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PlayStation Vita: A ressaca nipónica

O pós-lançamento e perspetivas de futuro.

Olhando para as tabelas de vendas de jogos e podemos ver que nas portáteis a 3DS lidera ao vento de Monster Hunter 3G, Super Mario Land 3D e Mario Kart 7. Precisamente os tão aguardados jogos com um sabor tão tradicionalmente nipónico e que faltaram à portátil na sua longa travessia pelo deserto em 2011. Subitamente temos a Vita numa situação abaixo do esperado face a uma consola que agora recolhe a recompensa de oito meses sozinha no mercado e mais do que isso, o seu catálogo de jogos pode ser uma das principais razões. Será a culpa da gestão da Sony e poderá esta ter sido negligente ao preparar o catálogo de lançamento Japonês? Como será o futuro da Vita e como pode o lançamento Europeu beneficiar ou sofrer com tudo isto? Estes são, afinal de contas, os dados pelos quais aguardamos e os possíveis indicadores para o lançamento Europeu assim como os resultados para o estudo de mercado que o lançamento de Japonês parece ter sido considerado.

Antes de mais devemos desde já dizer que é muito cedo para sensacionalismos e alarmismos, pois se os dados recentes nos servem para indicar que a Sony pode ter ignorado alguns sinais, também nos dizem que há tempo para retificar. De igual forma, já se ouvem rumores de Monster Hunter na Vita em meados de 2012, mas atualmente vivemos numa indústria cujos consumidores não se preocupam especialmente com o amanhã na hora de comprar uma consola mas sim no hoje. Então que pode a Sony fazer para validar a decisão de compra agora? Como pode a Sony usar estes dados para se preparar para 22 de Fevereiro?

A resposta pode ser muito mais fácil do que se pensa e talvez se possa dizer que a Sony não precisa de fazer nada, apenas deixar o tempo fazer a sua parte. Atualmente os três principais mercados partilham pontos similares mas têm personalidades bem vincadas, distintas, e a Sony já tem lançamentos Vita planeados para todo o ano de 2012 logo será de esperar que seja pedido um esforço adicional a cada divisão de marketing. Olhando para a anterior geração vemos que tanto na América do Norte como na Europa as vendas iniciais da PSP foram superiores às vendas registadas no Japão e aqui neste caso com preços acima dos preços nipónicos.

A isto temos que voltar ao catálogo de jogos enquanto motivador à compra, que como já devem ter percebido consideramos estar intimamente relacionado com a prestação da Vita no Japão. A variedade e diversidade chegaram aliadas a qualidade mas não especialmente talhada para os gostos Japoneses e daí o topo conquistado por Everybody's Golf não admirar. Este catálogo inicial na Europa ou na América do Norte certamente teria sido bem mais recebido pois séries como Uncharted, apesar de bem sucedidas no Japão, não tem nem a força nem a expressão que tem na América do Norte e Europa.

Falando novamente em específico no Japão, quando Gravity Daze, Sumioni, Tales of Innocence R, Persona 4: The Golden, e Ragnarok Odyssey chegarem no final de Janeiro e início de Fevereiro vamos ter novos e talvez mais adequados indicadores do potencial da PlayStation Vita em termos de apelo ao público e descobrir se é realmente o preço da portátil que está a afastar os consumidores (como algumas lojas nipónicas sugerem) ou se é a falta de jogos ao seu gosto responsável por tal. Na Europa a ideia de comprar a Vita ao lado de Uncharted: Golden Abyss, WipEout 2048, MotorStorm RC, Unit 13, Ultimate Marvel vs Capcom 3 ou Gravity Rush parece ser o suficiente para convencer os consumidores a aderirem e os fãs Europeus sentem que a Sony criou um catálogo de lançamento feito a pensar neles, algo que provavelmente o público nipónico não pode dizer.

"O catálogo inicial na Europa ou na América do Norte será certamente melhor recebido com séries como Uncharted: Abismo Dourado."

Tal como com qualquer outro sistema, quando um novo chega para dar seguimento a um já existente, o consumidor precisa de ser motivado para transitar. Normalmente tal é feito através de jogos e provavelmente um consumidor Europeu acredita que precisa da Vita para aceder à próxima geração de videojogos portáteis ou para jogar a nova entrada na fabulosa série Uncharted. Esta é uma linha de raciocínio frequentemente vista entre a comunidade de jogadores onde na maioria a qualidade dos produtos tendem a justificar os preços, por mais discutíveis que estes sejam. No caso Japonês tal não aconteceu, não existiu essa série no catálogo de lançamento e só no final de Janeiro os jogadores nipónicos vão ter um pouco de "sabor Japonês" na sua Vita. Isto foi algo que vimos acontecer na 3DS e algo que se pode considerar natural nesta indústria.

Quando a Nintendo 3DS foi lançada a sensação foi precisamente esta, mas no seu caso a nível global. A ausência de jogos provenientes de séries de destaque, com foco para exclusivos first-party, foi um dos principais responsáveis por muitos consumidores adiarem a compra da sua 3DS, acima do valor do sistema considerado por muitos como elevado, especialmente para os padrões Nintendo. Até à chegada de Ocarina of Time 3D, eram os jogos third-party o "rosto" da portátil, uma situação que a Sony claramente soube contrariar e a Vita pretende ter os first-party a atrair os consumidores iniciais.

Para já os portugueses apenas poderão sonhar pelo dia 22 fevereiro.

Ao contrário do que seria de esperar, este primeiro embate não nos trouxe resultados tão esclarecedores quanto se poderia prever. O que trouxe foi a constatação que o mercado Japonês é, como sempre, um mundo à parte e um mercado bastante específico e igual só a si próprio. Estabelecendo comparações com a PSP, o mercado Europeu deve reagir melhor ao catálogo de jogos e a questão do preço coloca-se especialmente devido aos cartões de memória, um problema difícil de resolver para uma companhia que vai vender um sistema a perder dinheiro. Talvez não seja de admirar que a Sony esteja tão empenhada em colocar nas lojas jogos com nomes tão sonantes.

O futuro da Vita está já recheado de grandes nomes e como dissemos no início da página, o consumidor pondera a compra principalmente com vista no presente e não particularmente no futuro, pois aí existem outras condicionantes e intervenientes. Logo a pergunta é como vai o Ocidente reagir no dia 22 de Fevereiro com a chegada da Vita e se a gestão da Sony é a mais indicada tendo em conta a sua situação no Japão. Vai ser interessante ver o desenrolar da situação nos próximos dois meses para ver se a Sony cometeu realmente erros, alguns repetidos, ou se simplesmente a sua gestão para o Japão estava errada, mas é na mesma adequada para o Ocidente.

A atual realidade da Vita no Japão pode ser específica do público e não propriamente do produto pois as leituras parecem indicar que não é o produto em si que está em causa mas sim o que o acompanha. As principais ideias que podemos tirar do ano de 2011 da PlayStation Vita é que o Japão não ficou convencido com as propostas da Sony e que aguarda por melhores dias em 2012. A Europa está à espera de novidades a todos os dias mas o desejo pela portátil parece tão forte quanto sempre foi, fazendo sentir que a Sony pode novamente triunfar na Europa.

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