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Various Daylife é a Square Enix no seu mais bizarro

Jogo mobile torna-se exclusivo das consolas e PC.

A Square Enix é uma das mais populares casas japonesas, conhecida por séries como Final Fantasy, Dragon Quest e Kingdom Hearts, mas no meio destes nomes mundialmente famosos, também aposta em produções mais peculiares e por vezes até mesmo inesperadas. Mais do que isso, toma decisões confusas e apresenta projetos difíceis de justificar.

Projetos como Bravely Default, Octopath Traveler, Triangle Strategy, Dragon Quest Builders ou NieR Automata mostram o lado excêntrico e destemido da Square Enix, capaz de surpreender pela positiva. Projetos como Various Daylife já surpreendem não propriamente pelos seus méritos, mas por mostrarem que ocasionalmente a Square Enix tem ideias difíceis de entender.

Various Daylife foi lançado exclusivamente para o Apple Arcade em setembro de 2019 e no verão deste ano foi removido do serviço. Meses depois, em setembro de 2022, chegou à Nintendo Switch, PC e PS4, sem uma versão nativa para a PS5 a acompanhar. Retirar do formato mobile Various Daylife foi confuso, mas tornar um jogo pensado especificamente para mobile disponível somente para consolas e PC é ainda mais.

Tal como fiz em 2019, passei algum tempo com Various Daylife e tal como aconteceu com a versão mobile, rapidamente me cansei do jogo. Num dispositivo iOS, Various Daylife jogado em sessões curtas podia tornar-se numa ocasional forma de matar o tempo, o gameplay altamente automático ajudava nisso, mas jamais imaginaria este jogo numa consola ou PC, jogado num sofá em frente à TV. Simplesmente não parece combinar e foi essa a sensação com que fiquei, Various Daylife não é um jogo para jogar em frente à TV pois o seu design não foi pensado para isso.

O design característico da Team Asano dá-lhe uma estética adorável, o único elogio que posso fazer a esta versão.

Desenvolvido pela DokiDoki Groove Works, com quem a Square Enix colaborou em jogos mobile como Octopath Traveler: Champions of the Continent e Valkyrie Anatomia: The Origin, é um jogo mobile por natureza e a transição para a TV grande não foi bem conseguida devido aos alicerces do design. A exploração na cidade decorre em side-scrolling e é tudo muito simples, sem grande ambição visual para apreciar num ecrã grande. A arte criada com o contributo da Team Asano de Bravely Default é imediatamente reconhecível, mas é o único elogio que posso fazer ao jogo.

Na versão iOS, o gameplay era muito automatizado, nestas versões mais recentes é mais manual, mas quando aceitas os trabalhos na Guilda e partes numa aventura, torna-se de imediato aparente que é difícil jogar Various Daylife nestes novos formatos. Os personagens movimentam-se sozinhos e cada aventura tem uma duração específica, com inimigos a surgir num ritmo intercalado para as batalhas características num RPG.

Os personagens movimentam-se sozinhos em cenários básicos durante determinado tempo, com combates pelo meio, até terminar o trabalho.

O sistema de combate é simples e aposta em mecânicas como encadear decisões para criar mais dano. Deixar um adversário molhado com uma magia para em seguida usar um ataque de eletricidade para tirar mais dano, criando um combo ou sequência, é um exemplo de sistema de combate simples, mas eficaz de Various Daylife. No entanto, devido às suas naturezas humildes e o formato para o qual foi pensado, o design visual é muito simples e os combates contra os mesmos inimigos repetem-se tanto em sucessão que a experiência rapidamente ficava aborrecida.

No iOS, jogar 10 minutos e desligar era algo possível e nem sequer se sentia estranho, nestas novas versões, não me imagino a jogar mais do que 30 minutos e para terminar Various Daylife precisaria de meses. É simplesmente confuso tentar perceber o porquê destas versões existirem e mesmo que existam bons elementos de gestão de personagem e companheiros, típicos de um JRPG da Square Enix, é um jogo que não combina com uma experiência de TV.

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