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Total War: Three Kingdoms - Análise - A China está em guerra!

O novo jogo da saga Total War coloca-te no centro do conflito.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Total War: Three Kingdoms é um dos jogos mais completos de toda a saga, dando-te várias formas de construir e aumentares o teu império.

É habitual ouvirmos a expressão "fácil de aprender, difícil de dominar" quando estamos a falar de videojogos - uma síntese clara de como determinados títulos possuem mecânicas que, à primeira vista, parecem fáceis de assimilar mas que, na prática, se revelam mais complexas do que aquilo que havíamos antecipado.

Total War: Three Kingdoms não se enquadra de todo nesta expressão. O mais correcto, aliás, seria classificar o mais recente jogo de estratégia bélica da Creative Assembley (desta vez localizado na China ancestral) como "difícil de aprender, difícil de dominar".

Felizmente, tenho já alguma experiência com os títulos prévios da saga - não muita, admito, mas o suficiente para me sentir minimamente familiarizado com o gameplay e funcionamento geral de Three Kingdoms. O princípio é basicamente o mesmo, caso já estejas habituado a estes títulos: numa China antiga, dividida por uma série de facções e governadores, todos eles com uma gigantesca sede de poder e glória, o teu objectivo é construir e alargar cada vez mais o teu império, lidando com todo o tipo de burocracias / logística / economia motivadas pelas guerras a que és submetido.

O sucesso em Three Kingdoms faz-se tanto dentro como fora do campo de batalha.

A partir do teu pequeno condado, terás de batalhar outros líderes, anexando o seu território ao teu caso saias vitorioso de maneira a construíres cada vez mais riqueza, gerindo com cuidado os teus recursos e prestando sempre atenção às necessidades das tuas cidades e respectiva população. Pode parecer que Total War baseia-se inteiramente em questões bélicas, mas rapidamente te aperceberás que essa é apenas uma das questões com as quais terás de lidar, já que o sucesso em Three Kingdoms faz-se tanto dentro como fora do campo de batalha.

Este é um dos aspectos mais curiosos no mais recente jogo da saga - trata-se de um título realmente muito completo, nos mais variados aspectos, que te dá uma série de possíveis abordagens neste impiedoso mundo e ainda a oportunidade de moldar o seu gameplay de maneira a que vá mais de encontro ao teu estilo pessoal. Preferes uma vertente com mais acção? Então, poderás enfrentar os teus oponentes numa batalha em tempo real, controlando cada um dos pelotões do teu exército - cavalaria, espadachins, arqueiros, soldados com lanças, entre muitos outros -, cada um com características próprias, e estrategizar um possível ataque contra o inimigo. Quem sabe, podes escolher enfraquecer a sua moral a tal ponto que os mesmos decidem desertar o campo de batalha e, deste modo, encurtar a batalha e reduzir os custos humanos; se preferes uma abordagem mais indirecta, tens ainda a possibilidade de deixar o conflito a cargo de um dos teus generais ou fazer um cerco a uma determinada cidade e talvez derrotar o teu inimigo sem grandes perdas da tua parte.

Three Kingdoms dá-te ainda uma série de opções diplomáticas extremamente interessantes.

Three Kingdoms dá-te ainda uma série de opções diplomáticas extremamente interessantes que te permitem jogar politicamente com os outros líderes da China antiga - podes usar os teus dotes de persuasão para conjurar acordos de paz com outras nações, uniões, coligações, prestar vassalagem, e uma série de outros tratados que te ajudarão a manter e expandir o teu império. Podes até arranjar casamentos e usá-los para estreitar alianças ou criar laços com outros líderes!

Existe um sem-número de variáveis que terás de equacionar em Total War e, tal como disse anteriormente, nem todas se limitam a questões bélicas - deverás desenvolver as tuas cidades com a construção de novos e melhores edifícios de maneira a acomodar as necessidades dos seus residentes, algo que poderá atrair mais população, gerar maiores rendimentos e até mesmo contribuir para uma subida do teu estatuto, tendo sempre um cuidado extra para manter a ordem pública e impedir qualquer revolução por parte do povo.

