível com os cartuchos SNES e jogos em CD-Rom. Ainda foram construídas 200 mas acabaram por ficar nas linhas de montagem.

Entretanto a Sony preferiu esperar pela próxima geração de consolas e pela consolidação do CD-Rom como media no mercado. Na altura começavam a aparecer os jogos de PC em CD-Rom e em 1993 a Sony anunciou então ao mundo que estava a trabalhar numa consola de 32- Bit que se chamava PlayStation X, ou somente PSX, com o CPU da consola a ser desenhado pelo próprio Ken Kutaragi. Pouco tempo depois a Sony formou um novo departamento, em conjunto com a Sony Corp e a Sony Music Japan, a Sony Computer Entertainment Inc.

Naquela altura pairava no ar um certo cepticismo quanto ao sucesso da Sony. Seria a Sony capaz de criar uma consola de jogos de sucesso? Até mesmo dentro da própria empresa havia pessoas divididas. Havia quem apoiasse esta nova aposta mas também quem olhasse para ela com desdém e desconfiança. A Sony para a indústria era uma novata. Uma empresa que se iria meter por entre duas grandes gigantes bastante enraizadas na indústria dos videojogos.

A companhia de Kutaragi sabia que não ia ser pêra doce agradar à industria de videojogos, mas o pai da PlayStation tinha um trunfo na manga.