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OnLive

Pode o serviço revolucionário destronar as tradicionais plataformas?

Os utilizadores que disponham de um computador do tipo Windows ou Mac, independentemente da capacidade de processamento, só precisam de utilizar a habitual ligação à internet e pagar uma subscrição, não se sabendo, para já, qual o preço a pagar pela utilização do serviço. No que respeita à qualidade da ligação à internet, qualquer uma acima de 1,5 megas é mais que suficiente para garantir pleno acesso.

No entanto o acesso não está restrito aos computadores. Para pleno usufruto das televisões de alta definição será possível recorrer ao serviço a partir de uma micro consola que opera a ligação à televisão e ao router ou modem de ligação à internet. Além disso, a mini consola dispõe de quatro portas sem fios para a ligação de comandos e duas entradas USB para a ligação de um rato ou outros periféricos.

Para Steve Perlman a disponibilização do OnLive significa que “nós estamos a entregar os últimos grandes jogos, precisamente os que encontram na Target ou Best Buy, no mesmo sistema de lançamento Windows. Mas o que é verdadeiramente fantástico é que não precisam de hardware do topo para jogá-los”. As plataformas físicas perdem preponderância e mais que isso “não precisam de melhorar o equipamento em casa”, acrescenta Perlman. Na verdade é precisamente a partir desta desnecessidade de melhorar os computadores em casa, tantas vezes com custos anuais, que o sistema OnLive pode começar a gerar interesse junto dos utilizadores que perderam a paciência para adaptar a máquina às últimas grandes novidades e que o sistema promete correr. A adaptação e incremento de capacidade do sistema far-se-á do lado do alojador. Os utilizadores só precisam de garantir o equipamento básico.

Nada ficou por acaso e durante a planificação anterior ao anúncio lograram-se contratos com grandes distribuidoras como a Atari, Codemasters, Eidos, Electronic Arts, Epic (estará Gears of War incluído no cabaz?), Take Two, THQ, Ubisoft e Warner Bros. Não restam dúvidas que a lista de editoras que aderiram ao sistema é poderosa e certamente ficará à atenção da Microsoft, Sony e Nintendo, que, por enquanto, mantêm os seus exclusivos ao largo do sistema. Mesmo assim um novo competidor entra em cena e certamente merecerá toda a atenção dos 3 líderes nos próximos tempos, quando a beta à porta fechada do OnLive passar a pública, para utilização de demonstrações durante o Verão, e arrancar em definitivo no final do ano.

O controlador sem fios é opcional. Um headset também será disponibilizado.

Desconhece-se para já qual o preço a pagar pela utilização do sistema, sabendo-se no entanto que haverá um custo básico por uma subscrição mensal estando depois associados custos acrescidos para o caso dos utilizadores pretenderem um acesso temporário ou definitivo a determinado jogo. Estão igualmente previstas ofertas a períodos de acesso limitado por forma a facilitar aos utilizadores se o título em questão merece realmente a atenção ao ponto de uma compra completa. Mas enquanto que o OnLive é um projecto encantador e potencial transformador na forma como se acede aos jogos, ainda permanecem imensas dúvidas de cariz técnico e se a estrutura alinhavada em todo este período de preparação está devidamente preparada para entregar uma experiência tão exigente a partir de servidores consumidores de quantidades incríveis de energia e perante uma procura considerável e consistente em determinados períodos do dia sem proporcionar qualquer quebra.

Ainda que a lista de editoras comprometidas com o serviço OnLive seja suficientemente sólida e coesa na projecção de jogos que representam a evolução da indústria, até do ponto de vista da utilização em multijogador, certo é que o distanciamento da Sony, Microsoft e Nintendo para com o novo serviço será por si suficiente para até ao final da presente geração não sair beliscada a normal produção e distribuição de consolas e jogos em formato físico dentro dos moldes estabelecidos.

Numa perspectiva realista e imediata o sistema OnLive começará por se situar como um parceiro das consolas domésticas, sobretudo pelos antigos utilizadores do PC que perderam o interesse em renovar as máquinas perante requisitos mínimos mais elevados para correr as últimas grandes novidades. Haverá uma entrada em circulação deste enorme sistema já a partir do final tendo como substrato um nicho de adeptos interessados nos recursos imediatos do sistema, mas mais que isso entrará em vigor um medidor contínuo das preferências dos jogadores com todo o conjunto de dados sempre úteis para as editoras, entre outras metas, como a diminuição da pirataria e menos gastos em termos de distribuição, suficientes para compreender de modo mais claro outra forma de progredir quanto à distribuição dos produtos. Se será suficiente para começar a destronar a primazia dos fabricantes de consolas é algo que só o tempo dirá. E ainda que posicionado numa perspectiva bastante ambiciosa é demasiado cedo para apurar se o sistema conseguirá garantir na perfeição as metas com que se candidatou.

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