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Hatoful Boyfriend, o jogo mais estranho que joguei na E3

Um simulador de encontros com pombos.

Fora do recinto da E3, ocupando um parque de estacionamento encostado ao Hooters da zona, estavam as rolotes da Devolver Digital, editora mais conhecida por Hotline Miami mas que se especializou em jogos independentes de cariz estranho. Fazendo justiça às suas origens, foi neste espaço que joguei aquele que considero ser o título mais estranho do evento, Hatoful Boyfriend, uma novela visual sobre uma escola de pombos, em que assumimos a perspectiva da única personagem humana dessa escola.

Hatoful Boyfriend foi originalmente lançado apenas para o Japão, mas pouco antes da E3 2014, a Devolver Digital anunciou que estava a participar num remake com o estúdio britânico Mediatonic. Confesso que a notícia passou-me ao lado, e quando me disseram que estava prestes a ver um jogo sobre pombos, torci o nariz e fiquei de pé atrás, mas depois despertou-me a curiosidade e lá me aventurei neste universo estranho em que os "ratos com asas" reinam e se comportam como humanos.

Sendo uma novela visual, há muito diálogo à mistura entre as personagens, mas foi-me dito pelo produtor que também serão incluídas secções jogáveis, embora nesta demo não tenha tido a oportunidade de as experimentar. As falas das personagens, relembro que todas elas pombos (e com nomes japoneses), apresentam um tom humorista. Obviamente que este não é um jogo para ser levado a série, o que ficou bastante claro quando presenciei um dos finais, que não foi contar para não estragar a surpresa, mas posso dizer que estava relacionado com pudim.

"é um jogo muito diferente do habitual, que definitivamente sai fora do padrão (...)"

Há reminiscências de Persona. Por exemplo, haverá um calendário completo do ano lectivo e o jogador terá a oportunidade de escolher em que aulas participará, que consequentemente terão diferentes efeitos nas estatísticas. Mas na realidade, Hatoful Boyfriend não funciona como um RPG, é suposto ser um simulador de encontros, em que os parceiros são pombos. Sim, é estranho, sobretudo para a mentalidade ocidental, mas quanto mais jogava, mais piada tinha.

Ao longo do ano lectivo terão que tomar várias escolhas que vão conduzir a diferentes finais. Na demo que joguei, que tinha a maioria das opções bloqueadas para mostrar apenas um dos finais possíveis, deu para ficar suficientemente familiarizado com os diferentes pombos, que apesar dos seus comportamentos humanos, falam por onomatopeias. A tradução para a língua humana aparece sempre em baixo dos diálogos entre parêntesis.

Hatoful Boyfriend será lançado para PC/Mac (no Steam, GOG, Humble e outras plataformas digitais) durante este verão e foi-me dito pelo produtor que terá um preço bastante razoável. No mínimo, posso dizer que é um jogo muito diferente do habitual, que definitivamente sai fora do padrão, e que apesar de estranho, me deixou curioso e com vontade de jogar mais.

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