Spyborgs
Linha defensiva algo permeável.
Os combates são intensos e os inimigos oferecem um desafio maior em função da evolução das personagens. A ligeireza na aplicação dos movimentos para escapar com sucesso às investidas é fundamental, ainda que o quadro de opções seja curto e ao fim de um tempo seja algo demasiado mecânico. Contudo, a percepção da aplicação dos golpes nem sempre é muito clara, devido ao avolumado excessivo de personagens numa área reduzida. Dá a impressão que se está a infligir uma série de golpes com sucesso, no entanto não se causou o mínimo dano. Perante uma situação mais complicada a melhor forma para escapar com sucesso é recorrer aos movimentos finais, que funcionam em coligação de esforços com o camarada de combate.
Estando a barra de cor laranja preenchida, isso significa que poderão pressionar o botão Z e agitar o Wii remote, inaugurando uma cena animada em que vos é pedido que façam movimentos específicos para aplicar golpes de maior dureza, podendo ser num adversário mais exigente ou para desmantelar uma situação de sufoco.
Atingido o fim de uma área há um conjunto de pontos de experiência que podem ser distribuídos por vários parâmetros que incrementam as habilidades das personagens. A melhor forma de capitalizar a experiência passa por assegurar o maior número de combinações ofensivas, sempre em colaboração de esforços e sem sofrer qualquer investida dos inimigos. É um processo que mantém o ritmo frenético e com um colega a controlar outra personagem é mais fácil dividir as tarefas.
Por outro lado há objectos espalhados pelo cenário que escondem peças de metal. As de cor azul permitem recuperar energia perdida. As verdes colocam a personagem temporariamente imparável e as vermelhas aumentam os pontos para comprar “upgrades”. Se muitas dessas caixas estão espalhadas pelo cenário, outras só podem ser detectadas a partir da visão específica dos Spyborgs, um sistema que detecta algo de anormal no cenário. Fazendo pontaria com o Wii remote e premindo o botão A sobre algo aparentemente irregular descobre-se o objecto, que pode ser uma porta de acesso a uma plataforma superior ou um objecto escondido. Trata-se de uma forma que acaba por garantir um adequado equilíbrio de funções entre os dois comandos.
No largo contexto do género beat’em up, Spyborgs não se dilui, pelo contrário; a aposta na Wii serve como desafio para ajustar o mecanismo de comando que aqui alcança uma boa dinâmica e uma série de efeitos bem implementados. O carácter vago da narrativa acaba por levar no mesmo saco as personagens que não atingem o estatuto de carismáticas. Mesmo assim, enquanto experiência feita a pensar na colaboração entre dois jogadores num conceito de acção constante e mesmo numa perspectiva individual, Spyborgs consegue proporcionar uma boa dose de diversão.