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Astral Chain: o exclusivo Switch que leva a Platinum Games para novas direcções

Uma mistura entre Bayonetta, Arkham e Deus Ex?

Passaram mais de 10 anos desde que a Platinum Games lançou o seu primeiro projecto e, desde então, o estúdio de Osaka definiu e redefiniu o género de jogos de acção com lançamentos brilhantes, incluindo Bayonetta, Vanquish e Metal Gear Rising: Revengeance. Mas existe a sensação que a empresa quer levar o seu estilo único para novas direcções: NieR: Automata produziu resultados brilhantes e o recém-lançado Astral Chain é a próxima fase na evolução da empresa.

Combinando a sua acção arcada já estabelecida com exploração, investigação, narrativa e resolução de quebra-cabeças, Astral Chain destaca-se como um dos projectos mais ambiciosos da Platinum até hoje. É também um jogo muito difícil de descrever. Como seria de esperar, o combate tem um papel significativo, mas desta vez o alcance da experiência foi ampliado. É descrito como um 'jogo de acção sinérgico' - uma referência à Astral Chain que lhe dá nome - que liga a personagem do jogador a um ser conhecido como Legion, uma mecânica que influencia quase todos os aspectos da jogabilidade. Do combate e investigação à travessia simples, o vínculo entre o jogador e este Legion é fundamental.

No fundo, Astral Chain é a visão da Platinum de um mundo com um estilo Cyberpunk, influenciado pelos designs de épicos do género como Ghost in the Shell e Appleseed. O mundo está dividido entre ruas encharcadas de poças, ruelas em ruínas, o novo Quartel-General da Neuron e a dimensão alternativa da qual a principal ameaça do jogo surgiu. Como esperado, Astral Chain é baseado na tecnologia interna da Platinum e há um foco maior em puxar pelo hardware da Switch, para tirar o máximo proveito do fantástico design artístico.

O Digital Foundry analisa Astral Chain, incluindo alguns contributos do director de jogos da Platinum, Takahisa Taura.Ver no Youtube

Até a sequência introdutória na moto é uma boa demonstração de como as boas técnicas de iluminação e pós-processamento da geração actual funcionam quando combinadas com uma maravilhosa direcção de arte. O que estamos a ver é um túnel relativamente simplista que usa mapas de cubos, desfoco de movimento por pixel e reflexos de lente, para não mencionar uma boa mistura de partículas e óptima modelagem. Não há nada de inovador aqui, mas a composição é usada para criar algo surpreendentemente bonito. É, acima de tudo, uma mostra fortíssima da arte e desenvolvimento ao máximo nível.

Dito isto, existem alguns efeitos visuais interessantes tendo em conta o poder muito limitado da GPU com a qual a Platinum trabalhou. A implementação da profundidade de campo, por exemplo, é uma forma inteligente de simular o bokeh da câmara de uma maneira cinematográfica e há um desfoco de movimento subtil aplicado aos objectos em movimento, o que dá mais peso às animações. Os efeitos das partículas são surpreendentemente ricos e detalhados com grande beleza, enquanto que os céus e o uso de cores é simplesmente fantástico. Sinto que o jogo é frequentemente mais atraente quando comparado a NieR: Automata que é tecnicamente superior - onde, por vezes, poderia haver a sensação de falta de polimento.

Puxar assim os gráficos exige compromissos, é claro, sendo que a contrapartida primária toma a forma de uma queda dos 60 fps predilectos da Platinum para um alvo de 30fps. Apesar de duplicar o tempo de renderização dos fotogramas, o estúdio procura ainda maximizar os resultados visuais, isso começa com a resolução nativa no jogo. Ao contrário das conversões de Bayonetta para a Switch, Astral Chain pode atingir resoluções acima dos 720p no modo caseiro. No entanto, desta vez, a equipa optou por utilizar a resolução dinâmica para estabilizar o desempenho.

É usada ma solução de escalamento interessante no modo portátil. Parece mau na captura, mas funciona bem no ecrã da Switch.

Em modo caseiro, o número de pixels geralmente varia entre 720p e 900p, atingindo em média 810p. Isto combinado com uma solução de pós-processamento para a suavização do serrilhado, leva a uma qualidade de imagem um pouco mais nítida, mas ainda um tanto obscura. No entanto, considerando o hardware, a qualidade geral da imagem é boa o suficiente e certamente uma melhoria em relação a Bayonetta.

Previsivelmente, o modo portátil atinge um máximo de 720p e, de forma semelhante ao modo caseiro, usa uma escala de resolução dinâmica - mas há uma enorme diferença entre os dois que resulta em algo que nunca vimos antes na Switch - uma nova abordagem que funciona muito bem. No modo portátil, o jogo é executado sem anti-aliasing e quando a resolução cai abaixo de 720p, é redimensionada sem filtragem linear, resultando em bordas desiguais de pixels. Possui uma aparência má nas capturas de ecrã e de vídeo mas, no próprio ecrã da Switch, é quase impossível ver. O resultado? O jogo parece realmente nítido quando jogado no modo portátil e sem dúvida mais apresentável do que numa TV grande.

O desempenho é importante num jogo de acção; portanto, a questão é se a abordagem da Platinum funciona com uma taxa de fotogramas consistente. Felizmente, os resultados são sólidos na maior parte. Astral Chain mantém 30 fotogramas por segundo na maioria das situações. A exploração é quase sempre perfeita e correr por todo o mundo oferece um desempenho estável, como esperarias. Em combate, as coisas são um pouco mais variáveis. Embora o objectivo seja alcançado na maioria das vezes, não é um bloqueio de 30fps. A taxa de fotogramas pode momentaneamente cair abaixo dos 30 fotogramas por segundo, mas o impacto na fluidez não é tão mau assim e é relativamente fugaz. A queda da resolução no modo portátil também compensa já que a experiência geral é muito, muito semelhante ao desempenho no modo caseiro.

De forma geral, o desempenho é forte, com apenas pequenas quedas na taxa de fotogramas durante um combate intenso.

De uma forma geral, Astral Chain é um excelente lançamento para a Switch, mas tenho uma queixa inesperada. Por razões desconhecidas, não há suporte para som surround. Na minha configuração 7.1, o jogo fornece apenas áudio nos canais esquerdo e direito, com os restantes altifalantes a permanecer em silêncio todo o tempo. Este não é o primeiro jogo da Switch a exibir este problema, mas é estranho. No lado positivo, o áudio em si é excelente e a banda sonora é de primeira classe.

No todo, gostei muito de Astral Chain. A qualidade da imagem não é muito boa, mas os visuais exibidos são geralmente bonitos e o próprio design do mundo é atraente. Tem uma atmosfera única que difere da maioria dos outros títulos da Platinum e realmente gostei disso. Além da apresentação, o jogo em si é altamente envolvente. Embora o combate permaneça tão sólido como sempre e tenha uma excelente reviravolta, é a progressão geral que achei mais fascinante. É uma experiência de ritmo mais lento em comparação com o típico jogo de acção da Platinum, mas a exploração e a solução dos quebra-cabeças adicionam muita variedade à mistura.

Comecei este artigo a dizer que é bastante difícil descrever Astral Chain, mas basta dizer que sua estética inspirada no Cyberpunk, a maravilhosa direcção de arte e a acção de arcada da Platinum atingiram o alvo. Mas há ainda mais - embora seja um jogo muito diferente em comparação com algo como Deus Ex, tem a mesma oscilação entre a sua acção de alta intensidade e os seus momentos de silêncio e, para mim, isso funciona maravilhosamente.

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