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Ninja Gaiden 3 - Antevisão

Ryu Hayabusa está de volta.

A série Ninja Gaiden da Tecmo é já uma veterana dentro dos videojogos de ação. É verdade que ganhou um alento renovado em 2004 com a incursão na Xbox, mas as suas origens são muito anteriores a isto, o primeiro título foi lançado nas arcades e na saudosa NES em 1988, seguindo-se uma primeira trilogia que terminaria em inícios dos anos noventa. Quando anos depois a Team Ninja apresentou a versão moderna de Ninja Gaiden, a critica foi unânime a aplaudir as novas mecânicas adaptadas a um ambiente 3D, assim como os jogadores exaltaram o nível geral de desafio proposto pelo jogo. Era um "hack and slash" "old school", mas com um visual surpreendente e uma jogabilidade adaptada aos tempos modernos.

Parti para este primeiro contacto com Ninja Gaiden 3 com as palavras de Yosuke Hayashi em mente, de que este seria um jogo mais concentrado na personagem de Ryu Hayabusa e suas motivações. Basicamente o produtor da Team Ninja prometera que seria revelado mais sobre o homem por detrás da máscara, o lado mais humano do assassino. O jogo começa bem assente nesta premissa, mas depois em termos de mecânicas parece se afastar dela drasticamente, mas já lá vamos.

Ninja Gaiden 3 apresenta-se com um grupo de terroristas a encenar um ataque em Londres para atrair a atenção de Ryu, e sem perder muito tempo saltamos para a ação a partir de nada mais, nada menos, que do topo do Big Ben. Depois de um pequeno "flashback" em que Ryu se recorda do que o levou até Londres, o jogo atira-nos para o meio de um grupo de terroristas altamente armados, e que nos expõem ao elemento principal de Ninja Gaiden, o combate.

Visualmente o combate está espetacular, as consequências dos nossos golpes são notórios com a espada a trespassar os inimigos durante os combos, e todo o sangue a esvoaçar cobrindo o chão e os braços de Ryu com um manto vermelho. Os golpes são bastante simples de executar, com as execuções a funcionarem num sistema dinâmico onde temos que pressionar determinada tecla rapidamente. O sistema de target é automático, e apenas pressionando repetidamente dois botões de combate conseguimos combos de belo efeito. Parece ser o standard nos dias de hoje, os produtores tornam mesmo os golpes mais simples em cenas de grande espetáculo visual para que o jogador se sinta automaticamente "poderoso".

O controlo de Ryu e as mecânicas de combate estão então já bastante fluidas, mas achei este primeiro segmento demasiado "scripted". O cenário retrata uma zona do centro de Londres, mas não nos dá qualquer tipo de escolha em termos de navegação, temos que eliminar todos os inimigos de uma área, e só depois podemos avançar para a área seguinte onde temos mais um grupo de adversários para eliminar.

Claro que este segmento funciona como um tutorial e por isso não nos poderia oferecer muita liberdade de escolha, porém, houve algo que me irritou imenso durante este segmento. Uma cena ridícula em que um inimigo se rende atirando a sua arma para o chão e pedindo a nossa clemência. Enquanto caminhamos lentamente na direção do dito homem ele vai repetindo que tem família, filhos, e que nunca deveria ter aceitado aquele trabalho. Assim que chegamos perto dele o jogo pára, fiquei à espera, sinceramente queria poupar o homem, dar-lhe uma segunda oportunidade, mas não, o jogo apenas prossegue depois de executarmos o soldado sem piedade, enquanto ele grita e nos acusa de não sermos humanos.

