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Virtual DS - 3D renovado em portátil 3DS

A Nintendo reescreve a sua história.

Errar é humano e tirar conclusões dos falhanços mais ainda. Só assim podemos enquadrar melhor as difíceis decisões que tiveram de tomar muitas fabricantes desta indústria que redundaram em fracassos. Quando em Dezembro de 1995 a Nintendo decidiu descontinuar a consola Virtual Boy como primeiro sistema dedicado de jogos preparado para correr software em exclusivo 3D, não lamentou, seguramente, a ideia que presidiu à sua origem. Lamentou talvez o formato escolhido. Uma máquina algo pesada, quase robótica e como que oriunda de um filme de ficção científica mais depressa assustou os consumidores em vez de os levar a investir numa coisa nova.

É verdade que algumas pessoas que fugiram dela a sete pés em meados dos anos noventa, passam a pente fino o ebay à procura desse mítico aparelho em estado novo e, se possível, fechado, quanto mais não seja para o juntar à colecção. Gostamos da nostalgia e de ver como era diferente há quase vinte anos. Mas o certo é que a Nintendo aprendeu com o que correu mal com o Virtual Boy. Os poucos jogos editados e sobretudo as vendas muito aquém do esperado espelharam o falhanço de uma iniciativa demasiado arriscada e fizeram soar o alarme em Quioto. Gunpei Yokoi foi inventivo e seguro quando convenceu a Nintendo a criar maravilhas para a primeira grande portátil da Nintendo que fazia dinheiro. Meio caminho já estava aberto com outra portátil, a Game & Watch, mas esse bloco rectangular cinzento, sólido e uno, ainda é um dos maiores ícones da cultura popular do começo da década de noventa, ao mesmo nível da Guerra no Golfo lançada por Bush (pai).

Após riscar por inteiro a página do Virtual Boy, a Nintendo regressou ao trabalho criativo e até encontrar o momento oportuno para relançar um formato visual que andaria nas suas imediações e que poderia receber o agrado do público, decorreram quase 20 anos. A aposta foi menos arriscada. Ao escolher a Nintendo 3DS como evolução da Nintendo DS para implementar um ecrã capaz de gerar efeitos tridimensionais de intensidade regulável, a Nintendo não só tirou a lição do que correu mal, como foi capaz de reformular a engenharia de um sistema de modo a não pôr em causa essa mina de ouro que é a Nintendo DS.

À luz dos potenciais consumidores, as muitas dúvidas sobre a real capacidade de um ecrã com 3D sem necessidade de utilização de óculos foram caindo e perdendo validade à medida que testemunharam produtos como The Legend of Zelda Ocarina of Time 3D, Super Mario 3D Land, Resident Evil Revelations, Mario Kart 7 ou Kid Icarus Uprising, títulos que contaram com uma produção de modo a tirar partido do 3D. É um ecrã mágico que existe na 3DS e esses são alguns dos jogos que põem à prova a sua capacidade. O alargamento da dimensão de jogo, conjugado com a riqueza de cores e maior processamento, permitem interacções dignas de outro tipo de contemplação. Ao mesmo tempo, para os produtores, a 3DS representa a possibilidade de trabalhar com outras ferramentas para um alargamento da criatividade.

Os indicadores de vendas que chegam semanalmente do Japão confirmam que a Nintendo 3DS não terá dificuldades em figurar na lista dos sistemas melhor sucedidos na companhia. A lista do software que ainda está em desenvolvimento é grande e diversificada. Luigi's Mansion Dark Moon (2013) e o Professor Layton and The Legacy of Civilization anunciado na anterior semana em mais um Nintendo Direct são apenas duas das incontáveis produções que irão contribuir para manter ligado o 3D por mais tempo.

Todas as decisões tomadas por grandes fabricantes mundiais envolvem decisões vitais, que tanto podem assegurar o futuro da empresa, como deitar tudo a perder. A Nintendo derrapou com o Virtual Boy, mas ao contrário de outras concorrentes de negócio que anos mais tarde acumularam avultadas perdas e prejuízos, a gigante de Quioto interpretou os sinais do mercado e aproveitou, quase vinte anos depois, para voltar ao mesmo capítulo, mas com outra segurança e apoiada numa plataforma de sucesso, a Nintendo DS. A Nintendo vinga assim um mau momento da sua história e está agora em posição privilegiada para dar sentido ao 3D que em tempos se deu como perdido.

Este artigo integra a secção do passatempo Visita Guiada Nintendo 3DS e é o primeiro de uma série de quatro artigos que serão publicados durante o mês de Setembro. Para se habilitarem a ganhar uma viagem a Paris para a Japan Expo e jogos para a Nintendo 3DS deverão consultar por aqui as regras de funcionamento do passatempo.

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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