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Microsoft Gaming e a alvorada de uma empolgante nova era

A Xbox não é uma consola, é um ecossistema.

Image credit: Xbox

A Microsoft voltou a investir do seu bolso aparentemente sem fundo para perseguir o objetivo de alcançar a grandiosidade. Ao comprar a Activision Blizzard King, a dona da Xbox investiu perto de 66 mil milhões de euros de uma só vez para conseguir avançar vários anos no seu plano de transformar o nome Xbox num ecossistema. Para trás ficam os dias em que Xbox significava uma consola e pela frente temos tempos com um mar de estrelas e infinitas possibilidades num oceano de dispositivos.

Os fóruns e as redes sociais podem-te fazer crer que este negócio é para a malta dos 301€, mas a verdade é que a compra da Activision Blizzard é parte de uma estratégia muito mais grandiosa e empolgante para a Microsoft Gaming. Trata-se de um forte passo para a criação de um ecossistema de maior alcance, capaz de elevar a Microsoft para a tão desejada posição que lhe permitirá tornar-se para os videojogos o que a Netflix se tornou para o entretenimento não linear.

Videojogos de grande renome e popularidade disponíveis através da mais ampla gama de equipamentos alguma vez vista por uma fabricante de consolas, com uma acessibilidade e facilidade de transição que poderá revolucionar esta indústria. Hoje tens um pequeno vislumbre disso, com a xCloud e a partilha de progresso, mas muito em breve essa realidade será de uma escala superior, com a possibilidade de se elevar para novos patamares. Especialmente com o segmento mobile e ao levar jogos Xbox a jogadores que hoje em dia nem sabem o que é uma Xbox.

Sim, temos de pensar nos efeitos práticos que isso terá para o consumidor que já está no bolso da Microsoft Gaming, e são muitos. A possibilidade de assistir ao regresso de séries emblemáticas e assistir a parcerias entre diversas séries Microsoft e Activision são algumas delas, mas a mais aplaudida é a disponibilidade destes jogos no Game Pass. O serviço por subscrição que tanta popularidade trouxe para a marca surgiu num momento em que procurava uma identidade mais firme e energética, e tornou-se na alma do negócio.

Sejam novos lançamentos ou clássicos que estão no catálogo, é fácil imaginar uma centena de jogos Activision Blizzard King a chegar ao Game Pass nos próximos meses. Representará um fenomenal acréscimo ao valor do serviço e mesmo que os preços aumentem nos próximos meses, pagar 200 ou poucos mais euros anuais pelo futuro Game Pass será algo que qualquer subscritor atual aceitará sem qualquer questão.

No entanto, é quase impossível olhar para este negócio e não ir além da consola Xbox, pensar no ecossistema Xbox e como os planos de expansão para o mobile vão transformar por completo o que é hoje a Xbox. A Microsoft Gaming continua a expandir o alcance do seu serviço, hoje em dia a face da sua divisão de videojogos, para que mais pessoas possam ter acesso aos seus títulos. Phil Spencer é um dos maiores defensores disto, da expansão para o mobile. Seja com a King e esforços como Candy Crush ou com Call of Duty Mobile, sem esquecer a futura loja Xbox Mobile, é impossível não sentir aquela empolgante curiosidade sobre o que a Microsoft vai trazer para esta indústria.

Mais do que isso, é intrigante pensar no importante papel que a Microsoft terá na transformação desta indústria nos próximos anos. Sim, a companhia já tinha essa ambição, de encaminhar a indústria para a direção que deseja, de a moldar ao seu gosto, mas agora, com séries como World of Warcraft, Diablo, Call of Duty e Crash Bandicoot nas mãos, é um leque de possibilidades quase infinitas. Mesmo que penses somente na simples consolidação de versões, funcionalidades ou progresso num jogo presente em diversas plataformas, a Xbox poderá ser a primeira companhia a conseguir uma sintonia perfeita em jogos disponíveis em várias plataformas, removendo muito do atrito que hoje em dia incomoda muitos jogadores.

Sim, falo daquele simples conceito de jogar o mesmo Crash Bandicoot em diversos dispositivos e não ter de dividir a minha atenção e tempo por vários, de acordo com o dispositivo que está ao meu alcance num determinado momento do meu quotidiano. A possibilidade de, por exemplo, jogar na consola/PC/TV via Game Pass o mesmo jogo Crash Bandicoot cujo progresso vou continuar quando estou fora de casa no dispositivo mobile é algo tão simples, mas tão empolgante de imaginar. Simplificação e consolidação com iguais oportunidades de acesso ao mesmo jogo em vários dispositivos. Até parece simples. É como dizer que a Xbox conseguirá, sem criar mais dispositivos, ter o mesmo efeito que a Nintendo tanto se esforçou para ter com a Switch.

A Microsoft conquistou com a força do dinheiro uma posição incrivelmente vantajosa para moldar esta indústria, para traçar o seu caminho sem precisar de mais ninguém. Com os estúdios e propriedades que estão nas suas mãos, a Xbox tornou-se numa companhia que podia gerir o seu serviço somente com os jogos dos seus estúdios internos e não teria falta de lançamentos de elevada popularidade. Que futuro incrível.

O regresso de séries como Guitar Hero, numa experiência que pode ser jogada em diversos dispositivos com progresso partilhado (guitarras de plástico no PC e consolas, ecrã tátil no mobile, por exemplo), novo lançamento Tony Hawk, um Pitfall para a era moderna, talvez até um novo Tenchu, tornam-se possibilidades que, nas mãos da Xbox, podem receber conteúdos exclusivos em parceria com outras séries Microsoft. Master Chief no novo Tony Hawk? Músicas de séries Xbox no novo Guitar Hero? A sintonia criativa entre os Xbox Game Studios vai certamente explodir nos próximos anos.

Além disto, podemos imaginar novos jogos a transformar por completo séries já estabelecidas. Imagina um novo Call of Duty inspirado por Remnant 2, a chegar na forma de um jogo de ação e tiros na terceira pessoa num híbrido com action RPG. Seria algo totalmente impensável na era da Activision, mas que poderá servir para a Xbox expandir a série. Na falta de melhores exemplos, personagens Overwatch como convidados num novo Killer Instinct? É tão fácil pensar em possibilidades.

A Microsoft Gaming tem nas suas mãos o potencial para criar um futuro maravilhoso, no qual o ecossistema Xbox se torna num dos nomes mais populares e visíveis na indústria dos videojogos. Está nas mãos dos seus executivos conduzir-nos ao longo dessa estrada. Por enquanto, apenas podemos sorrir com o potencial.

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