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X-Men Apocalypse - Tão bom quanto os anteriores?

Fomos à estreia ver o novo filme dos X-Men.

X-Men: Apocalypse, o mais recente trabalho de Bryan Singer, que nos trouxe todos os filmes dos X-Men menos aquele horrível X-Men: Last Stand, estreou ontem nas salas de cinema em Portugal. Depois de X-Men: First Class e X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, em colaboração com Simon Kinberg, Singer mostrou que não tem medo de abordar as mais icónicas narrativas dos comics. Depois da adaptação desse marcante clássico de Chris Claremont e John Byrne para os cinemas, temos agora uma das principais figuras do mundo mutante como antagonista de um filme: Apocalypse.

O deus mutante adormecido, acorda finalmente pronto para limpar a terra dos deuses falsos que sujam a mente da humanidade com o seu controlo mesquinho e, tal como nos dois anteriores, um dos aspectos mais fascinantes é ver como os nossos personagens favoritos são inseridos em épocas passadas. Depois dos anos 60 em Primeira Classe, e dos anos 70 em Dias de Um Futuro Esquecido, Apocalypse decorre nos anos 80 e esperem ver inúmeras referências a esse período temporal. Aliás, a forma como os filmes aplicam certas modificações aos personagens e os enquadram com as décadas onde os filmes decorrem é um dos elementos de melhor qualidade.

Algo que é preciso ter em conta é que esta trilogia não está relacionada com a original, iniciada em 2000 com o filme X-Men, também de Bryan Singer. O director aproveitou Dias de um Futuro Esquecido para eliminar essa linha temporal e permitir maior liberdade criativa com os novos filmes, não só com este Apocalypse como também com os outros que virão a seguir (o filme Novos Mutantes e Gambit são pelo menos duas confirmações), e estabeleceu um novo ponto de partida para o futuro. Os eventos de Apocalypse decorrem em 1983, e como referido podem esperar inúmeras alusões aos loucos anos 80. As personagens que vemos aqui em nada estão relacionados com os que vimos anteriormente.

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Isto quer dizer que se choraram pelo que fizeram aos personagens em X-Men, X2 e X-Men: Last Stand, especialmente neste último, podem respirar de alívio porque também os responsáveis por eles preferiram agir como se nunca tivessem acontecido. Assim se explica a origem e encontros entre algumas personagens neste Apocalypse, e assim se prepara o futuro. Singer e Kinberg quiseram começar de fresco, com total liberdade, e isso permitiu "brincar" com momentos icónicos dos comics que são inseridos nos eventos do filme mesmo sem terem qualquer relação. Existe um momento bem especial que vão presenciar que só foi possível graças a esta nova postura.

"Isto quer dizer que se choraram pelo que fizeram aos personagens em X-Men, X2 e X-Men: Last Stand, especialmente neste último, podem respirar de alívio porque também os responsáveis por eles preferiram agir como se nunca tivessem acontecido."

Antes que possa escrever mais alguma coisa, tenho que deixar uma referência à banda sonora composta por John Ottman, é mesmo um dos mais interessantes e agradáveis elementos do filme. Ajuda imenso na criação da personalidade de En Sabah Nur, personagem interpretado por Oscar Isaac (o Poe Dameron de Star Wars: O Despertar da Força), e se existe aspecto fabuloso neste X-Men: Apocalypse, é toda a qualidade da banda sonora, das músicas, e dos momentos em que as ouvimos. Parabéns para os responsáveis.

Com total liberdade para mexer com os personagens, e com um grupo tão rico e diversificado de indivíduos que seguimos com carinho durante décadas, Singer procurou um grupo coeso e forte, capaz de marcar os espectadores. X-Men: Apocalypse segue na onda dos dois anteriores e consegue entusiasmar o espectador, especialmente com um conjunto de personagens destas, e o bom humor faz-se sentir nos momentos mais oportunos. Sem exagero mas presente. Com tantas personagens de grande carisma e tão acarinhadas, seria expectável que nem todas tivessem o mesmo tempo de antena ou importância e poderá ser aqui que o filme divida os espectadores.

Sendo En Sabah Nur um personagem tão forte, e o nome do filme, é óbvio que será um dos maiores focos, mas muitos poderão sentir que a sua personagem favorito não recebe o respeito ou tempo merecido, ou até que algumas das personagens mais importantes dos anteriores ficam em segundo plano. Existem algumas que mais parece que apareceram só porque sim. É o caso de Raven de Jennifer Lawrence. Por outro lado, a Jean grey de Sophie Turner e o Scott Summers de Tye Sheridan conseguem ser interessantes, e são duas das principais ferramentas para preparar o futuro dos X-Men no cinema.

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O grande problema de X-Men: Apocalypse está no momento em que os grandes confrontos acontecem. O ritmo do filme é agradável e existem muitos bons momentos mas quando chega a hora de vermos os Quatro Cavaleiros e os X-Men a combater, nunca chega a ser tão épico quanto imaginaram dos comics. Para quem chega aqui depois de assistir a Capitão América 3: Guerra Civil, que abordou de forma excelente as cenas de acção, X-Men: Apocalypse está uns furos abaixo do esperado. É mesmo uma pena pois personagens como Magneto ou Raven não são bem aproveitadas e faltou espectacularidade.

Este é um filme curioso e interessante apenas para os fãs mais acérrimos dos X-Men. Não parece acompanhar a crescente escalada pela montanha da ambição que tem acompanhado os grandes blockbusters da Marvel. Especialmente depois de Vingadores, Guardiões da Galáxia e Capitão América 3: Guerra Civil, a parada subiu muito. No entanto, mantém a qualidade sóbria de bom tom que vimos em Primeira Classe e Dias de Um Futuro Esquecido, preparando ainda o terreno para o futuro. Simplesmente, fica a sensação que estes personagens e este vilão precisavam de um nível épico a combinar.

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Sobre o Autor
Bruno Galvão avatar

Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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