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Red Dead Redemption: Undead Nightmare

Undead Redemption.

Red Dead Redemption: Undead Nightmare Análise:

Já se tornou numa espécie de cliché sempre que se aborda um novo trabalho da Rockstar falar do seu espantoso currículo, e tal não é de admirar. Desde sempre esta companhia se distinguiu por marcar a diferença e muitas vezes o paço e a moda nesta indústria. Atingiu um pico de notoriedade na era das 128 bits e desde então não mais deixou baixar a fasquia. Se a série GTA causava enorme impacto nesta indústria a cada novo lançamento, a Rockstar decidiu enveredar por outras séries e apostou em Red Dead Redemption, ressuscitando todo um cenário que estava como que adormecido, o Velho Oeste.

Os tempos de enorme sucesso no grande ecrã e na televisão já passaram e mais parecem ter saturado as audiências. No entanto, há muito que não vemos nada do género a surgir em qualquer um dos dois meios e nos videojogos nunca foi especialmente popular. Eis que chega a Rockstar para novamente fazer o que mais ninguém fez e levar tudo um pouco mais adiante. Seria assim que caracterizava Red Dead Redemption e também seria assim que introduziria o mais recente pacote com conteúdos adicionais que recebeu, Undead Nightmare.

Não acreditavam que isto podia ficar ainda mais louco?

Se Red Dead Redemption era uma viagem repleta de acção, comédia, aventura, irreverência e drama, também este novo pacote pode ser assim descrito. Undead Nightmare é como o nome indica, um pesadelo envolvendo mortos vivos que decorre no "nosso" bem conhecido Velho Oeste que nos foi dado a conhecer pela Rockstar. No entanto, toda esta terra única e especial que conquistou para si uma personalidade e carácter singular no mundo dos videojogos não volta propriamente como a conhecemos. Novamente a Rockstar volta a subir a fasquia a seguir nos moldes nos quais foi pioneira. À semelhança do que vimos em GTA IV, também aqui temos conteúdos adicionais que mais do que adicionar um enorme valor à experiência, chegam com uma personalidade e carácter próprio.

Quando John Marston presencia alguns acontecimentos nada, mas mesmo nada, normais (e isto por parte de quem já viu o que ele viu) é chegada à hora de partir em direcção ao horizonte e cavalgar pela terra da liberdade. Não vamos contar nada mais sobre a história e o seu desenrolar mas podemos dizer que a forma como a Rockstar desenhou toda esta aventura é fascinante. Como se estivesse-mos perante um filme de terror de série B, todo o tom deixa transparecer um constante humor entrelinhas e o chamado nonseanse propositado e inteligente é novamente uma marca que o caracteriza.

O esquema é na sua essência igual à experiência base. Marston parte para descobrir o que se passa e encontra uma realidade completamente diferente na qual zombies vagueiam pelo mundo, sedentos de sangue. O drama está lá novamente, mas como qualquer filme de série B que se preze, nunca é levado tão a sério como por vezes quer tentar transparecer. Aliás, ao longo das quase 7 horas necessárias para terminar a aventura com apenas cerca de 61% realizado, são vários os momentos que ficam para recordar. Para além de ter que ajudar os sobreviventes na defesa das cidades, Marston vai ter que seguir o rastro para descobrir a origem de tudo isto e ao mesmo tempo vai voltar a cumprir missões para alguns "estranhos" que vão surgindo pelo caminho.

A munição não abunda, poupem-na e recorram à tocha, para eliminar melhor os zombies.

Durante a sua caminha pela América de 1911, Marston vai encontrar que muito está diferente, como os animais que também eles se tornaram em seres viciosos sedentos de sangue humano. O mundo reflecte o seu próprio estado e quando salvamos uma localidade, as nuvens desaparecem e o sol volta a brilhar, trazendo de volta um pouco de normalidade e até sanidade às povoações. Quando estamos num local no qual os zombies ainda vagueiam e espalham o terror, tudo está coberto num estranho e desconfortável nevoeiro e tudo é muito escuro. A própria música volta a desempenhar um papel de destaque e mais do que assentar o estado de espírito, é como se brincasse consigo mesma, mais propriamente com o jogo.

As músicas são novas e assentam que nem uma luva em todo o espírito de filme de terror série B que a Rockstar pretendeu para esta experiência. Algumas correm mesmo o sério risco de, como quase tudo diríamos, surpreender seriamente o jogador. Os próprios visuais parecem sugerir que algumas pequenas melhorias foram feitas e que o brilhante ficou ainda mais esplendoroso, ou então é a nossa mente que já se tinha esquecido do quão fascinante era este mundo. O certo é que voltar ao mundo da Rockstar é um prazer que se faz valer desde o primeiro minuto.

Se ajudar malucos e tipos que não batem bem da cabeça não é tarefa que queiram fazer sem parar, a Rockstar pegou nos elementos aclamados do jogo base e recuperou-os como parte fulcral da aventura, sem a momento algum os impingir ao jogador. Falo obviamente dos imensos desafios e dos variados easter eggs que existem. Os desafios estão divididos por várias categorias e alguns envolvem os cavalos que temos para encontrar (dos quais nada é dito para não estragar surpresas), o eliminar de zombies e o matar de animais, assim como encontrar flores. Tudo nos moldes do jogo original. Os adeptos dos modos para vários jogadores também tem algumas novidades e o maior destaque é o Undead Overun. Este modo assenta nos moldes cada vez mais populares nos quais até quatro jogadores cooperam para derrotar sucessivas vagas de zombies.

Este é precisamente um dos pontos definidores da actual geração, a existência de serviços de distribuição digital e especialmente de conteúdos adicionais. É algo inédito e que não existiu nas anteriores gerações e representa um papel importante na actual construção dos jogos. Como em quase tudo, tem bons exemplos e maus exemplos e Undead Nightmare é um daqueles argumentos que qualquer advogado gostaria de ter quando entra na sala do tribunal. Red Dead Redemption é uma experiência incontornável e obrigatória para qualquer um que se assume como fã de videojogos e Undead Nightmare assume-se como obrigatório para todos os que o compraram.

Red Dead Redemption: Undead Nightmare é um pacote com conteúdos adicionais que enche de orgulho os serviços que os disponibilizam e os seus iguais. A Rockstar volta a liderar e pelo preço pedido, 800 pontos Microsoft, é garantido que cada cêntimo é justificado. Pode não mudar muito sobre a experiência base mas é um grande incentivo para voltar a esta que é uma das melhores experiências desta geração.

9 / 10

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