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A caminho de Street Fighter IV - Parte 3

Tendo o passado como inspiração, Alpha reinventou a série Street Fighter.

Street Fighter Alpha 3

Em 1998 a Capcom estava dentro de uma fase de autêntica produção de novos capítulos Street Fighter, no entanto e para assegurar uma sequência na evolução do segmento Street Fighter Alpha, concluiremos com Alpha 3 esta terceira parte do especial. E logo com Street Fighter Alpha 3 se alcançou um novo recorde; o de personagens presentes. 28 lutadores e ainda houve tempo para uma versão melhorada que acrescentou mais cinco elevando assim o número definitivo para 33 contendores. Nunca um jogo Street Fighter tivera tantos lutadores à disposição.

Mas houve mais e desde logo uma reviravolta no sistema de combate que mudou por completo tudo o que estava adquirido até este novo percurso. Isto porque os jogadores passaram a escolher para cada personagem um estilo de batalha, conhecido por “ism”, e que se estendia por três opções, ou os três “ism”, sob as formas V, X e Z. O jogador escolheria o sistema com o qual estivesse melhor adaptado. Na prática, a habilidade para cancelar seguindo-se um ataque especial ou normal dependeria do tipo de “ism” escolhido. Este esquema teve maior impacto nos estilos de combate das personagens.

A terceira versão do seguimento Alpha ficou completamente marcada pelos comboismos

O “X-ism” foi, por regra, o estilo de combate escolhido pelos jogadores pouco habituados a este novo método. Na sua génese era bastante similar ao sistema de Street Fighter II especialmente pela disponibilidade para executar apenas um super combo durante o combate, embora de elevado nível. Com o estilo “Z-ism” os jogadores puderam recuperar o esquema básico de combate da série Street Fighter Alpha. Compatível com um maior grau de super combos, excepto na versão custom, tinha a vantagem de facilitar mais movimentos, com uma barra de energia que recarregava mais depressa. Tanto para novatos como para jogadores mais experimentados era uma boa opção.

Por fim o estilo de combate “V-ism”, diferente de qualquer herança Street Fighter II e avançado para Street Fighter Alpha, mas também o mais exigente. Sendo preferido pela lista dos jogadores hardcore, este método não possibilitava super combos, mas a utilização da barra de energia tinha uma utilidade muito similar aos custom combos. Com ataques especiais praticados sem combinação a quantidade de danos causados no adversário é escassa. A única maneira de alcançar a vitória dentro deste quadro de combate é pela execução [obrigatória] dos custom combos, combinações quase impensáveis e de um grau letal para os adversários. Jogadores habituados à execução destas combinações podiam levar os adversários ao tapete só com um custom combo executado na perfeição.

Em termos de estratégia a implementação do “ism” significou praticamente um baralhar das cartas já que as opções para um combate variavam muito, sobretudo em função da personagem eleita e respectivo estilo. No que respeitava à eficácia dos três “ism” nenhum era superior aos restantes em termos de maximização das potencialidades, apesar do estilo “V-ism” ter sido o mais trabalhado pelos entusiastas.

O jogo arrancou com 28 personagens à escolha, um acervo incrível de lutadores e marcou também o regresso de muitos da velha guarda como Zangief, Honda, Blanca, Sagat, entre outros.

De algum modo os combates assumiram mais imprevisibilidade e haveria por isso que acautelar as posições defensivas, assim como num plano mais ofensivo a opção passava pelos ataques especiais ou normais. Diante de um sistema de combate pleno de opções e com pelo menos 28 lutadores em cena, dá para ver como muitos jogadores tiveram de deitar mãos à obra para ganhar uma ideia sobre a eventual forma de jogar do adversário e assim assegurar êxito. Entre as novas personagens o destaque incidiu sobre Karin, Rainbow Mika, uma personagem feminina especialista em wrestling e projecções, Cody, Juni e Juli, estes últimos com movimentos de ataque um pouco à semelhança de Cammy.

Com tantas personagens à beira da selecção e com a posterior inclusão de Dee Jay, T-Hawk, Fei Long e Guile, ilustres da banda de lutadores de Street Fighters II, os produtores colmataram um dos maiores desejos dos fãs da série; proporcionar uma reunião funda de personagens. E com a junção dos diferentes estilos “ism” as opções de desenvolvimento de uma personagem alargaram-se para um nível sem precedentes.

Aqui o violento Cody enfrenta a lutadora R Mika mestre nas técnicas do tipo wrestling. O grafismo de feição anime mostrava-se imaculado.

Street Fighter Alpha 3 teve sobretudo o mérito de consolidar a nível mundial a marca Street Fighter dentro de um género mais concorrido onde jogos similares também valiam pela diferença e lançavam coordenadas de evolução nas duas dimensões como a série King of Fighters, Samurai Shodown (ambos da SNK) e Waku Waku 7 (Sunsoft) enquanto que Virtua Fighter e Tekken exploravam os percursos dos combates a três dimensões.

Suportado em grande medida pelos fãs e por uma caracterização gráfica que mereceu o melhor feedback junto dos adeptos da animação japonesa, Street Fighter Alpha 3 ainda é jogado fervorosamente pelas arcades espalhadas pelo globo. Encontrar razões para perceber tamanha expansão e vitalidade é simples. Os jogadores podiam escolher imensas personagens e com elas eleger um estilo de luta de entre três tipos que percorriam moldes para os novatos e menos experimentados até à malta pesada, batida num qualquer Street Fighter.

Em termos de sucesso é um jogo fortemente equiparado a Super Street Fighter II Turbo e com ele se atestava que a Capcom estava determinada em manter todo o plano bidimensional de combate, acrescentando aspectos inovadores mas com a jogabilidade viciante de sempre e até melhorada, mais aberta à estratégia. Ao mesmo tempo já andava no mercado o terceiro percurso, mas será na próxima parte que iremos ver mais de perto a evolução de Street Fighter III, uma nova geração de capítulos.

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