De facto, existem mesmo muitos pequenos detalhes e informações que terás de levar em consideração em Total War: Three Kingdoms; os que referi anteriormente tratam-se apenas de uma pequena fracção de tudo aquilo que o jogo oferece, tornando a experiência mais realista e desafiante mas, por outro lado, ligeiramente maçuda e difícil de acompanhar.

Existem mesmo muitos pequenos detalhes e informações que terás de levar em consideração em Total War: Three Kingdoms.

Se nunca jogaste um jogo da saga, é importante que fiques desde já a saber que precisarás de alguma paciência e tempo nos primeiros momentos com Three Kingdoms para te acostumares às suas mecânicas. Algumas informações ser-te-ão dadas ao longo do jogo (e, se pousares o cursor em cima de um determinado símbolo ou menu, receberás uma breve descrição sobre a funcionalidade do mesmo) mas, de uma forma geral, cabe-te a ti investigar, descobrir e experimentar os diversos botões do ecrã. A HUD do jogo está incrivelmente cheia, algo que pode ser ligeiramente assoberbante e confuso, mas tal como disse antes, isto deve-se ao facto do jogo querer dar-te todas as opções com os quais um general chinês teria de lidar naquela altura.

Em determinados pontos do jogo poderás sentir-te completamente perdido, algo que é perfeitamente compreensível tendo em conta a escala do jogo. A própria Creative Assembley sabe disso, tendo criado um arquivo no seu website onde colocou uma série de vídeos que explicam as diversas facetas de Three Kingdoms, incluindo como fazer mais dinheiro, como construir edifícios, aumentar o ranking da tua personagem ou até mesmo como fazer upgrade a uma unidade. Uma explicação mais ponderada e orgânica dentro do próprio jogo à medida que fosses progredindo na campanha teria sido mais útil (na minha opinião) mas não deixa de ser uma iniciativa interessante por parte da produtora que poderá ajudar muitos jogadores iniciantes que estejam a ter dificuldades.

De certa forma, Total War: Three Kingdoms funciona quase como um jogo de tabuleiro - uma mistura da componente bélica de Risk com a parte económica do Monopólio. Depois de ganhares algum traquejo e de te familiarizares com os diversos comandos, a experiência torna-se bastante mais fluída. Aliás, ao veres o teu reino a crescer cada vez mais é difícil controlar a sensação crescente de orgulho dentro de ti, fruto do teu trabalho árduo e desempenho heróico nas batalhas.

Ao veres o teu reino a crescer, é difícil controlar a sensação crescente de orgulho dentro de ti.

Por exemplo, num determinado momento do jogo, decidi ganhar coragem e combater contra um exército que, de acordo com o menu que antecede a batalha, me ia absolutamente trucidar. E, de facto, a batalha não foi nada fácil - sentia o coração a bater rápido e as mãos a tremerem ligeiramente à medida que recuava, dividia e impulsionava os meus exércitos, numa dança mortal entre as minhas tropas e as inimigas que parecia nunca mais ter fim. Quando finalmente apareceu a mensagem "VICTORY" no ecrã, um enorme peso saiu dos meus ombros. Foi libertador e senti-me verdadeiramente "badass".

Assim sendo, Total War: Three Kingdoms é tudo aquilo que um gamer fanático por jogos de estratégia poderia pedir - há muito que fazer, descobrir, gerir e manipular, sendo que a escolha da China como palco do jogo foi extremamente inteligente por parte da produtora. Os gráficos encontram-se dentro do padrão a que a Creative Assembley nos tem habituado com os jogos anteriores - com alguns problemas técnicos no framerate e câmara, especialmente quando terminas o teu turno - mas nada propriamente grave que denigra o seu objectivo principal e a tua fruição. É um dos jogos mais completos de toda a saga e, apesar de não ser perfeito, conseguirá ainda assim captar a tua atenção e imaginário.

Prós: Contras:
  • Jogo incrivelmente realista, que te coloca no centro do conflito
  • As questões diplomáticas foram bem implementadas
  • As batalhas em tempo real são épicas e desafiantes
  • A China como palco foi uma óptima escolha
  • Alguns problemas técnicos de framerate e câmara

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