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Xtype Plus - Análise

Um sonho cumprido.

Inspirado em shmups de duplo comando analógico, como Geometry Wars, Xtype Plus é a mais recente entrada do género na Wii U, pela mão do unipessoal Phoboslab. Lançado na Europa no final do mês de Julho, Xtype acaba por prestar mais homenagem e tributo às influências do que estabelecer novas fronteiras e conseguir uma diferença. Isto não quer dizer que os fãs de "shmups" não encontrem aqui uma fórmula apelativa, bem construída e desafiante. Num género que continua a ser dominado pelos "bullet hell" japoneses, com estéticas de forte composição animé que lhes confere um traço muito vincado, um jogo mais compacto como este Xtype Plus pode causar alguma divisão, atendendo às poucas opções e modos de jogo.

Mas há uma diferença significativa. Enquanto que muitos "shmups" são criados a partir de orçamentos estáveis e por estúdios calejados num género, Xtype Plus é a concretização de um sonho de um pequeno produtor independente que sempre quis fazer um jogo que pudesse ser comercializado numa consola. Xtype Plus é uma obra muito pessoal de Dominic Szablewski, que tirando partido do Nintendo Web Framework para a Wii U e que funciona como uma remoção de uma barreira impeditiva de criação de trabalhos em 2D à maioria dos produtores independentes, possibilita que trabalhos como este, com base na linguagem HTML5, possam receber luz verde.

Vagas de projécteis.

Dominic "one game show" está mergulhado noutros projectos e jogos de diferentes géneros, mas o seu Xtype Plus para a Wii U obteve o interesse da Nintendo ao ponto de o ter chamado para a GDC, na Europa, em 2013. Desde então que não parou com o aperfeiçoamento. Ao aceder à tecnologia facultada pela Nintendo, este pequeno produtor acedeu às funções completas da consola como comandos, sistema online e outras funcionalidades. Xtype Plus revela como a Nintendo está muito mais disponível do que há uns anos para aceitar todo o tipo de trabalhos da cena indie.

Em Xtype Plus o jogador comanda uma nave espacial usando dois analógicos. Um para o movimento da nave, outro para os disparos a laser. Podendo manobrar o aparelho num espaço amplo, o objectivo passa por vencer as sucessivas vagas de "bosses" e evitar as vagas de disparos lançados pelo inimigo. Os "bosses" apresentam um aspecto variado e algo rochoso, mas não 3D, aliás todo o jogo está construído em 2D. Mas o objectivo passa por destruir os pontos vitais, começando por "escavar" a superfície, para depois atingir o núcleo, o que produz uma dinamitação significativa no ecrã. De seguida mais uma criatura gigantesca entra em cena, pelo que continuamos a lutar pela sobrevivência e pela melhor pontuação. Não existem "power ups", melhorias, diferentes polaridades, etc. Diria que falta o segredo do jogo. Possuímos apenas três vidas, o que acaba por saber a pouco ao fim de uma meia dúzia de recomeços. Ou seja caímos num modelo de jogabilidade fortemente circular. Todavia, as melhores pontuações podem ser enviadas para uma tabela de liderança online. Sempre dá para ver como nos posicionamos além-fronteiras.

O modo Plus é a alternativa.

Existe ainda um modo de jogo alternativo que consiste em batalhar os mesmos adversários, com a novidade a repousar nas bombas com as quais neutralizamos vagas de balas inimigas, limpando o ecrã num ápice. Em forma de "time trial" e em vez de três vidas, o jogador perde preciosos segundos todas as vezes que é atingido. O jogo termina quando não sobram mais segundos para contar. As melhores partidas podem ser gravadas e enviadas para uma plataforma online que permite a qualquer um observar a repetição. A estética de Xtype Plus é simples e é um jogo de poucas cores, mas muito brilhante, polido e com uma boa sensação de física, fluidez e controlo. Pena por isso que acabe por ser uma experiência simples e sem aquela alma. A sonoridade é bastante interessante e adequa-se bem ao género. Xtype Plus vence sobretudo na física, fluidez, precisão de movimentos e desafio, elementos que revelam boa segurança e criatividade. Falha no entanto em criar mais empatia com o jogador, dando a impressão de ter ficado apenas pela superfície, por um começo. Xtype Plus teria a ganhar com mais soluções, opções e modos de jogo. Veremos como trabalhará Dominic Szablewski doravante mas este jogo não deixa de ser uma óptima porta de ingresso, pensando já noutros voos e disparos.

6 / 10

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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