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inFamous: Second Son - Análise

Rebelde em espírito, forte em personalidade.

Chegou finalmente o momento pelo qual os utilizadores da PlayStation 4 ansiosamente aguardavam, a chegada de um jogo que posso dizer com toda a segurança que pertence verdadeiramente à próxima geração. inFamous: Second Son aliciou os fãs ao longo destes meses com trailers, vídeos gameplay e imagens fantásticas que o tornaram num dos jogos mais aguardados de 2014 para a consola da Sony. O fardo sobre Second Son é pesado, não só tem que manter o legado da série inFamous, que até agora teve um percurso excelente com duas entradas de sucesso na PlayStation 3, como também tem que mostrar do que a PlayStation 4 é capaz. Era para ser um dos jogos disponíveis no lançamento em novembro, mas o adiamento para fevereiro e depois para março não soou estranho, assim o Sucker Punch teve o tempo necessário para limar as arestas e apresentar aquele que é um dos jogos mais impressionantes de sempre a nível gráfico.

Quero evitar ser apelidado de graphic whore, mas é difícil ficar indiferente aos gráficos exibidos por inFamous: Second Son. É difícil acreditar que ainda tão pouco tempo se tenha passado desde o lançamento da PlayStation 4 e já exista um jogo com este portento. Além de deixar os jogadores em êxtase, estabelece um novo padrão para os futuros jogos da consola. Não chega a atingir a meta dos 60 fotogramas por segundo (fica-se por metade deste valor), mas em troca temos uma jogabilidade muito fluída e de ritmo constante que pouco beneficiaria de uma média de fotogramas maior.

Desde o primeiro segundo que ganhamos poderes que o pormenor que salta logo à vista é o efeito espantoso de iluminação e de partículas, que continua a espantar até ao último minuto. Mas isto é apenas um pormenor entre muitos. O hardware da PlayStation 4 permitiu incutir nesta Seattle virtual um nível de detalhe nunca antes visto e possível. Seja qual for o plano da câmera, há certamente um pormenor delicioso para ser visto. Não há texturas de qualidade inferior nem poupanças em recursos, a atenção dada aos detalhes, sombras e ao comportamento da luz é sem igual.

O poderio gráfico não serve apenas para dar mais vida a uma cidade virtual, as expressões faciais da personagem beneficiam igualmente e consequentemente é criada uma empatia mais forte com o jogador, tanto que chegamos a um ponto em que sentimos que conseguimos ler-lhes o pensamento olhando para elas. É um factor importante seja qual for o jogo que esteja minimamente preocupado em construir e dar a conhecer as personagens, mas para inFamous: Second Son é ainda mais importante causar um impacto positivo e de identificação com a personagem porque estamos perante um novo protagonista: Delsin Rowe.

Depois de dois jogos passados a controlar o electrizante Cole McGrath, Delsin Rowe foi introduzido como a cara do novo jogo. Em termos de personalidade são completamente distintos. Sempre olhei para Cole como aquele tipo durão e já amadurecido. Delsin por outro lado é jovem, brincalhão, relaxado e incapaz de levar as coisas a sério. Quando ganha os seus poderes, logo nos primeiros minutos de jogo, é um miúdo assustado muito dependente do seu irmão, um agente da polícia. Já habituado às suas novas habilidades, passa a ser literalmente uma criança com um brinquedo novo.

Delsin funciona como um esponja de poderes. Basta tocar em outros condutores para ficar com os seus poderes. Curiosamente, quando isto acontece, os outros condutores não perdem os seus poderes. Depois de um ligeiro desmaio, tudo volta à normalidade, com a excepção de Densin, que fica progressivamente com mais e mais poderes. Dois deles já são conhecidos. O primeiro deles é o de fumo, com esta habilidade Delsin consegue emitir jactos pelas mãos e planear como se fosse Iron Man, lançar bolas de fogo e transformar-se em cinzas facilitando a navegação pela cidade e a possibilidade de se meter pelas condutas de ar. O segundo poder é o de Neon, que o transforma numa espécie de Flash florescente. Este poder é útil sobretudo para a deslocação, podendo ser usado para trepar prédios ou outras estruturas num ápice e sem parar.

Existem mais dois poderes além destes que não vou mencionar para não estragar a surpresa. Todos os poderes são bastantes distintos, com vantagens diferentes e igualmente eficazes contra os inimigos quando usados de forma apropriada. Devo acrescentar que a cidade foi desenhada para permitir uma deslocação fácil utilizando qualquer um deles. Há um sistema de metro como no primeiro inFamous, mas não pode ser usado da mesma forma devido à falta de poderes elétricos. O sistema de Second Son é mais subtil mas funciona em pleno, transformando a cidade quase num parque de diversões e dando fácil acesso a qualquer ponto do mapa.

Por falar em mapa, Second Son é o primeiro inFamous a ter como palco uma cidade real, Seattle, situada no estado de Washington. Alguns dos monumentos/locais mais conhecidos são facilmente reconhecíveis, sendo o mais óbvio o Space Needle, que é a imagem de marca da cidade. Dimensionalmente, não esperem uma cidade gigante na veia de Los Santos e arredores de Grand Theft Auto V. A Seattle de Second Son tem, mais ou menos, as mesmas dimensões que as cidades dos seus antecessores. A cidade acaba por parecer mais pequena por a deslocação conseguir ser mesmo rápida, mas basta subir ao topo de um arranha céus para perceber que o seu tamanho é razoável, e relembrando o nível de detalhe, acaba por ser um feito de mérito.

"Todos os poderes são bastantes distintos, com vantagens diferentes e igualmente eficazes contra os inimigos quando usados de forma apropriada."

Como Delsin é uma esponja de poderes, e não um gerador como era Cole, está limitado e tem que regularmente absorver fontes de poder, dependendo do que deseja ter, ou seja, não pode trocar de forma imediata o tipo de poder que está usar, a troca acontece quando absorvem uma fonte. Se absorverem uma fonte de fumo, vão ficar com o poder de fumo, até que absorvam uma fonte de outro tipo. Com qualquer um dos poderes a jogabilidade é espectacularmente fluída, mas acredito que poderia ser mais dinâmica e melhor ainda se houvesse a opção de trocar livremente de poderes, combinando os seus efeitos.

A jogabilidade tem por base os inFamous anteriores. De regresso está a mira para que seja possível apontar e disparar os nossos poderes e a habilidade de trepar edifícios e outras estruturas urbanas. Todos os poderes também têm a capacidade de planar. A principal diferença entre os poderes está na forma deslocação e nos ataques mais fortes. Depois de Delsin causar uma certa quantidade de danos, fica acessível o poder ativado a carregar para baixo no d-pad. Este é o ponto alto da jogabilidade e do festim visual que é inFamous: Second Son. Com o poder de fumo, Delsin transforma-se em três bolas de fogo em sentido ascendente, regressa à sua forma humana já percorridos uns bons metros na vertical, e deixa-se cair a alta velocidade causando estragos gigantes na área onde aterra.

Se o colocarmos lado a lado com o jogo anterior, a maior novidade na jogabilidade de inFamous: Second Son é a variedade de poderes que desta vez temos. A fórmula foi aprimorada, que é o que se pede sempre numa sequela, mas mais importante ainda, é a ilusão de poder criada. No final vão-se sentir como réis da cidade, intocáveis e capazes de enfrentar qualquer desafio, e num jogo que controlamos uma personagem com super-poderes, é essencial que assim o seja.

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Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.

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