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MotorStorm: Apocalypse

A beleza de um caos organizado.

Motorstorm é certamente uma das séries mais queridas para todos aqueles que inauguraram a compra da PlayStation 3. Era uma promessa de corridas loucas onde a velocidade e destruição eram uma das constantes em forma de ponta de lança da nova geração. Depois de um segundo jogo, onde pouco mudou a não ser o ambiente das corridas dos Motorstormers numa ilha paradisíaca, Apocalypse chega como um tufão que revoluciona o jogo tornando-o ainda mais demolidor.

A série tem aos poucos ganho uma maior identidade do que significa ser um Motorstormer. Se no primeiro, as pistas malucas e corridas frenéticas pautavam toda a acção, no segundo uma maior individualidade dos corredores tornavam cada corrida mais significativa. Mas é neste terceiro jogo que a questão se torna mais clara, criando muitas vezes uma sensação de nostalgia, principalmente quando somos brindados com imagens do Monument Valley. MotorStorm: Apocalypse parece ter sido construído de fãs para fãs da série. Existe uma sensação de enorme carinho para com a produção, criando aspectos tão familiares, mas ao mesmo tempo trazendo novidades de verdadeiro relevo.

O terceiro jogo traz pela primeira vez uma história para dentro do jogo. Com cut-scenes a misturar o cartoon estático e animações, um pouco como inFamous, somos conduzidos pela história de três Motorstormers, que participam nas corridas loucas numa cidade em plena destruição, conhecida simplesmente por The City. As histórias são cobertas pelo cameraman Cutter, uma personagem não jogável, mas que grava todos os acontecimentos. Tudo isto claro no modo carreira, onde temos três histórias e consequentemente três personagens a seguir. Cada história representa o nível de dificuldade, criando assim uma forma interessante de nos "obrigar" a cumprir com todas as dificuldades. Corremos com o Mash no modo Iniciado, com o Tyler no modo Pro e Big Dog no modo Veterano.

Este modo história é sem dúvida muito bem-vindo, criando uma maior ligação com tudo o que se passa no festival. O festival dura dois dias, e a City foi evacuada, ficando apenas os lunáticos e claro os Motorstormers que vão sempre em busca de enormes desafios. Mas, para além de todos estes, ainda existem os grupos armados, que estão a controlar a zona, e que serão eles mesmos um empecilho nas corridas. De forma teórica, colocar uma história dentro de um jogo de corridas poderia não funcionar. O passado tem bons exemplos disso. Mas a forma como o estúdio Evolutions criou o modo, torna-o muito apetecível. As cut-scenes são muito divertidas, cheias de pequenos pormenores de sarcasmo, de machos e claro de um pouco de mentes aluadas. Não esquecer as alusões aos anteriores jogos, que estão fantásticas. Não é uma história de fazer elevar os corações de Hollywood, mas cumpre perfeitamente para o objectivo, estando muito bem localizada para o português, embora comece a cansar as vozes por vezes irritantes do elenco escolhido sistematicamente pela Sony.

Neste modo carreia, não iremos poder trocar, quitar ou alterar o nosso veículo. Existe uma história para ser contada (ou três), e somos conduzidos por cada prova, onde nos é entregue um veículo de acordo com o enredo. As provas não são apenas de "fica em X lugar" para passares à prova seguinte, embora esta continua a ser a modalidade mais presente. Teremos embates um a um, bem como provas de eliminação, onde consoante o tempo passa o último vai sendo eliminado até restarem apenas dois. As cut-scenes vão de certa forma ligando todas as peças, durante os dois dias de Festival. Para um jogador habituado à série, irá rapidamente e com alguma facilidade cumprir com todos os desafios. A maior dificuldade prende-se em querermos ficar em primeiro lugar em todas as provas.

De acrescentar que em cada prova existe um determinado número de Cromos para coleccionar, que nos darão acesso a partes do enredo, de conhecer algumas personagens, ou até mesmo da história de outros Festivais. Com todo o frenesim das provas, a velocidade a que tudo corre e o desejo de ficar à frente e não morrer pelo caminho, a obtenção dos Cromos mostrar-se-à uma tarefa árdua. Alguns estão colocados em sítios extremamente difíceis de chegar. Mas este modo carreira é uma parte do que MotorStorm: Apocalypse é.

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Jorge Soares

EG.pt Master of Puppets

Sempre ocupado e cheio de trabalho, é ele quem comanda e gere a Eurogamer Portugal. Queixa-se que raramente arranja tempo para jogar, mas quando está mesmo interessado num jogo, lá consegue arranjar uns minutos. Tem mau perder e arranja sempre alguma desculpa para a sua derrota, mas no fundo, é o que todos fazemos.

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