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À mesa com Peter Moore

FIFA, novos IPs e um pouco de inovação.

Foi durante a Games Convention em Leipzig, que tivemos a oportunidade de nos sentar e conversar um pouco com Peter Moore, presidente da EA Sports. Tivemos a oportunidade também de estar acompanhados pela simpática RP da Electronic Arts Portugal, Isabel Rodolfo. Depois do seu primeiro ano à frente da EA Sports, e após ter deixado a Microsoft, Peter Moore comanda uma das maiores mudanças na Electronic Arts, mais precisamente na EA Sports. Criação de novos IPs, novas sub-marcas, marcam o seu primeiro ano. Esta é a linha condutora da entrevista que se segue.

Eurogamer Portugal Provavelmente os europeus não se lembrarão, mas foi – em tempos – um orgulhoso (e ao mesmo tempo solitário) defensor do suporte online nos jogos de consola. - O seu tempo na SEGA – É agora recompensador, todos estes anos passados, ser responsável por uma marca cujos jogos florescem nessa dinâmica?
Peter Moore

Penso que em 1999, ou seja à nove anos, estávamos a construir a Dreamcast na Sega, e acreditávamos no jogos Online, mas o problema dessa altura era a ligação, que era por telefone/modem, e ouvíamos pelo telefone a ligação, e jogávamos com uma ligação a 56k, na verdade era P2P. Mas mesmo nessa altura, acreditávamos que o futuro dos jogos era o Online. Era muito cedo, mas gosto de pensar o que a Sega fez na Dreamcast, agora as consolas como a PS3 e Xbox360, e mesmo a Nintendo Wii, todas beneficiaram do trajecto iniciado pelo desenvolvimento da Dreamcast.

Eu costumava dizer, e tínhamos uma expressão, “Nós levamos os jogos onde os jogadores vão.”, e os jogadores estavam a ir para o Online. Era muito difícil para a SEGA porque não tínhamos dinheiro, mas também como já referi, a ligação banda larga não existia, e essa foi uma das principais razões que a Microsoft me chamou, pois eles partilhavam a ideia dos jogos online. E estamos aqui agora, onde cerca de 10 milhões de pessoas jogam online. É engraçado olhar para trás, e lembrar como era difícil conseguir colocar os jogos a funcionar. No caso da Dreamcast, havia muito lag, mas conseguimos criar algum software, que fazia adiar o lag, para que não notássemos no comando. Foi muito engraçado, pois conseguimos com que funcionasse.

Eurogamer Portugal Ao mesmo tempo, o jogo em si é também de uma extrema importância, o slogan “if it's in the game, it's in the game” (Se faz parte do jogo, está no jogo) ainda se mostra verdadeiro na maioria das franquias. No entanto, a EA Sports avançou com um novo conceito, “All-play”. Foi um resultado do crescimento do mercado “casual”, uma maneira de reinventar franquias que marcam presença há vários anos, ou um timing “apropriado” em ambas estas vertentes?
Peter Moore

Não. Não é uma reinvenção dos franchises, é uma reinvenção de como o novo consumidor vem para este mercado, quando pretende adquirir jogos de desporto. Os nossos jogos, às vezes são muito difíceis. Pessoas que jogam FIFA, ou NBA já por muitos anos, imediatamente pegam nas novas edições e não sente algo de estranho. Mas se nunca jogaste um desses jogos de desporto, é muito intimidativo, e não sabes o que fazer. E em resultado disso, penso que os nossos jogos, tentam ser mais acessíveis do que os jogos anteriores.

Quando olhamos para a Nintendo Wii, principalmente devido ao mecanismo do comando, é muito difícil termos os mesmos jogos da versão Xbox360 e PS3 na Wii, por isso criamos os jogos All-Play do princípio, para tirar partido do Nunchuck e do comando. E é também uma forma de encarar o jogo mais amigavelmente, para os novos jogadores. Faz também as pessoas saírem do sofá, pegarem nos comandos e se divertirem, são as questões chave na Wii. Os jogos All-play, são também simulação. O exemplo do Madden, que foi lançado a semana passada, tem uma componente simulação forte, mas também coisas divertidas, como as cabeças gigantes e um cinco contra cinco.