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Forza Motorsport 4

Emoções fortes.

Lamentavelmente perdeu-se o acordo que a Turn 10 mantinha com a EA, que até aqui permitia o licenciamento dos veículos ( a Porsche fez um acordo de exclusividade com a EA, mas a EA partilhava a licença com a Turn 10). É provável que no futuro a situação se mantenha, já que a presença de poucos Ruf (construtora que altera os POrsche) é manifestamente insuficiente para saciar quem nutre interesse pela marca. Mas nem por isso deixam de sobrar motivos para festejar. Destaca-se a presença de outros carros marcantes como a extensa lista de clássicos da Ferrari, Jaguar, Koenig, Audi, BMW, Aston Martin. Dos SUV até aos Sedan, da Ásia aos Estados Unidos, não faltam à chamada muitos dos carros que fazem parte do nosso imaginário e das capas de revista.

Autovista com a colaboração Top Gear

O Autovista é um modo inteiramente novo que permite um contacto mais próximo com alguns dos automóveis presentes no jogo. É compreensível a decisão da Turn 10 em limitar os carros presentes neste modo. Trata-se de uma forma que permite observar de perto veículos actuais e clássicos que pontuam e pontuaram a evolução automóvel. Através do Autovista poderão aproximar-se dos veículos e conhecer pormenores e detalhes marcantes. Abrir as portas e enfiarem-se no banco do condutor ou passageiro é outra nota marcante. Ao percorrerem o carro ganham relevo alguns pontos. Tocando neles é exibida informação sobre esse ponto específico. Da mala ao motor tudo é revelado. Este exame a pente fino contou com a colaboração da equipa que faz o Top Gear, o que é sempre interessante para um estilo narrativo mais descontraído sobre a história dos carros, com narração nalguns carros do afamado Jeremy Clarkson. Ficámos a saber, por exemplo, que o Ford GT dos anos sessenta foi a resposta em pista para Le Mans do construtor americano depois de Enzo Ferrari acabar com a ideia de vender a sua fábrica à Ford.

Top Gear forneceu a pista e colaboração extensa no Autovista.

É sempre bom ficar a saber mais sobre os carros e como se não bastasse toda a atenção posta no detalhe e na exibição pornográfica destes modelos, podemos ligar a chave e acelerar com o carro que acabamos de conhecer numa pista para uma volta rápida. Fotografar os veículos está diferente e melhor. Agora temos cinco localizações que servem de enquadramento e que permitem obter uma imagem mais realista e fenomenal sobre algum carro que tenhamos na garagem. Desde a estrada curvilínea nos picos da Europa, passando pela pista do Top Gear, até um armazém, um holofote e pelos estúdios do Top Gear, é possível enviar para o site do jogo imagens que dariam autênticas capas de revista. A qualidade das imagens é significativamente melhor quando obtida nestes espaços do que nas corridas. É indisfarçável a ligação com o "photo mode" de GT5 que neste âmbito tem uma amplitude avassaladora, mas os fãs do "car porn" vão deliciar-se com a exibição das pinturas exclusivas, aproveitando ao máximo esta função.

Périplo mundial reforçado

Forza M 4 conta com a maioria das pistas presentes em FM3, mas quase todas foram retocadas e alteradas nalguns pormenores. Por exemplo, na pista Camino Viejo de Montserrat após a descida até ao primeiro gancho, a parede rochosa do lado direito desapareceu. Há mais algumas pequenas alterações, embora de um modo geral todas as pistas tenham uma apresentação significativamente melhorada.

Apesar de permanecer o núcleo de pistas do jogo anterior ainda assim importa assinalar que a pista no centro de Nova Iorque já não está disponível (pessoalmente nunca senti que fosse um traçado particularmente atraente), mas chegaram 6 novos circuitos, sendo um deles, o Bernese Alps, o único fictício. Sendo esta uma pista rápida e com algumas secções interessantes é também demasiado imaginária com algumas curvas de exagerada dimensão que remetem constantemente os carros para uma sensação em curva pouco estimulante. Construída na grande altitude dos Alpes, proporciona alguns fundos interessantes e as montanhas cobertas de neve geram efeitos visuais destacados. Entre subidas e descidas lembra mais depressa circuitos abertos como o da ilha de Man, um pouco à semelhança do Rally di Positano.

