Skip to main content
Se clicares num link e fizeres uma compra, poderemos receber uma pequena comissão. Lê a nossa política editorial.

Ultratron - Análise

Os quatro drones do drapocalipse.

Uma investida satisfatória nos clássicos shooters retro, com influência de Pac Man. Alguns efeitos visuais acabam por limitar a experiência.

Os jogos "old school", a experiência das arcadas, a prevalência do conteúdo sobre a forma, continuam a influenciar e a mover o entusiasmo de muitos estúdios. É certo que no passado os jogos arcade eram mais difíceis e punitivos, justamente por levarem o jogador a despender mais umas moedas disponíveis no bolso quando os créditos se esgotavam. Apesar da dificuldade quase insana dos jogos dessa geração, essas ainda são algumas das melhores experiências de sempre e continuarão a exercer uma influência nas produções futuras.

Quanto mais não seja em estúdios independentes, menos onerados para com os grandes chefes e sem a necessidade de conquistar o grande mercado. De certa maneira foi o que sucedeu com a Puppy Games, um pequeno estúdio britânico cuja missão passa por ancorar nos jogos do passado, produtos divertidos e viciantes, como apontam, com forte peso na jogabilidade mas sem a punição dos clássicos. Ainda recentemente tiramos as medidas a Tittan Attacks, uma recuperação diferente de Space Invaders que deixou óptimas sensações.

Agora, é a vez da Wii U ganhar uma versão de Ultratron um divertido shooter, ao jeito de Geometry Wars e com uma pitada de Pac Man. A origem do jogo remonta ao serviço XNA, disponibilizado pela Microsoft para os pequenos estúdios independentes e disponível na Xbox 360. Já passaram alguns anos, mas a Curve Studios agarrou a versão completa e trouxe o jogo para o Steam e para as novas consolas.

Aos efeitos visuam acresce uma banda sonora empolgante, com ritmos particularmente vivos em fases nucleares do combate.

Ultratron é um jogo simplicíssimo, com uma jogabilidade muito concreta mas ao mesmo tempo divertida e ajustada a um nível de dificuldade progressivo que não roça o frustrante. O modelo é típico nos shooters mais recentes baseados nos clássicos. Um analógico movimenta um robô armado de forma limitada, enquanto que o outro analógico dispara projécteis numa rotação de 360 graus. Ao destruirmos os inimigos somos recompensados com pequenos pontos que são na verdade moedas, dinheiro que nos permite equipar a máquina com escudos, bombas e uma série de acessórios que vão ficando disponíveis à medida que progredimos de nível.

A única coisa que sabemos é que a humanidade foi atacada por criaturas robóticas e para vingar o sucedido, iremos controlar um aparelho robótico - Droid - e com ele destruir os quatro robôs do apocalipse: Leiunitas, Bellum, Lues e Letum. A estrutura é bastante clássica: por cada nível terão que eliminar vagas de inimigos. Durante o combate encontram "power ups," multiplicadores de disparos, maior intensidade de disparos e protecções que nos deixam temporariamente invencíveis. Pelo meio encontramos umas peças de fruta em movimento, tal como em Pac Man. Se formos rápidos ganhamos um bónus. Antes do embate contra um boss ainda podemos passar por um nível intermédio, que visa apenas a pontuação máxima.

Ver no Youtube

No final de cada nível, ingressam num quadro de equipamento do Droid, o vosso robô. Atendendo à soma monetária disponível, poderão desbloquear novo equipamento ou comprar novos "power up". Escudos e bombas que neutralizam todas as ameaças no ecrã num dado momento, são relevantes, mas existem mais opções.

"uma jogabilidade muito concreta mas ao mesmo tempo divertida"

O jogo vai ficando cada vez mais difícil à medida que progridem de nível, embora se verifique uma certa repetição do padrão de ataques dos inimigos, com algumas diferenças ao nível da quantidade de disparos que espalham o caos por completo no ecrã. A conjugação das cores, no entanto, entre escuros e efeitos neon, nem sempre é a melhor para operar uma distinção entre o que nos pode atingir e o espaço disponível. Algumas vezes perdemos justamente por isso. O design também podia estar melhor, com uma abertura total ao ecrã. O espaço útil é reduzido, o que nos deixa a forçar a vista para vermos melhor, especialmente se nos encontrarmos distantes do televisor.

Com uma opção para dois jogadores, ganhamos mais um incentivo para o combate e a tabela de liderança online está lá para nos mostrar os scores e a posição num universo de jogadores que completaram a campanha. Porém, faltam mais opções e modos de jogo alternativos. A jogabilidade é interessante e os efeitos satisfazem, mas findo o jogo pouco sobra para nos manter agarrados. No fundo é um jogo que satisfaz e nos dá um vislumbre só possível por muitos dos jogos retro, mas que depois disso oferece pouco mais do que um ataque à pontuação. Válido para curtas e frenéticas sessões de jogo.

Read this next