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Xbox volta a contar com o brilho indie em 2023

Um olhar a alguns destaques que estão a chegar.

Desde o lançamento de Braid em 2008 na Xbox 360 que Jonathan Blow ajudou a Xbox a traçar o perfil de uma nova era na indústria dos videojogos. Braid foi o primeiro grande exemplo da atual era em que vivemos, um jogo desenvolvido por uma pequena equipa, sem o apoio de mega editoras, com o intuitivo de surpreender com mecânicas inovadoras, fascinar com a estética artística e conjugar uma menor duração com um menor preço.

Atualmente, existem inúmeros tipos de produções indies, das mais variadas escalas, mas diria que Braid ainda é um fascinante representante das ambições de uma produção indie. Seja aguçar o imaginário de formas que os blockbusters não conseguem ou libertar-nos de uma indústria presa aos mesmos géneros, os estúdios indie resultam numa indústria mais saudável, que beneficia com a diversidade que trazem.

Perante isto, não surpreende que a Xbox permaneça apaixonada pelas produções independentes e pelo rico potencial que trazem para as suas plataformas, sem esquecer o Game Pass. Para revelar mais de alguns dos mais aguardados indies do ano, a Xbox convidou-nos para assistir a um evento e ficamos perante quatro títulos de elevado potencial, Planet of Lana, The Last Case of Benedict Fox, Everspace 2 e Lightyear Frontier.


Planet of Lana

Planet of Lana é o que considero de perfeito exemplar do papel dos indies neste nosso adorado entretenimento. É um jogo que suscita interesse, aguça a curiosidade e pensado como uma experiência mais pequena, mas ainda assim capaz de surpreender. Um jogo que não se rege pela escala épica dos seus cenários ou texturas, mas sim pela forma como captura a essência de eras passadas, num tom moderno.

Planet of Lana transporta-te para um planeta misterioso e nesta apresentação da sueca Wishfully, ficou declarada a paixão pelas produções de Fumito Ueda na forma de uma criança, que terá de navegar por locais perigosos com a ajuda de uma pequena criatura. Com Takeshi Furukawa de The Last Guardian a trabalhar na banda sonora, essa relação fica ainda mais próxima.

É impossível olhar para Planet of Lana e não pensar em Limbo e Inside, duas aclamadas experiências focadas na exploração na lateral com fundos dinâmicos onde decorrem ações que conferem alto dinamismo à narrativa, que aqui é contada sem diálogos. A amostra de gameplay apostou precisamente nisso, em quebra-cabeças que existem combinar esforços entre a pequena rapariga e a criatura, com limitações inerentes a cada um que incentivam a cooperação, enquanto no fundo os cenários iam adensando o mistério.

A equipa também confessou que os trabalhos da Studio Ghibli foram uma grande inspiração, especialmente Spirited Away. A equipa sueca procurou criar uma atmosfera de mistério e suspense, para motivar o gameplay, com uma grande doçura nas personagens principais para momentos de ternura que vão agarrar o jogador.

Confesso que foi um jogo que me deixou logo com vontade de pegar no comando e jogar, mas teremos de esperar pela primavera para começar a descobrir Planet of Lana.

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The Last Case of Benedict Fox

The Last Case of Benedict Fox foi outro forte destaque desta apresentação da Xbox, e dos esforços de quem trabalha no programa ID@Xbox para encontrar e apoiar os mais empolgantes indies em desenvolvimento. Desde Shadow Complex em 2009 (outra pérola inesquecível dos primeiros dias do Xbox Live Arcade) que os estúdios indie criam os Metroidvania que as grandes companhias deixaram para trás. Hoje em dia existem jogos destes aos pontapés, o que torna mais difícil para as equipas se diferenciarem.

