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Sonic the Hedgehog 4: Episode 1

O bom filho a casa retorna.

A Sega foi muito clara nas intenções quando lançou Sonic the Hedgehog, o ouriço azul super sónico que ficou para sempre cravado na memória colectiva de legiões de jogadores e simpatizantes. Sonic não era apenas um competidor no género das plataformas, vingava na conjugação de plataformas com velocidade ritmo e fluidez, essencialmente sobre como atravessar do ponto A ao ponto B com estilo. Dos movimentos mais entronizados como saltos para plataformas, ataques sobre criaturas robóticas, mas também mecanismos que catapultavam Sonic e tornavam o processo de progressão em cada nível como se de uma prova de 100 metros obstáculos se tratasse, Sonic era único, pelo menos a Sega assim o deixou estar durante algum tempo, e com sucesso, a tal ponto que a personagem chegou a colorir o Williams F1 em 1993.

Antes da passagem para as três dimensões cada exercício de remodelação do original cumpria as expectativas, mas a marcha triunfante cedeu a corda na passagem para o 3D. Perdeu-se a noção de equilíbrio, saiu de cena o ambiente adequado à personagem e reinventaram a jogabilidade, o que significou um avolumar de problemas. A personagem integrava um ambiente que não lhe dava margem de progressão, pelo menos como tínhamos conhecido. O estilo e a execução simples perderam-se.

Splash Zone, refrescante.

Muitos anos passaram e todas as tentativas para reciclar a série só conseguiram despertar ainda mais a contestação dos fãs. Dando sinais de impotência para a evolução da série – pelo menos da forma desejada -, a Sega optou, desta vez, por simplificar a tarefa, voltando às origens, aos típicos e coloridos ambientes em 2D, com uma apresentação arrojada fruto do HD, ao mesmo tempo que retocaram o ouriço, mostrando firmeza na recuperação.

Com isto cumpre apurar se ainda faz sentido voltar ao passado da série Sonic e replicar um conceito seguro, mas que encerra algum anacronismo e se ao voltar atrás desta forma o faz cumprindo as metas? No que respeita à última questão, será dada ao longo desta crítica. Quanto à primeira, faz todo o sentido voltar a jogar Sonic num esplendoroso 2D. Não deixa de ser um Sonic revivalista, dirigido para um objectivo muito específico, recuperar a carga emocional e nostálgica.

As plataformas dos jogos curtos e a baixo preço não vive confinada apenas pelas criações originais e recuperações de clássicos em grosso modo, é ainda uma boa base para dar continuidade aos clássicos, uma ponte de ligação a outras gerações como fez a Capcom com Mega Man 9 e 10. É com agrado que vemos rebentar Sonic 4. Com ele despertam lembranças e ergue-se um novo desafio. Vendo bem, Sonic joga-se tão bem, como há quinze ou vinte anos.

De um modo geral, Sonic 4 não introduz grandes alterações à fórmula original. Bastante atractivo visualmente (realçado pela alta definição), a primeira impressão que assume algum destaque mas também estranheza é proporcionada pela jogabilidade. O primeiro contacto revela um Sonic um pouco mais pesado e preso antes de desatar a correr como o conhecemos.

Nem Aladino conseguiu um tapete de cartas.

É verdade que perdeu alguma da agilidade imediata, porém esta percepção figura apenas dentro dos primeiros instantes de contacto. O tempo sucessivo que lhe é destinado acaba por eclipsar essa sensação, retomando uma sensação de extrema fluidez e simplicidade, porventura até mais facilitada no trampolim operado pelas molas e roldanas de velocidade. Dantes era necessário cair sobre as molas para obter uma projecção, agora é suficiente ir de encontro à mola para ser catapultado no ar ou pelo chão a toda a velocidade.

Em boa medida a inclusão do "home attack" facilita a fluidez e ritmo de jogo, sendo uma implementação que vem dar nota da boa construção dos níveis. Isto não quer dizer que o jogo decorra de forma automática ou on-rails (os primeiros níveis da Splash Zone permitem esssa ideia). Secções mais avançadas oferecem desafios enérgicos, ainda que seja um prazer arriscar e manter a velocidade mesmo quando é exigida prudência.

De um modo geral os níveis apresentam-se como autênticas montanhas russas. É fantástico entrar com rapidez para recolher o máximo possível de moedas, enfrentar o contra-relógio e procurar mais pontos (podem completar os níveis usando o modo contra-relógio ou pela pontuação máxima para registar o tempo/pontuação nas tabelas on-line).

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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