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Diablo 3: Reaper of Souls - Análise

Desta vez, o conflito é com a própria morte.

Uma das recompensas transversais ao adventure mode são uns fragmentos conhecidos por Rift Keystone Fragments, que dão acesso aos Nephalem Rifts. Estes portais abrem zonas aleatórias que podem conter vários níveis, monstros e recompensas. Estes são a principal atracção do "grinding" em diablo 3 de momento, e a principal razão para continuar a completar bounties.

A nova classe, o Crusader, vem juntar-se às cinco já existentes, e equilibrar o leque de opções do jogo. Agora existem duas classes cuja "stat" principal é Dexterity, duas com Intelligence, e agora com o Crusader, duas também para Strength. Na prática o Crusader pode ser visto como um mid range character, bastante versátil por poder ser ao mesmo tempo um tank ou uma personagem mais ofensiva. É bastante divertido de controlar, com muitas habilidades de área e vantagens para o jogo em grupo. A única queixa neste campo é mesmo o facto de Reaper of Souls apenas trazer uma classe nova, ao contrário por exemplo do Lords of Destruction para Diablo II, que ofereceu o Assassin e o Druid.

Nunca que vão jogar Reaper of Souls sem sentimento de progressão, algo importante num RPG deste género, e uma das grandes falhas da versão original (vanilla) de Diablo 3. Isto é garantido pelos níveis de Paragon, um tipo de experiência que começamos a ganhar depois de estarmos em nível máximo. Inicialmente, existia uma barreira de 100 níveis, agora essa barreira foi removida, tornando-se interactiva e principalmente transversal a todas as personagens. Esta forma de premiar a dedicação não é apenas funcional, mas visual também, com o retrato das nossas personagens a mudar mediante o nível de paragon a demonstrar o nosso estatuto.

Sempre fiquei preso a sistemas deste género em RPG's, e rapidamente Reaper of Souls me transportou para aquele estado hipnótico de onde vamos matando tudo o que se mexe na perspectiva de progredir. Há algo meritocrático nestes jogos, bem sei que nos dias de hoje se glorifica mais a "skill" versus a qualidade do equipamento, mas há uma magia em gastar 300 horas numa personagem, e usar a nossa mega marreta para esmagar a cabeça de um oponente e dizer aos nossos pares, "eu mereço este poder, queres fazer igual? Trabalha arduamente para isso."

Há ainda assim uma coisa que falta nesta equação, tendo em conta que o PVP nunca vai funcionar adequadamente com este sistema. Falta competição. É certo que o estatuto é já um bom incentivo para progredir, quem não gosta de mostrar aos amigos uma personagem cheia de equipamento lendário e 200 de paragon? Mas isso não chega, não estamos num MMO onde os nossos pares estão sentados ao nosso lado no mesmo espaço.

"Black Soulstone mais poderosa de sempre, com um Diablo que dentro de si teu todos os Evils."

Recentemente, Josh Mosqueira e a sua equipa anunciaram a intenção de incluir Seasons (uma espécie de ladders como em D2 se se lembram), onde criaríamos uma nova personagem para participar. Outra funcionalidade que foi explorada para o suposto 2.1 são os Tiered Rifts, onde a ideia é participar numa série de rifts que vão ficando cada vez mais difíceis, com uma tabela de líderes que revelará quem conseguiu chegar mais longe. Para já são apenas promessas, desculpem a desconfiança.

Ok agora a parte onde Reaper of Souls me desiludiu, e que curiosamente é o aspeto que menos posso discutir numa análise, até para evitar spoilers desnecessários. Vou deixar apenas o meu ponto de partida, e o porquê do entusiasmo para esta primeira expansão. Malthael não é uma figura qualquer, foi o primeiro líder do Angiris Council, e anterior Archangel of Wisdom, conhecido por apreciar todas as formas de vida. Se bem se lembram, no final de Diablo 3 Tyrael tomou o seu lugar já como humano, e depois de abdicar da "pasta" da justiça, uma pista do que estaria para vir.

Malthael não é o único Arcanjo que não simpatiza com os humanos, possuidores de corações mortais e sujeitos à corrupção. Agora, daí até se tornar no anjo da morte e querer acabar com toda a vida no mundo, vai uma grande distância. Em seu poder tem a Black Soulstone mais poderosa de sempre, com um Diablo que dentro de si teu todos os Evils, ou seja, o verdadeiro Prime Evil, como Tathamet foi originalmente.

Outra coisa que me deixou completamente confuso, foi o facto da El'druin, a espada de Tyrael se ter recusado a ferir Malthael. Digo recusado porque foi ela quem protegeu Tyrael e Lorath da primeira investida de Malthael no trailer. A El'druin é conhecida por apenas ferir aqueles cujas acções sejam injustas, ou maus da fita digamos assim. Não sei quanto a vocês, mas acho que isto abriria espaço para muitas possibilidades.

Assim, as perguntas que ficaram para esta expansão são, porquê Malthael, para quê Malthael?, e a mando de quem? Sem dar respostas, direi apenas que o Diablo 3 original é imensamente superior em termos de história, mesmo que tenham matado Deckard Cain assim um pouco "às três pancadas". E se esperam uma cinemática em CGI para o final, esqueçam. Desculpem o spoiler, mas mais vale a chatice agora, que a desilusão no final. Até à próxima expansão.

9 / 10

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