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FIFA 09

Instinto atacante!

Sistema colectivo. O jogo fica metódico e atrever remates de longe é uma tarefa quase sempre condenada ao insucesso. Contudo, uma bola solta nos pés de um avançado dentro da área sem marcação pode ser o prelúdio de uma festarola. Mas nem sempre é fácil encontrar esses espaços. As equipas organizam melhor a táctica, fecham espaços e marcam os jogadores avançados. Até as desmarcações, geralmente mais simples de executar no PES, têm aqui uma dificuldade suplementar. Os defesas também são rápidos a recuperar a bola, fazem força de ombros e podem recuperar uma bola à solta num instante. Tal como na realidade os jogadores também perdem algum tempo quando recebem a bola e fazem um movimento com a mesma para o outro lado. Jogar directo, simples e bonito é uma das máximas deste jogo, mas o futebol espectáculo pugna pelas fintas e habilidades técnicas que acrescentam outro colorido à já de si bestial paleta de cores gráfica.

Como até aqui, na arena e com o guarda-redes defronte há tempo e espaço para treinar as habilidades; fintas, passes de calcanhar, toques, bola por cima do corpo, no fundo um périplo de recreações com a bola que acrescentam o sal e a pimenta a uma partida de futebol. E assumindo o comando de um Messi, C. Ronaldo ou Ronaldinho fica bonito ver jogadas concluídas e começadas com os toques de génio que os melhores do mundo mostraram em directo. Ainda falta a trivela de Quaresma, agora no Inter. Porém, longe de uma execução simples, só com treino começam a sair algumas fintas pois as melhores técnicas envolvem o uso dos dois analógicos e botões de apoio, os “shoulder buttons”.

Para bem das partidas estas decorrem com uma fluidez apreciável. Sem abrandamentos e “screen tearing”, a versão PS3 que testamos mostrou-se deveras competente. Os jogadores movem-se de um modo suave e realista; tropeçam, chocam, tombam desamparados, discutem ombro a ombro até à última, cortam na queima, esticam a perna para uma última possibilidade de chegar à bola e solicitam com a mão um passe à Lucho González para a imediata desmarcação. Ainda assim algumas falhas passaram na fina peneira dos produtores. Os guarda-redes por vezes permanecem estanques num cabeceamento cruzado à baliza, algo difícil de compreender. Nas bancadas o público não merece aquele cuidado que vem sendo habitual no FIFA, mas em contrapartida os estádios continuam muito definidos, vistosos e colossais num ambiente intenso de apoio à equipa caseira.

O apoio está sempre presente aos clubes e no caso dos grandes portugueses é inconfundível, por exemplo, o megafone dos super dragões no apoio ao FC Porto. Aqui o Lisandro faz golos com mais regularidade (talvez este jogo lhe sirva de inspiração para a partida de amanhã em Alvalade) e com a banda de companheiros a correr atrás dele podemos incrementar e definir a forma de festejar, algo que para certos jogadores que fazem mortais é um processo quase religioso. O colorido das partidas, efeitos da sombra, sol, imponência dos estádios, ângulos nos livres e cantos, repetições, som da bola chutada fazem o pleno de uma transmissão televisiva. Lamenta-se, no entanto, a não inclusão dos estádios dos três grandes.

Ibrahimovic sofre a pressão de Zambrotta dentro da área. Conseguirá marcar golo para a equipa de Mourinho?

A nova Luz é de uma imponência que não pode ser ignorada e o Dragão, com uma cobertura mais suave e harmoniosa, é um dos palcos mais afamados pela Europa. Já para nem falar no estádio do Braga, edificado numa antiga pedreira, que lhe acrescenta um género arquitectónico único. Depois, os rostos dos jogadores também podiam estar melhor. Nos três grandes portugueses são poucos os titulares que se assemelham aos seus congéneres reais. Os equipamentos são inevitavelmente oficiais, com todos os detalhes publicitários, mas muitas vezes só a cor, tamanho do cabelo e cor da pele ajudam a fazer a distinção entre os jogadores que tiveram algum destaque.

Os comentários de Hélder Conduto e David Carvalho estão melhorados e atribuem boa vitalidade ao ritmo das partidas, numa locução mais directa e espontânea. A banda sonora não será indiferente a ninguém quando começarem a percorrer os menus e pausarem as partidas para mexer nos vários parâmetros de jogo.

Este ano é certo e seguro que FIFA 09 surge bem apetrechado e posicionado para arrecadar o ceptro. Ao fim de várias investidas para tentar recuperar a força de outros anos, a Electronic Arts percebeu que o trabalho de casa teria de passar sobretudo pela jogabilidade, que em tempos foi causa de sucesso absoluto na série PES. Proporcionando uma experiência de jogo mais fluída e técnica há que contar ainda para este FIFA com os novos modos de jogo que fazem um apelo reforçado ao sentido de comunidade e jogo para o colectivo. No meio de tanto para jogar e descobrir, os grandes palcos mundiais estão abertos ao desafio. Já rola a bola.

9 / 10

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