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Pro Evolution Soccer 2009

A festa do futebol. É disto que o meu povo gosta!

Entre ressaltos e bolas perdidas na área gera-se tantas vezes pânico inesperado. Com a defesa mais sólida e sempre propensa para fechar os espaços torna-se difícil repetir a mesma jogada pelo que há que recorrer a situações mais arriscadas com bolas pelo ar e cruzamentos para superar a dificuldade, muitas dessas jogadas dignas de uma transmissão televisiva. Contudo o movimento de circulação dos jogadores, principalmente nas inflexões de progressão não é ainda natural quanto seria desejável. Algumas vezes os jogadores parecem seguir determinada linha quando lhes era solicitado um movimento mais circular, mais natural. Outras vezes os jogadores afastam-se por momentos da bola quando lhes era pedido uma marcação cerrada. Ainda assim, e na margem da liberdade para o esquema de jogo PES está melhor e marca uma evidente diferença perante as evoluções da época passada.

As animações estão mais fluídas e os movimentos técnicos acusam realismo. Felizmente as quebras de “frame rate” desapareceram possibilitando uma discussão das partidas na raça. Tem piada escutar os berros em campo entre os colegas como que a pedirem concentração para uma jogada ou um passe em profundidade. As técnicas e estilos dos jogadores mais cotados no plano real estão devidamente animadas. O CR7 fica todo arqueado cada vez que se prepara para rematar à baliza e corre com velocidade atirando a cabeça para trás.

As diferentes condições climatéricas, apesar de justificarem uma outra abordagem num terreno de jogo adulterado pela água ou neve, introduzem nuances no grafismo, mais realista e vivo, particularmente notório através das diferentes incidências da claridade solar sobre o relvado. Disputar um jogo no Dragão com um sol de fim de dia deixa uma luminosidade alaranjada enquanto nas bancadas o escuro vai ganhando espaço.

São vinte os estádios presentes nesta edição de PES, bem detalhados, coloridos, em grande contraste, dando a impressão de uma estrutura muito sólida e imponente. Os grandes ecrãs, moda nos estádios desde o mundial de 98 completam essa imagem de mega estrutura. Infelizmente e à volta do manto verde, persiste uma falha de ocupação e nas bancadas o frenesim de bandeiras e apoio deveria ser mais evidente, faltando os cânticos específicos dos grandes clubes apesar de neste caso ser possível recorrer ao editor para importar apoios exclusivos.

Os estádios têm uma dimensão verdadeiramente colossal. O novo Wembley é impressionante.

Melhor estão as animações dos jogadores quando vistos a partir de uma perspectiva televisiva. Os modelos reconstituíram-se com rigor e até em clubes como o FC Porto é fácil reconhecer um Mariano, Raul Meireles ou Lisandro. Benfica e Sporting marcam presença no resto da elite à beira mar plantada, assim como os respectivos estádios, mas uma das grandes lacunas de PES reside na apreciável falta de clubes licenciados. Na Liga inglesa só o Manchester e Liverpool estão representados ao mais alto nível, e até no que à construção do plantel diz respeito, permanecem imprecisões de palmatória como o Quaresma ainda jogador do FC Porto e o Reyes distante da Luz.

As partidas on-line disputam-se agora com o ritmo desejado e sem entraves de relevo. A existência de “lag” foi atenuada drasticamente e ainda que ocasionalmente seja evidente um efeito de arrastamento nalguns jogadores as partidas decorrem a bom ritmo, como se estivéssemos a jogar contra outro amigo sentado ao nosso lado. Um contra um ou em grupos de dois jogadores a opção para jogadores múltiplos estende-se até ao jogador craque gravado na progressão Rumo ao Estrelato. Com quatro jogadores em campo pela mesma equipa o “lobby” humano fica reforçado.

No final tudo volta às origens; trocar a bola volta a ser apetitoso e o público vibra ao ritmo vertiginoso das partidas. Se em PES 2008 se vislumbrou uma falsa partida no arranque pleno para nova geração, PES 2009 surge refeito em apreciável medida, colmatando boa parte das falhas que prejudicavam o são desenvolvimento das partidas e a verdade é que relança o vício das frenéticas peladinhas que sempre foram marca distintiva desta série festivaleira. Rumar às estrelas, entre outras novidades que atrás referimos ajudam a suprir a falta de muitos clubes descritos ao mais alto nível. Com margem para progredir, é inevitável, porém, que este é o melhor PES de sempre.

8 / 10

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