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A caminho de Street Fighter IV - Parte 4

A luta é tudo!

Os segredos e outros conteúdos desbloqueáveis regressaram em força. Como era habitual noutros jogos da série, os jogadores tinham de executar determinadas combinações para usufruírem de equipamentos distintos, aceder ao nível bónus e descobrir Akuma. Infelizmente Shin Akuma permaneceu como exclusivo a controlar pelo computador e era difícil de convocar para um combate, já que se exigia que o jogador tivesse concluído o jogo e usado em cinco combates a técnica Super Art, entre outras exigências que faziam desse combate único uma grande raridade. Alem disso, passou a ser possível determinar a ordem de lutadores a defrontar no desafio contra a máquina. Muitos destes segredos permaneceram por algum tempo à margem dos atentos às arcades e só com a publicação dos códigos de acesso nas revistas da especialidade se massificou a utilização.

Não deixou de ser curioso o escalonamento que a Capcom determinou quando lançou Street Fighter III 2nd Impact. Nessa altura já Street Fighter Alpha 2 andava nas casas de arcade e Street Fighter Alpha 3 foi lançado um ano e alguns meses depois, o que facilitou o acesso de dois jogos com compromissos distintos. Street Fighter Alpha permanecia como um jogo mais técnico e nostálgico, com um assento de jogadores apreciável. Ao mesmo tempo os jogadores podiam tentar Street Fighter III 2nd Impact, um jogo dotado de gráficos acima da média e um sistema de combate novo.

Ken aplica um dos golpes especiais a Sean.

A Capcom mantinha deste modo o interesse em dar cabal resposta as diferentes propensões dos jogadores. Mas era também uma resposta ao destaque dos jogos de luta, de grande dinâmica e projecção no final da década de noventa. Continuava a luta entre os jogos a duas e de três dimensões. Respeitando os princípios da série a Capcom permaneceu fiel ao 2D. Entre os dois títulos em presença simultânea no mercado os jogadores mostraram-se mais fascinados com as múltiplas combinações de Street Fighter Alpha 3. Contudo, a Capcom continuou a trabalhar num novo Street Fighter e viria a fazê-lo em 1999 com Third Strike, o jogo que acabou por alcançar o mesmo patamar de Alpha 3 e que ainda hoje é, para muitos e até à data, o melhor da série.

Street Fighter III 3rd Strike

Lançado em 1999 nas arcades, 3rd Strike é a última parte de Street Fighter III e situou-se como o último grande jogo da série até a Capcom ter anunciado no fim de 2007 o desenvolvimento de Stree Fighter IV. Mas regressamos ao ponto de viragem do milénio para ter em conta o jogo que representou a série Street Fighter nos meandros das duas dimensões, renovando o género e aprofundando um esquema de combate. Desenvolvido a partir do esquema base de 2nd Impact, 3rd Strike introduziu um número significativo de diferenças, alargando a experiência de jogo. Desde logo foram acrescentados mais lutadores como Remy e Q.

Durante nove anos 3rd Strike representou a última grande evolução da série Street Fighter.

Quanto ao esquema de combate na parte respeitante ao “parry” o sistema foi modificado para possibilitar a execução de “block” e “parry” em simultâneo. Por outro lado passou a ser possível executar golpes especiais ainda que a personagem estivesse a bloquear as investidas do adversário. No fundo estes acrescentos e alterações não visaram uma espécie de contra-ataque mas antes uma forma de minorar os danos potencialmente causados pelo adversário e reagir diante de um ataque mais severo.

Além disso os jogadores passaram a ser avaliados por cada combate pela via do “grade judge system”, sendo aplicável nas lutas contra o computador e nas lutas para dois jogadores. Este método de avaliação baseava o resultado final considerando a parte ofensiva, defensiva, capacidades técnicas, uso dos golpes especiais e super arts.

Graças a um sistema de combate melhorado e bastante permissivo quanto ao tipo de estratégias a adoptar, muitos não excluíram que foi necessário lançar dois capítulos para atingir a instância definitiva com 3rd Strike. Conquistando a plena adesão dos adeptos, este jogo em pouco tempo alcançou o patamar de excelência conseguido por Super Street Fighter II Turbo e Street Fighter Alpha 3.

The Beast Vs Justin Wong – por dentro do combate mais mediático e dramático de sempre

Street Fighter III 3rd Strike ficará para sempre associado como o primeiro “fighting game” que proporcionou o combate mais empolgante e impressionante visto até hoje. É sabido que há exímios jogadores de Street Fighter no mundo, capazes das combinações mais difíceis e exigentes. São horas, dias e meses de treino intensivo que se escondem por detrás de tal proeza.

Nesta imagem, Daigo Umehara ao lado de Alex Valle, na final internacional em 1998. Campeão norte-americano e japonês respectivamente. Na luta decisiva, o Akuma de Daigo impusera-se com distinção perante o Ryu de Valle. O jogo utilizado foi o Street Fighter Alpha 3.

Muito capazes e talhados para a pressão que o público sempre fomenta, é nas grandes competições mundiais que se reúne a nata dos especialistas em “fighting games”. Por eliminatórias apura-se o vencedor. Daigo Umehara é japonês, tem 26 anos e é globalmente considerado como o melhor jogador de Street Fighter.

Brian Ashcraft descreve no seu livro Arcade Mania (um reservatório de relevo que perpassa as diversas estruturas por que se compõe e evoluiu o mercado das arcades no Japão) que desde os catorze até aos dezoito anos de idade Daigo jogava Street Fighter II sete horas por dia em média e é o tipo de lutador que ninguém quer encontrar no Tokyo Derby. Ele é mesmo bom e tem sido presença regular no famoso torneio EVO.