As corridas sobem aos Alpes.

Quem prefere famosos e reais circuitos fechados nem por isso ficará descontente. Com a chegada dos germânicos Hockenheim Ring e Nurburgring, na pista reservada ao actual grande prémio, diria que esta última é a mais interessante. Nurburgring impressiona particularmente pela forma como as curvas se sucedem vertiginosamente, com um ondulado no asfalto capaz de fazer tremer os veículos quando se imprime força no acelerador. É uma pista maioritariamente rápida e agradável, com bons pormenores. Já o Hockenheimring não conta com tantas secções rápidas e antes aponta para um estilo de condução mais técnico. O terceiro circuito licenciado é o Infineon Raceway (situado a norte de São Francisco), um circuito bastante interessante e rápido especialmente no primeiro terço. A aproximação à reta faz-se a grande velocidade, com secções onde se pode arriscar mais, antes da travagem forte para o gancho que precede a meta.

O circuito de Indianápolis permite correr na versão oval - a mítica Indianápolis -, mas também no miolo, na antiga pista que serviu a F1. Por fim temos a pista do Top Gear, onde se realizam os testes do famoso programa automóvel da BBC. É a última das entradas. Trata-se de um circuito interessante por permitir correr numa pista em forma de oito com a possibilidade de encontrar adversários a meio da corrida (que estejam mais atrasados ou avançados) e chocar com eles. Diria que dos novos circuitos os que mais me impressionaram são Nurburgring e Infinion Raceway.

Apesar de não existir transição entre o dia e a noite, os produtores criaram corridas com diferentes condições diurnas. Assim poderão correr em indianápolis com a primeira claridade do dia, numa apresentação mais escura da pista, mas com uma claridade luminosa espectacular no horizonte, sendo que nalgumas secções os primeiros raios de sol invadem literalmente o cockpit num belo efeito. Haverá outras corridas ao meio-dia, já com imensa luz e uma claridade abundante sobre a pista, assim como corridas ao fim-de-tarde. Este sistema não dinâmico traz já algumas vantagens e oferece uma perspectiva diversa da mesma pista. Estas diferentes condições em nada afectam a fluidez de jogo.

Condução mais entusiasmante

Os interiores oferecem um outro nível de detalhe.

A condução foi alvo de algumas mudanças e para melhor. Uma das coisas que não estava tão bem nos jogos anteriores era a possibilidade de travar tarde e muitas vezes só a mudança manual de velocidades, em redução, era suficiente para abrandar a velocidade em curva, o que permitia ter quase sempre o carro em curva como queríamos e as saídas de pista eram quase todas provocadas por excessos de acelerador à saída das curvas por falta do controlo de tracção. Muitos chegavam a fazer boa parte do grande Nurburgring quase sem pressionar o travão, o que não é muito exequível quando estamos diante de um jogo com pretensões de simulador. Apesar de ficar com a impressão de que ainda há margem para melhorar e apimentar a condução até ao fio da navalha, nota-se que os carros têm mais peso e que a deslocação em pista não é tão arbitrária, como que existindo em curva uma força contrária que nos empurra para o lado ao posto. Isso é notório quando atacamos uma curva de forma mais agressiva e queremos manter o carro em pista, sentimos as vibrações.

Existe uma maior trepidação no interior do carro quando se trava e acelera. Ao passar por cima dos correctores mais elevados o carro oscila com mais força. Os puristas vão acabar por desligar a maioria das ajudas, desde ABS a controlo de tracção, para melhor sentirem o carro e as diferentes reacções do mesmo. A única ajuda que não prescindo por força de algumas pistas é a linha de orientação em curva para o "timming" da travagem". Importa referir que tentativas para ganhar tempo como o corte das chicanes não sofrem penalização de tempo, mas em vez disso o carro fica colado por mais tempo ao piso envolvente, demorando no regresso à pista.