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Transistor - Red e Darren Korb

A banda sonora é "super-gigante".

Em Cloudbank todos têm voz. Agora, as mais influentes vozes estão a desaparecer uma a uma. É a vez de Red.

Esta é a premissa base de Transistor, o mais recente jogo lançado pelo estúdio Supergiant Games, um dos independentes do momento. Transistor foi bem recebido aqui no Eurogamer Portugal e é sem dúvida um dos jogos mais recomendados para quem comprou ou irá comprar uma PlayStation 4, sem esquecer que também está disponível no PC via Steam. Red é uma cantora, a sua espada fala com ela, os segredos de uma organização que tudo quer dominar que são ditos em voz baixa. O som é um dos elementos mais importantes de Transistor e a sua banda sonora reforça toda essa sensação.

"A música em Transistor é uma das partes principais do jogo e parte integral da identidade de Red, a personagem principal. 'We All Become' é apenas uma das músicas de Red que vão ouvir no jogo. Darren Korb e Ashley Barrett, músicos na vida real por detrás desta música, têm muitas mais de onde esta veio. Recomendo que joguem primeiro o jogo antes de ouvir à banda sonora pois a música está muito ligada ao jogo e espero que seja um dos muitos factores que aches interessante em Transistor. Todos nós no Supergiant esperamos que adores o jogo!"

Foram estas as palavras de Greg Kasasin do Supergiant no blogue oficial PlayStation para apresentar a banda sonora a todos os fãs. Desde muito cedo foi reforçado que a banda sonora, tal como Bastion em 2011, seriam um elemento fulcral na interação do jogador com o jogo e na forma como este absorve a atmosfera do mesmo. Para nos afeiçoarmos a Red, para estabelecermos uma ligação com ela e para criarmos uma imagem mental da sua personalidade, será altamente importante ouvirmos Transistor (não só a espada claro mas todo o jogo em si).

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Em entrevista, Darren Korb confessou que como o estúdio é independente e não tem qualquer orçamento específico que possa disponibilizar para a banda sonora e contratar músicos de suporte, tudo o que ouvimos é fruto do trabalho de Korb. Segundo o próprio, o que ouvimos é o resultado dele a pensar na música que iria encaixar no estilo de jogo criada no seu apartamento sem qualquer ajuda.

Korb conta com a ajuda de Ashley Barret, a vocalista em 5 das 23 músicas que compõe a banda sonora, e de resto é o trabalho que ele realizou em casa sozinho. "Que tipo de música posso criar sozinho e que vá encaixar no tom deste jogo?" Foi esta a pergunta que ele fez para dar início a todo este processo criativo que agora está a ser alvo de aclamação.

Ouvir Ashley é como se estivesse-mos a ouvir a própria Red e penso que esta foi uma forma propositada de atribuir personalidade à protagonista. Afinal de contas, ela é cantora e isto permite que o jogador conheça algum do seu reportório e aumenta a profundidade do argumento de Transistor. Muito do estilo, substância, personalidade e entusiasmo que o jogo ostenta provém da sua vertente sonora. Korb conseguiu algo que é muito seu, com a ajuda de Ashley claro.

We All Become One não é um tema ao acaso, tem sido usado para promover o jogo por várias razões. É provavelmente o discurso mais honesto e sentido de uma cantora que perdeu a sua voz. Red canta que provavelmente está na hora de ir para onde mais lhe convém, para um lugar antes que todos se tornem num. Isto é mesmo um dos pontos iniciais do argumento em Transistor, a fuga de Red de um grupo com planos muito maiores do que ela previa inicialmente.

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Existem vários temas que poderia destacar aqui mas aqueles que contam com a participação de Barret são os que mais atenção captam e com todo o mérito. Signals, por exemplo, relembra facilmente as aventuras que vamos tendo ao longo do jogo, o que acaba por ser um atestado do talento deste pequeno grupo de apaixonados por videojogos que não têm os grandes orçamentos das grandes companhias. Kasavin chegou a ser escritor no Gamespot até se dedicar à criação de videojogos portanto é muito fácil compreender que o seu desejo era estar nesta indústria.

Se em Signals temos a guitarra acústica em primeiro plano, já Paper Boats mostra arranjos mais electrónicos e Korb a fazer eco de Barret. Novamente, a sensação que temos é a de Red a cantar para nós e não a de uma cantora contratada para cantar umas belas frases que iriam invocar sentimentos relacionados com o jogo. O trabalho de produção de Korb é algo que irá certamente espantar muitos que vão ouvir estes temas com o conhecimento que foram todos trabalhados por uma só pessoa.

Dos cinco temas em que Barret nos leva a acreditar que estamos a ouvir Red falta mencionar "In Circles" e aqui é onde ouvimos a sua voz a alcançar registos mais envolventes. Barret fala para alguém que a quer culpar, fala como se carregasse um fardo pesado e um dilema sobre salvação e arrependimento. A parte final do tema é verdadeiramente fantástica. Merece sem dúvida o vosso tempo e os vossos ouvidos pois não vos irá desiludir.

Para terminar deixo-vos com The Spine, o tema que juntamente com We All Become One me fez apaixonar de vez pela banda sonora. É um tema que relembra os diversos locais de Cloudbank ou Fairview que vemos durante o decorrer de Transistor com os seus belos cenários 2D. Espero que tenham gostado de me acompanhar nesta pequena jornada pela componente sonora do mais recente jogo do Supergiant Games e que de alguma forma vos tenha deixado com curiosidade para conhecer mais da mesma e do jogo em si.

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