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A caminho de Street Fighter IV - Parte 4

A luta é tudo!

Em 2004 o evento que ganhou outra dimensão em termos de projecção e consolidação muito à custa do combate que ainda hoje é o mais visto na rede YouTube. O duelo, diante de um televisor CRT e transmitido para o público presente através de um ecrã de grandes dimensões, colocou Daigo Umehara ao lado do nova iorquino Justin Wong. As regras eram simples; o primeiro a ganhar três combates era declarado vencedor. Wong escolheu Chun-Li e Daigo usou Ken.

Quando se disputava a terceira partida do primeiro jogo, registava-se um empate entre ambos, mas a dada altura Wong cavou um fosso gritante de diferença para o adversário, sendo quase um dado adquirido que iria marcar o seu primeiro ponto e assegurar vantagem. Daigo controlava um Ken à beira da exaustão, com meros milímetros de vida, e quando Wong preparava o “super art attack” de Chun-Li para esmagar Ken com mais um KO, eis que Daigo partiu para o jogo da vida nos instantes imediatos. Utilizando o sistema “parry” – um sistema defensivo extremamente complexo de executar. Obtém-se por premir o botão direccional no exacto momento em que o adversário executa um golpe - ele conseguiu fazer quinze “parrys” consecutivos ao ataque especial, no momento em que bastava falhar um “parry” para ficar KO.

Vejam aqui o primeiro jogo e como Daigo deu a volta por completo.

A multidão entrava em êxtase com tão inqualificável defesa e foi então que a “besta se libertou”, e todos puderam assistir ao tremendo volte face do combate, quando Daigo contra-atacou com uma técnica especial (o super art escolhido de início) derrubando Wong por um a zero. Foi o delírio e ali poucos acreditavam naquele “milagre” Depois ainda acrescentou mais dois pontos e ganhou a meia-final a Wong por três a zero. Com o feito gravado por uma câmara de um adepto e graças ao YouTube, o combate pode ser testemunhado à escala planetária. Pelo tempo em que ocorreu, diante de um jogo perfeito para colocar à prova todas as potencialidades, ali se vê como os limites se estendem para lá do dado como adquirido. Actualmente Daigo lidera o “ranking” nipónico das máquinas arcade de SF IV.

Um dos pontos que causou particular entusiasmo junto dos adeptos foi a inclusão de mais cinco personagens, nomeadamente; Chun-Li, Makoto, Remy, Q e Twelve. Com este quinteto o número total de lutadores alargava-se para 20, deixando os adeptos bastante satisfeitos pelos diferentes estilos exarados na maioria. Aparte a continuidade de Chun-Li, sempre muito querida pelos fãs, Makoto foi a jovem treinada em karaté que gerou bastante entusiasmo pelo poder explosivo.

Akuma, um lutador sempre poderoso. 3rd Strike foi outro jogo campeão das arcades.

Como nos dois jogos anteriores 3rd Strike também pontuou pela existência de segredos. Logo à partida, e pressionando os três botões de murro no ecrã de selecção de personagem, podia-se obter uma cor diferente para a roupa. Os diferentes tipos de dificuldade eram obtidos mediante uma combinação específica. Por fim as áreas de bónus permaneceram em cena, pondo em evidência situações distintas como encestar bolas ou destruir um carro do tipo SUV.

E com Street Fighter III 3rd strike encerramos o extenso périplo pelos principais jogos que determinaram a evolução da série Street Fighter. Começando no já distante ano de 1987 com um Street Fighter a transpirar novidade na cena das arcades, faltou-lhe, porém a popularidade que chegou de rompante a partir do primeiro Street Fighter II. Daí por diante e na ponta final de cada percurso a série foi acumulando ceptros, convencendo os jogadores que era possível fazer mais e melhor mesmo que os produtores se mantivessem adstritos à fórmula que deu forma ao jogo. As duas dimensões e um sistema de combate orgânico, estratégico e pleno de possibilidades eram e ainda hoje são a grande receita para o sucesso.

A Capcom assegurou a continuação.

A entrada nas três dimensões com Street Fighter EX esbateu todo o carisma que a série habitualmente propunha. Mesmo com o acesso às personagens de sempre e pondo em prática uma atmosfera de pretensão Street Fighter II, o resultado ficou muito aquém das expectativas e nem conquistou a preferência dos adeptos. É tempo de enquadrar o futuro e esperar mais alguns dias até que Street Fighter IV, o último grande passo da série, entre em cena no vasto panorama das consolas domésticas. No entanto, a tradição não falhou e o jogo voltou a sair primeiro nas arcades, a 18 de Julho de 2008.

No Japão o fenómeno das arcades ainda tem uma dimensão excepcional que não se compara minimamente com os mercados ocidentais. Por isso nem foram enviadas máquinas de Street Fighter IV para os Estados Unidos e nem mesmo para a Europa. Daí que o lançamento previsto para o dia 17 deste mês no mercado americano e três dias depois no continente europeu esteja rodeado de particular interesse. Não só pelas inúmeras possibilidades que uma nova parte de Street Fighter vai beneficiar, mas também por colmatar um jejum com mais de nove anos de idade.

A ansiedade aumenta por cada dia que passa e os fãs da série por todo o mundo aguardam com impaciência pelo novo jogo. Desde as personagens, passando pelas novidades no sistema de combate, torneios online e grafismo, entre outros, há todo um conjunto de novos aspectos à espera de serem explorados. Apesar do buraco temporal que mediou entre o último capítulo e Street Fighter IV, certo é que a lenda continua viva e os fãs podem estar descansados que o género dos “fighting games” tem na sua acepção mais pura e escaldante a continuação assegurada. Shoryuken!

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