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As maiores desilusões de 2017

Não foi um ano apenas de alegrias.

EA fecha a Visceral Games e cancela jogo single-player de Star Wars

Os últimos anos têm sido desgostosos para quem há muito espera por um excelente jogo de Star Wars. Quando a Disney comprou a LucasArts, o promissor Star Wars 1313 foi pelo cano abaixo. A esperança regressou quando a Electronic Arts ficou com os direitos para desenvolver jogos da saga Star Wars. O primeiro Star Wars: Battlefront nem modo história tinha, portanto, foi uma desilusão nesse aspecto.

Contudo, sabíamos que a Visceral Games, o estúdio de Dead Space, estava a desenvolver um jogo de aventura de Star Wars e que até contava com a participação de Amy Hennig, a ex-escritora de Uncharted. Mais uma vez, os fãs de Star Wars encheram-se de esperança. Parecia que estava a caminho um jogo com uma história épica no universo de Star Wars. A esperança desapareceu outra vez em Outubro, quando a Electronic Arts anunciou que decidiu cancelar o projecto e fechar o estúdio, justificando que preferiam um jogo que conseguisse manter o jogador agarrado durante mais tempo.

Star Wars: Battlefront 2 tem um modo história que até conta os eventos que ligam os filmes Return of the Jedi a The Force Awakens, uma premissa interessante e valiosa. O modo história não é mau de todo e há momentos dos quais os fãs vão gostar, mas é claramente um jogo desenvolvido a pensar no multijogador. Não é o equivalente à experiência single-player que o jogo da Visceral Games prometia ser.

A febre das loot boxes

Esta é talvez a maior desilusão da lista. Há muito que as loot boxes fazem parte dos videojogos. Overwatch, por exemplo, tem loot boxes desde o lançamento e nunca houve propriamente um grande drama. Então, o que se passou em 2017 para gerar tanta discussão em redor das loot boxes? Passou-se que algumas editoras forçaram as loot boxes em alguns jogos inesperados. Primeiro tivemos Forza Motorsport 7 e depois Middle-Earth: Shadow of War, que surpreendeu por incluir as loot boxes num jogo de single-player. A panela foi fervendo até que a tampa saltou com Star Wars: Battlefront 2.

Star Wars: Battlefront 2 tornou-se no pior exemplo de implementação das loot boxes. Na E3 2017 a Electronic Arts prometeu que não haveria DLCs pagos, mas que iria incluir microtransacções. Parecia ser o mesmo plano da Blizzard para Overwatch. Todos os conteúdos são gratuitos, mas é possível gastar dinheiro nas loot boxes. Todavia, há uma diferença fundamental entre Overwatch e Star Wars: Battlefront 2. Em Overwatch as caixas só incluem skins, sprays e créditos in-game para gastarmos em skins. As caixas de loot de Star Wars: Battlefront 2 transformavam o jogo em Pay-To-Twin.

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Havia ainda outro problema em Star Wars: Battlefront 2, relacionado com o desbloqueio dos heróis. Para ganharmos créditos suficientes para desbloquearmos personagens icónicas como Luke Skywalker e Darth Vader eram necessárias longas horas de grinding, ficando a ideia de que a Electronic Arts desenhou o jogo para encorajar a compra das loot boxes. O que aconteceu a seguir já sabemos. O negativismo em torno do jogo assumiu proporções gigantescas e a Electronic Arts foi praticamente forçada a desligar as microtransacções em Star Wars: Battlefront 2. Esta semana foram anunciadas melhorias nas recompensas, com um aumento nos créditos que podes ganhar e nas peças de crafting que recebes nas caixas de loot diárias.

Foi mais uma situação lamentável. O mais lamentável é que Star Wars: Battlefront 2 não é um mau, mas as microtransacções prejudicaram-no imensamente e agora a sua reputação está manchada. Pelo lado positivo, a controvérsia serviu para mostrar que os jogadores têm força quando se juntam e que podem mudar o rumo da indústria quando querem. Será que as loot boxes vão desaparecer? Provavelmente não. Mas estamos seguros que de agora em diante as editoras terão muito mais cuidado na sua implementação.