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Assassin's Creed: Revelations - Análise

Dois homens, um destino.

Tudo era melhor antes da pólvora:

Ainda no campo das novidades, em Revelations temos a possibilidade de criar as nossas próprias bombas, e equipá-las como arma secundária. Podemos criar um conjunto de nove bombas, divididas entre três tipos diferentes, diversion, tactical e lethal (diversão, tático e letal). Para criar as bombas temos à disposição um conjunto de materiais espalhados pela cidade, e que representam as várias peças de uma bomba. A carcaça (Shell), que determina o tempo que a bomba demora a ativar. A pólvora (gunpowder), podemos escolher entre vários níveis de poder para a explosão, as mais fracas são utilizadas de um modo mais silencioso (dentro dos possíveis), enquanto as mais poderosas atraem mais atenção mas têm um efeito mais devastador. E finalmente um de vários materiais de efeito, que vão desde fumo, veneno, mau cheiro, gás incapacitante, estilhaços, enfim varia dependendo do tipo de bomba que queremos criar.

Assim, a utilização das bombas, está diretamente ligado ao tipo de elementos que escolhemos para elas. O eagle vision (visão de águia), além de nos permitir ver a posição dos adversários, também marca uma linha que representa o trajeto por onde eles se movimentam (path). Assim, podemos por exemplo ver por onde um grupo de soldados vai passar, e colocar uma bomba de proximidade que apenas explode quando os inimigos se aproximarem. Podemos também utilizar uma bomba como manobra de diversão, se quisermos por exemplo que um soldado abandone o seu posto de vigia. Enfim só precisam utilizar a imaginação. É uma mecânica engraçada, mas torna o jogo ainda mais fácil do já é naturalmente, se pelo menos os ingredientes fossem mais raros… nunca senti que precisava utilizar os recursos de forma moderada, nem os medicamentos, nem as bombas, nada.

Claro que há mais em Assassin's Creed Revalatios do que consigo descrever, as sequências continuam a permitir uma sincronização a 100%, mediante a conclusão de um objetivo opcional (por exemplo, eliminar determinado inimigo sem ser detetado), mas o jogo não faz grande coisa para que nos importemos com isso. Continuamos a ter os vários edifícios para comprar, o alfaiate para mudar as roupas de Ezio, o banco para recolher os ganhos monetários, ou o ferreiro para melhorar e reparar a armadura. Para terem ideia, passei grande parte do tempo sem comprar armaduras e armas novas, ou sequer reparar a armaduras, e mesmo assim, tive um progresso totalmente linear no jogo, sem grandes desafios, ou cenas que me obrigassem a várias repetições.

Continuamos a poder recrutar pessoas indigentes para fazer deles assassinos, e depois enviá-los para várias missões espalhadas melo mundo. Podemos ainda melhorar as suas características até se tornarem assassinos mestres, e temos também a opção de ordenar que nos ajudem em tempo real. Apenas com um clique de um botão, um dos nossos camaradas salta para cima do alvo que escolhermos. O jogo oferece ainda um retrato da cidade subterrânea de Cappadocia mais para a frente na aventura, e tal como nos títulos anteriores, temos a possibilidade de interagir com figuras históricas. Lembram-se de conhecer Leonardo da Vinci? Ora em Revelations destaco a possibilidade de interagir com o príncipe Suleiman, que um dia se tornaria um poderoso sultão do império Otomano. Se são fãs de jogos de estratégia com ligações históricas (Civilization por exemplo) é provável que já tenham ouvido falar.

Entre o caçador e a presa:

O modo multijogador introduzido em Brotherhood está de volta com alguns refinamentos, e dois novos modos de jogo, o Artifact Assault e o Deathmatch. Já disse isto anteriormente, mas apesar de repetitivo, aprecio a forma como somos ao mesmo tempo caçador e presa no modo multijogador, o que promove a utilização da mecânica "stealth" de forma ativa. Isto é, apesar de termos que ser cuidadosos, o jogo obriga a que nos comportemos de forma pró ativa à procura do nosso alvo, e ao mesmo tempo com cuidado para não nos transformarmos consequentemente em vítima.

O Deathmatch é muito semelhante ao clássico Wanted presente também em Brotherhood, mas com a particularidade de não ter o radar que indica a posição do nosso alvo. Ao invés, temos um retrato do nosso alvo no canto superior direito do ecrã com uma barra à volta, que brilha sempre que entramos na sua linha de visão. Assim, somos obrigados a procurar entre a multidão com atenção e cuidado para não sermos detetados.

Já o Artifact Assault funciona como um "capture the flag" (captura da bandeira) por equipas de quatro jogadores, mas com um sistema curioso e um ritmo algo caótico. Como sempre temos a base onde está o nosso artefacto/bandeira que tem que ser defendido, e a base adversária onde está o artefacto que precisamos capturar. O que este modo de jogo tem de curioso é que o mapa está dividido em duas parcelas iguais, o nosso território, e o território inimigo. Enquanto estamos na nossa zona somos o predador e podemos atacar os inimigos. Assim que atravessamos a fronteira para território inimigo, tornámo-nos a presa e somos forçados a jogar defensivamente.

Podemos escolher entre um conjunto de nove personagens diferentes para o multijogador, todas com uma aparência e especificidades próprias. Os menus também tiveram direito a uma reestruturação, com a possibilidade de escolhermos o tipo de jogo por estilo. Se escolherem "free for all" o jogo coloca-nos em queue para Deathmatch ou Wanted. Se optarem por "team" as opções são Manhunt ou Artifact Assault. A opção "welcome" encaminha-nos para o Deathmatch.

Ainda no campo das novidades, podemos fazer com que os nossos companheiros recuperem mais rápido de um stun, executando um "revive" para que possam readquirir o controlo mais cedo. Adicionalmente podem também obter uns pontos extra pontapeando um inimigo que esteja no chão, logo após terem sido serem atingidos pelos nossos colegas de equipa (momento finish him!), hilariante.

O modo multiplayer de Assassin's Creed: Revelations continua divertido, na senda de Brotherhood, mas não apresenta nenhuma novidade particularmente relevante em relação ao antecessor. Os dois novos modos de jogo foram desenhados com objetivos diferentes, o Artifact Assault vem dar mais variedade ao jogo por equipas, e o Deathmatch vem aligeirar a curva de aprendizagem para os novos jogadores e permitir sessões de jogo mais rápidas.

E no final, sobra Desmond Miles:

É impossível não gostar de Assassin's Creed Revelations se apreciaram os anteriores, agora também é muito difícil o jogo vos conquistar, se não gostaram dos primeiros títulos. Aliás, o valor de Revelations por si só é muito discutível, grande parte dos eventos não pode ser desligado da história dos jogos anteriores, e por isso para quem não está familiarizado com a série, o jogo é algo desconexo e com pouco sentido. Isto é aliás um dos problemas típicos das sequelas muito centradas na componente narrativa. Com o encerramento dos capítulos dedicados a Ezio e Altaïr, sobra… Desmond. É inevitável ficar a questão se será Desmond o protagonista do terceiro Assassin`s Creed, é provável que sim. Pelo menos sabemos que em termos de mecânicas terá sempre que ser diferente.

8 / 10

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