Ora todos sabemos que Ryu Hayabusa é uma máquina assassina, mas julguei mesmo que seria neste momento que o jogo começaria a oferecer alguma escolha para que fossemos nós a definir o tal lado "mais humano" de Ryu. Nem sei porque é que tornaram esta cena jogável se depois não nos dão qualquer controlo, se o objetivo era salientar a agressividade de Ryu, então podiam tê-lo feito de forma automática. Este primeiro capítulo termina com uma espécie de "boss fight" onde assistimos a um estranho evento em que o braço direito de Ryu é amaldiçoado por uma força estranha. Tive alguma dificuldade em perceber a direção narrativa no final deste capítulo de apresentação, isto porque a versão para antevisão ainda se encontrava com a maioria dos diálogos (e os menus) na língua Japonesa. Ainda assim, foi possível perceber que a maldição que cobre o braço direito de Ryu com um estranho corpo vermelho tem uma ligação direta com o gameplay.

Após uma série de golpes bem sucedidos o braço de Ryu começa a brilhar, o que nos permite desencadear um combo especial de grande destruição, dizimando os inimigos ao nosso redor com uma série de golpes automáticos. É necessária atenção à nossa barra de Ki para efetuar os golpes especiais, nomeadamente um ataque ultra poderoso em que invocamos um dragão em chamas para destruir os adversários na área. Encontrar o ritmo ideal entre os golpes normais com a espada, os bloqueios, "dodges" e estes poderes especiais continua a ser a essência do combate em Ninja Gaiden 3.

O segundo e último capítulo desta versão de apresentação leva-nos até à Arabia Saudita, zona que desde logo me impressionou mais tanto a nível estético como no que às mecânicas de combate diz respeito. Uma zona árida que contrasta fortemente com o primeiro ambiente em Londres, envolve partes em que temos que fazer alguns saltos e truques de ginásticas tão comuns nos anteriores títulos da série, e ainda uma apresenta uma nova arma, um moderno arco com mira automática para eliminarmos inimigos à distância.

"Apesar de se notar a evolução das mecânicas de combate e navegação, este segundo capítulo continua a forçar o jogador a percorrer um caminho pré determinado, não permitindo qualquer progresso até que façamos exactamente o que o jogo quer."

Os inimigos também começam a surgir em maior variedade nesta segunda zona, o que nos obriga a adaptar a abordagem dependendo do adversário em causa. Só para dar dois exemplos, tivemos direito a pequenas motas inimigas que deslizavam pelas areias ao nosso redor, e a três estranhos feiticeiros com acesso a um irritante escudo mágico. Apesar de se notar a evolução das mecânicas de combate e navegação, este segundo capítulo continua a forçar o jogador a percorrer um caminho pré determinado, não permitindo qualquer progresso até que façamos exatamente o que o jogo quer.

Visualmente o jogo pareceu-me ainda pouco polido, mas os ataques proporcionam já belos efeitos. Se gostam de ver um festival de sangue então encontraram o jogo certo, aliás, até é algo desconcertante ver Ryu a trespassar um inimigo com a sua espada repetidas vezes e mesmo assim ele continuar a lutar. Sangue por todo o lado e ele continua de pé? Pois… Estranhamente as amputações parecem ter ficado de fora, ainda que os corpos dos adversários pareçam completamente desfeitos depois de derrotados, não foi possível ver os membros a serem arrancados durante os golpes.

Em relação à qualidade da narrativa não posso avançar muito, teremos mesmo que esperar por uma versão em Inglês. Ficámos no entanto com a promessa de um modo multijogador que suportará um modo de 4 vs 4, com a possibilidade de criar o nosso próprio ninja utilizando diferentes peças de equipamento à escolha. Será certamente interessante testar este tipo de modo longe de um formato "shooter", e certamente que o jogo terá a ganhar com isso em termos de longevidade.

Mais uma vez reitero que a versão a que tive acesso parecia ainda bastante incompleta. Sinceramente não gostei da apresentação do jogo, mas as mecânicas do combate estão já bastante competentes, ainda que me parecessem menos exigente do que nos títulos anteriores (dificuldade normal). A nível técnico será sempre um "hack and slash" de excelência, mas fiquei desconfiado em relação à narrativa, cá estaremos mais para tirar as dúvidas na versão final.

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