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Wild Season - Antevisão

A vida no campo não é tarefa fácil.

O que é que Harvest Moon, Animal Crossing, Rune Factory e Thousand Arms têm em comum? São todos eles jogos inseridos em séries que de uma forma ou de outra serviram de inspiração para este Wild Season. A primeira aventura do Quickfire Games que recorreu ao Kickstarter em 2013 para ajudar a financiar o seu primeiro jogo que agora em 2015 chegou ao Early Access do Steam. É sem dúvida um produto curioso e diferente daqueles que a grande maioria poderá estar habituado mas que certamente terá um público dedicado à espera de descobrir se este novo desafio no campo está à sua altura.

A ideia de sermos transportados para fora do nosso quotidiano, para longe da cidade e para fora da banalidade dos nossos dias há muito que tem vindo a ser explorada em diversas séries. Deixar a vida na cidade para tratarmos de uma quinta e lidarmos com a diferente vida campestre é um desafio para as actuais gerações quando na verdade era o quotidiano para os nossos pais ou avós. Wild Season pretende capturar a essência de séries como Harvest Moon, combinando elementos de Animal Crossing ou Rune Factory para oferecer uma experiência com elevada profundidade e diversão para os que gostam de sentir uma causa e consequência nas suas acções.

Este RPG/simulador de vida campestre vai ainda buscar elementos de novela visual para tornar a sua história mais envolvente. Ao mesmo tempo esta decisão permite que toda a interactividade com a nova comunidade seja um dos divertidos e principais focos de Wild Season. Isto porque o jogo começa com um personagem que podia ser qualquer um de nós. Perdido na cidade sem qualquer propósito, mais um entre muitos, cujo potencial estava a ser desperdiçado dia após dia. A sensação de navegar sem propósito na vida é rapidamente ultrapassada quando um dia compramos a licença para uma quinta e nos mudamos para o campo.

Tendo em conta que o enredo, a interacção com os outros personagens e a forma como desenvolvemos as nossas relações são um dos pontos principais deste jogo, não me vou alongar muito sobre esta elemento mas diria que foi alvo da devida atenção. Tendo em conta as inspirações das quais resulta, é fácil compreender porque é que Wild Season quis ser mais do que um farming sim, investindo tempo para encaixar o jogador numa nova sociedade. Completa com personagens diferentes e característicos que procuram dar vida a esta comunidade.

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"O enredo dita que teremos que interagir com outros personagens e uma forma de ganhar dinheiro é mesmo trabalhar para os outros."

Para fugir à banalidade do chegar a um local e trabalhar com mínima interacção, ou para aprofundar mais esta componente, o estúdio decidiu ainda incorporar um enredo com mistérios a serem descobertos. A possibilidade de escolher entre diferentes opções de resposta em alguns momentos também ajuda a reforçar de que a nossa decisão afecta o que se passa ali naquele local. Wild Season não tem qualquer problemas em mostrar o quão perto está dos produtos dos quais deriva mas também não esconde o orgulho que tem na forma como difere na abordagem a essas ideias.

Com adoráveis visuais a 2D, Wild Season transporta-nos para uma quinta que ninguém se atreveria a habitar e a cuidar. Será precisamente isso que faremos. No primeiro dia temos aquela sensação estranha de termos caído num lugar estranho para aos poucos e poucos começarmos a dominar as mecânicas de jogo e nos tornarmos numa celebridade. O conceito é simples: teremos que plantar vegetais, plantas e criar animais para depois vender a colheita de forma a transformar o lugar decrépito num poço de riqueza e bem-estar.

Como seria de esperar, o conceito é altamente simples e as mecânicas de jogo práticas mas a profundidade ditará que todos os diferentes elementos devem ser respeitados. Será a forma de respeitar o eco-sistema estabelecido. Poderemos plantar mais vegetais ou mais animais quando tivermos dinheiro mas inicialmente não temos nenhum. Temos que cuidar da terra e regar as plantas/vegetais mas primeiro teremos que comprar melhores ferramentas para obter melhores resultados. Tudo está ligado e a forma como gerimos o tempo neste mundo poderá ditar os nossos resultados.

Por outro lado, o enredo dita que teremos que interagir com outros personagens e uma forma de ganhar dinheiro é mesmo trabalhar para os outros. Acima de tudo, temos que assumir uma postura consciente para cuidar do que é nosso. Isto significa um foco e empenho nas tarefas essenciais que fazem deste Wild Season um farming sim mas ainda assim será possível conhecer de forma fácil como difere de outros do género.

Especialmente quando nos tenta socializar com a comunidade, sempre procurando personagens que nos colocam em diferentes situações e espécies de diálogo. Wild Season vai ainda mais longe com o tipo de actividades que podemos realizar fora da hora laboral. Com um tom mais maduro que a maioria que já conhecemos, aqui nem tudo é bonito para os personagens desta comunidade. É aquele tal mistério no enredo que pretende envolver o jogador e tornar a sua experiência neste jogo numa jornada quase real pelo quotidiano de uma aldeia

Wild Season está actualmente disponível por €27.99 no Steam e apesar de poder enganar, ainda não está completo. Com versões PlayStation 4, PlayStation Vita e Xbox One agendadas para o futuro, ficamos perante a pergunta que consideramos mais pertinente: será que o preço está correcto? Acreditamos que existe talento e engenho na forma como o jogo respeita os clássicos nos quais se inspira e tenta oferecer o seu toque próprio mas poderá estar a prejudicar-se com um preço tão elevado. Tendo um público tão específico, está logo à partida condicionado e terá que se esforçar muito para se tornar atractivo.

Para o futuro temos várias novidades a caminho que vão aprofundar ainda mais todos os sistemas de jogo. Vamos poder criar animais com muito mais opções, perseguir narrativas românticas mais variadas, cozinhar em tempo real, usufruir de uma banda sonora com mais temas e 85 tipos de de plantas de podemos cultivar. Não existem dúvidas que o Quickfire sabe o que torna o seus exemplos tão bons e sabe o que gostaria de ver incorporado neles agora será uma questão de esperar por mais.

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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