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Shadow Complex

Acção e exploração old school!

Embora o plano de jogo seja maioritariamente bidimensional, ou seja side-scrolling em 2D, os cenários, personagens e objectos assumem uma representação tridimensional, sem sprites 2D e outras técnicas utilizadas nos vetustos jogos de plataformas. Aliás no decurso de combates corpo a corpo e durante alguns momentos, de transição para as cenas animadas, a perspectiva obedece à forma tridimensional. Esta dialéctica constante entre perspectivas de jogo acaba até por dominar na forma como se abatem inimigos distantes, através do sistema de pontaria/mira que pode ser aplicado mesmo quando os inimigos surgem a partir de uma zona interior do cenário. O esquema de mira não é de todo simples, especialmente ao princípio quando os índices de pontaria estão aquém do desejável, mas assim que a personagem adquire experiência (proveniente dos combates e dos objectos descobertos) o grau de precisão dispara, sendo fundamental a luz laser apontada.

Não leva muito tempo até que Jason tome posse de granadas, mísseis, espuma e até um gancho com corda. A partir daí, qual canivete suíço, abrem-se as chances de inaugurar novos percursos e descobrir objectos anteriormente inalcançáveis. O impulso para a exploração e para o combate funciona como algo natural e motivador, que mesmo havendo o compromisso de atingir um certo ponto é possível desligar a linha de percurso, sair do rumo definido à lá GPS e fazer uns “headshots”, entre outras formas que formam um bom naipe de objectivos, a par dos “achievements” a desbloquear.

Todo o processo de backtraking envolve repetir combates com as tropas de infantaria. Contudo Jason terá de enfrentar adversários poderosos, especialmente alguns “mech” de grandes dimensões e armados até às pontas que funcionam a título de “boss”. Com a dificuldade apontada para normal a tarefa de erradicação destes bichos de metal não é particularmente complexa. Uma dúzia de mísseis e granadas bem apontados chega para arrumar o assunto, mas enquanto dura o combate é travado com grande intensidade, especialmente quando se dá uso às “torrets”.

As tarântulas mecânicas movem-se com facilidade e descarregam cântaros de balas. Contar bem as granadas no bolso para contra-atacar.

Os pontos de gravação abundam pelas áreas principais e neles Jason poderá limpar as feridas, recuperar energia e equipamento e preparar-se para enfrentar hordas de inimigos. Isto acaba por ser particularmente adequado se pretendem evoluir um pouco na aventura e voltar a um ponto específico mais tarde sem que tenham de passar por secções várias vezes a fim de recuperar alguns objectos e armaduras. Na parte final da aventura a personagem disporá de pleno arsenal que permite atingir qualquer parte do mapa. Sem objectivos que não seja derrotar o boss final poderão aproveitar para completar alguns desafios e objectivos. Optando pelo combate e consequente fim da aventura, terão de voltar a começar a próxima novamente a partir do zero.

A utilização do motor Unreal na produção gráfica é toda uma mais valia, e mesmo em termos proporcionais pouco fica a dever às produções apelidadas de maiores. Os efeitos de luz graças à lanterna são de uma riqueza notável, com diferentes graus de luminosidade e cores. Os movimentos da personagem debaixo de água. As explosões, os efeitos causados pelas mesmas e todas as reacções despoletadas naquele espaço obedecem a uma nota de rigor e empenho, ainda que o desenho das áreas de interiores pudesse atingir mais diversidade.

Shadow Complex chega então ao Xbox Live e mais do que projectar o revivalismo de um género em desuso pela indústria, ultrapassa a dificuldade de organizar uma grande produção a um baixo custo. Mesmo que sejam inegáveis e até assumidas as semelhanças com alguns clássicos guardados no baú de ouro da indústria, este título da Chair mostra que há espaço para inovar e que muito ainda pode ser feito na área dos descarregáveis para as plataformas como o Xbox Live. E depois ainda há a vantagem de encontrar uma boa localização para o nosso português, num sinal de mudança que importa preservar para futuras iniciativas. Um desafio que não podem deixar escapar.

9 / 10

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