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Chibi-Robo! Let's Go. Photo! - Análise

Registos para a posteridade.

Chibi-Robo, o robô antropormófico que foi personagem central num jogo de aventura e plataformas para a GameCube na fase final do seu ciclo, e ainda em mais duas sequelas, está de volta a um sistema portátil da Nintendo, a 3DS, e com um novo tema para esta aventura, a fotografia.

Tal como o título do jogo sugere, estamos perante um jogo que incentiva a produção fotográfica dos mais variados objectos do nosso quotidiano, transportados depois para um museu onde os objectos são identificados como NostalJunk, podendo ser visualizados numa perspectiva tridimensional e com relevo, dentro de uma vitrina, servindo de registo para a posteridade.

Se tiveram a oportunidade de jogar Chibi-Robo para a GameCube, seguramente recordar-se-ão das múltiplas tarefas realizadas por esta peculiar personagem. Apesar da originalidade patente nalguns momentos do jogo, nem sempre o alcance mais experimental se compadeceu com a estrutura essencial do jogo. Em Let's Go Photo, permanece essa multiplicação de tarefas, que não deixa de ser original ao apresentar mecânicas diferentes, o problema é que nem sempre apresentam a melhor execução. O jogador fotografa objectos, dá-lhes forma e transporta-os para um museu, mas para continuar a fotografar há um custo, a aquisição de películas. Para as conseguir, o pequeno robô terá que se juntar a outras personagens, participar nos seus desafios e angariar os pontos que lhe permitem comprar mais películas, realizando tarefas.

Aqui vai uma nova peça para o museu.

Let's Go Photo é um título diferente de quase tudo o que se pode encontrar para a 3DS, com algumas vias de exploração e interacção bastante interessantes. Pelo menos há essa nota relevante, o bom controlo da personagem, que torna o processo interactivo mais aliciante, mesmo que a execução das tarefas e sobretudo a dificuldade em implementar um processo de captura de imagens facilitador, minem significativamente a experiência.

Enquanto que a acção em Chibi-Robo Plug Into Adventure! decorria no passado, algures nos anos sessenta, em Let's Go Photo um coleccionador de preciosidades serve-se das capacidades do robô para ir ao passado, ao nosso tempo, e fotografar os objectos que usamos diariamente. Para fotografar, Chibi-Robo acede às lentes fotográficas da 3DS e grava as imagens nas películas fotográficas. No entanto, é sabido que a lente da 3DS não é muito avançada, especialmente se nos encontrarmos em ambientes com pouca luminosidade.

O processo de captura é simples. O ecrã superior começa por reproduzir o ângulo de visão da lente da consola, juntamente com a silhueta do objecto que terão de fotografar. Pode ser uma silhueta cilíndrica, ideal para capturar uma imagem de uma lata de refrigerante ou um rolo de papel higiénico. Outras silhuetas incluem formas rectangulares, úteis para livros, post-its ou uma pasta arquivadora. Assim que o objecto estiver enquadrado na silhueta, só precisam de disparar, seguindo-se uma pequena animação que nos deixa ver o objecto fotografado a desprender-se da imagem e a ganhar um efeito 3D.

Nem todos os objectos, no entanto, encaixam bem na silhueta e esse é também um pouco o desafio do jogo, descobrir o objecto certo, caso contrário seria sempre a despachar. Antes de tomarmos uma decisão definitiva sobre se queremos avançar com esse objecto, temos acesso a uma percentagem que define o reconhecimento e probabilidade de encaixe na silhueta. Normalmente, o avanço para a reprodução em 3D do objecto fotografado só acontece quando é dada uma percentagem de compatibilidade, normalmente a partir dos 65%. Podem no entanto efectuar tentativas algumas vezes, até que consigam a captura perfeita, nos 100%. Não se sintam por isso surpreendidos se vaguearem pelas divisões da casa, café ou outro sítio qualquer, com a consola aberta na mão, à procura de um objecto que sirva para o jogo.

Tarefa na cozinha.

Os mini-jogos que atribuem os "happy-points" com os quais podemos comprar mais películas, implicam uma interacção com outras personagens. As tarefas são básicas. Desde acertar distâncias em centímetros, adivinhar nomes de episódios de uma série, aspirar o pó de certas zonas, há muitos objectivos a cumprir. Nem todos atingem a mesma notoriedade e interesse, mas há que reconhecer que fornecem algo muito diferente do que é costume encontrarmos num videojogo. E os diálogos que Chibi-Robo mantém com essas personagens chegam a roçar, nalguns casos, o insólito.

Chibi-Robo enfrenta um desafio vital, que passa por recarregar a bateria regularmente. Como qualquer aparelho electrónico, este robô também consome energia quando ligado e por isso é que traz consigo uma ficha, para se ligar à corrente, restaurar o indicador de bateria e até gravar a posição. A deslocação mais pequena e qualquer tarefa consome energia, pelo que é importante gerir a energia disponível, caso contrário apaga-se toda a progressão desde o último "save". Um reparo: a bateria não dá para realizar muitas tarefas e acabamos constantemente por andar com o coração nas mãos e só quando apita a luz de reserva é que sentimos necessidade de recarregar a bateria. De qualquer modo este não é um pressuposto muito usual nos jogos e os seus efeitos são interessantes mas a sua aplicação, nestes moldes, tende a retirar alguma dinâmica.

Chibi-Robo: Let's Go! Photo podia ser mais impressionante em termos de design e apresentar um background mais sólido e apelativo. Muitas vezes fica a sensação de ser um jogo ainda em desenvolvimento e não um jogo com aquela imagem e carga visual que normalmente os jogos produzidos pela Nintendo transportam. É verdade que esta é uma produção que arrisca muito mais e procura implementar aquele conceito mais prático dos robôs como mecanismos automáticos com capacidade para concretizar diferentes tarefas, mas nisto o jogo também apresenta algumas deficiências, especialmente por entregar de forma muito intermitente o divertimento. Sente-se também que a limitação das lentes da 3DS trava a intenção dos produtores, mas esse risco podia ter sido minimizado. Apesar das suas falhas é um jogo que aposta na interacção e no aproveitamento de algumas funcionalidades da 3DS. Nem todos irão sentir-se recompensados ao jogá-lo mas sem dúvida que experimentam algo diferente.

5 / 10

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