O gameplay de The Last Case of Benedict Fox que vi foi o suficiente para perceber o porquê da Xbox ter decidido que a Plot Twist merece o seu apoio. Este Metroidvania tem o potencial para se tornar em algo especial, seja pelos visuais, estética, gameplay ou pela robustez com que parece unir todos estes elementos. Por vezes, até se torna difícil acreditar que é um indie de uma equipa relativamente inexperiente.

No entanto, esse é o encanto dos indies, produções criadas por aventureiros apaixonados pela indústria que adoram tanto os trabalhos dos maiores criadores que decidem apresentar o seu próprio projeto. Em The Last Case of Benedict Fox, viajas para um limbo criado a partir das memórias de outras pessoas, e no papel de Fox terás de navegar por diversos níveis, resolver puzzles e despachar alguns inimigos. É o que esperas de um Metroidvania, mas com o seu cunho pessoal.

Possuído por um demónio, Fox viaja para este limbo com poderes que justificam mecânicas gameplay de alto dinamismo, como duplo salto, combate e até o uso de defesas especiais. Além dos seus gráficos se posicionarem como um dos maiores destaques, a atmosfera e gameplay vão ter a oportunidade para surpreender. Seja nas boss fights ou na mistura de plataformas, combates e puzzles, The Last Case of Benedict Fox está pronto para se tornar numa nova referência metroidvania.

The Last Case of Benedict Fox chegará a 27 de abril e, tal como todos os jogos aqui presentes, estreará no Game Pass. A sua qualidade visual e a irreverência artística vista em alguns dos momentos sugere que se trata de algo mesmo especial e engenhoso.

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Lightyear Frontier

De todos os jogos presentes no evento da Xbox, diria que Lightyear Frontier é o mais bizarro de todos, mas ainda assim um forte exemplar da diversidade que é atualmente permitida aos indies. Imaginar um jogo de agricultura com mechs jogado na primeira pessoa é um conceito surreal. Agora, imagina apresentar esta ideia há 10 ou 15 anos atrás.

Transportado para um planeta extraterrestre, terás de usar mechs para plantar sementes de flora bizarra e recolher recursos espalhados por aquele mundo. Quanto mais exploras e recursos recolhes, mais avanços vais alcançar, a dada altura terás até eletricidade para novos avanços tecnológicos, sem esquecer combustível para o fato mech.

É um jogo sem violência, com muita cor e focado na criação, algo que poderá destacar-se numa indústria tão focada na destruição. Num jogo que pretende tornar-se numa espécie de sessão de relaxe, Lightyear Frontier chegará inicialmente em Acesso Antecipado na primavera e somente após alguns meses de desenvolvimento, com o apoio dos jogadores, terás a versão completa.

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Everspace 2

Entre os 4 jogos presentes neste evento, Everspace da Rockfish Games é aquele jogo que surpreenderá qualquer um ao ser apresentado como indie. O estúdio alemão obteve imensa experiência com o primeiro e com o acesso antecipado desta sequela, ao ponto de ser difícil acreditar que se trata de um indie, tal é a sua escala e robustez das ideias.

Everspace é um action RPG espacial em mundo aberto, com imensos planetas para explorar, loot para recolher e combate de grande intensidade. É um jogo que se diferencia do anterior não só no design, mas também na abordagem ao ciclo gameplay e na escala da experiência. Apresentado como um projeto de sonho, Everspace 2 é um jogo raro de ver e com o potencial para encantar os amantes de naves e exploração espacial.

Everspace 2 chegará com 9 naves, com habilidades que habitualmente vemos nas classes RPG, a possibilidade de explorar mundos subaquáticos, personalização de naves, loot para melhorar o gear da nave e até um sistema de fabrico para personalização. A equipa teve ainda o cuidado para implementar a possibilidade de controlar as naves na primeira ou terceira pessoa, e foram implementados modificadores que ajudam a tornar mais profundo o gameplay.

Everspace 2 chegará a 5 de abril e parece mais um espetacular exemplo de uma era na qual os AA começam a ganhar forma.

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Planet Of Lana

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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