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Total War: ARENA - Análise

A arte da guerra.

Um jogo de estratégia histórico deveras interessante, mas que não possui qualquer elemento chave que o faça sobressair.

Se alguma vez tiveste interesse em assistir aos Jogos da Fome com personagens histórias, então Total War: ARENA é o jogo ideal para ti. Trata-se um jogo de estratégia que coloca dois lados rivais em confronto num determinado campo de batalha, 10 jogadores contra outros 10 jogadores, e que te dá também o controlo de um comandante icónico da História do Mundo e com um método bélico específico. Colocando Romanos contra Gregos, Bárbaros contra Cartagenos, ou tudo ao molho e fé em Deus, o jogo inclui figuras bem conhecidas como Júlio César, Leonidas, Alexandre, o Grande, Germanicus, entre muitos outros. Uma lição de História com muita violência à mistura.

O jogo obriga a que um jogador pese constantemente as fraquezas e forças de determinado tipo de soldados.

Total War: ARENA leva a História mundial ao limite, quebrando barreiras geográficas e temporais e colocando diferentes exércitos de diferentes nações e épocas num mesmo plano, criando um jogo de pedra, papel e tesoura que te obriga a uma gestão rápida e eficaz tas tuas tropas, comandantes, armas, equipamentos e habilidades. Se estás a cavalo, podes deslocar-te a uma maior velocidade e fazer investidas poderosas que reduzem drasticamente o número dos soldados nos esquadrões inimigos; todavia, poderás sofrer dano extenso se te posicionares no caminho da Infantaria Pesada. Se preferes arqueiros, terás a capacidade de atacar os teus oponentes a uma maior distância utilizando o arco e flecha mas, em contrapartida, possuirás debilidades extremas em combate mais próximo. Soldados com escudos possuem óptima protecção na parte da frente mas os seus flancos e retaguarda ficarão altamente desprotegidos. Não existe bela sem senão, o que permite que todas as personagens possuam um bom equilíbrio e que nenhuma se destaque em relação às outras no que diz respeito ao seu poder.

O jogo obriga a que um jogador pese constantemente as fraquezas e forças de determinado tipo de soldados, sabendo escolher o momento certo para atacar, para te juntares a outro pelotão que te ofereça protecção adicional ou mesmo fugir do combate (algo que poderá ser considerado como uma atitude cobarde mas, se tens a pouca sorte de ser atacado de surpresa e te deparares bem no centro de um autêntico banho de sangue, é a única opção que te resta - algo que, digamos, não é motivo algum para desonra!). É tudo uma questão de encontrar "exploits" e tentar usá-los contra os teus oponentes tendo sempre em conta os recursos que tens disponíveis, tal como funcionaria numa batalha real, penso eu.

Tudo isto é apenas possível com uma boa gestão dos teus três esquadrões, sendo que os podes personalizar como bem entenderes e manipulá-los de forma individual, em grupos de dois ou na totalidade. Preferes usar arqueiros? Então, se quiseres, podes definir dois grupos como arqueiros e o terceiro como uma variantes diferente, inteiramente à tua escolha e que te garanta, por exemplo, protecção extra: podes optar por soldados a cavalo, soldados com escudos, soldados com lanças, com cães, com elefantes, entre muitas outras opções

É fácil imaginar o quão caótico pode ficar o campo de batalha numa questão de segundos, com os teu números a caírem rapidamente se não fores cuidadoso.

O jogo dá-te a oportunidade de criares uma equipa que se adapte inteiramente ao teu estilo, juntamente com opções e árvores de habilidades que te permitem melhorar certas características do teu exército e comandante, conferindo-lhes vantagens extra: estas podem ser em termos de ataque, defesa, mobilidade ou sobrevivência.

Tendo em conta que são 10 jogadores contra outros 10 em simultâneo, cada um com três pelotões e todos com o objectivo de capturar a base inimiga ou aniquilar todos os soldados da equipa opositora, é fácil imaginar o quão caótico pode ficar o campo de batalha numa questão de segundos, com os teu números a caírem rapidamente se não fores cuidadoso e a colocarem-te cada vez mais próximo de uma morte certa. O jogo oferece-te três opções que te permitem comunicar com os outros jogadores sendo que voice chat não é uma delas.

  1. Podes usar a janela de chat e escrever mensagens para os outros jogadores.
  2. Podes usar a ferramenta de pincel e desenhar directamente no campo de batalha; todavia, para além de uma ou outra seta a indicar-me o local para onde me deslocar, tudo o que obtive foram desenhos obscenos.
  3. Podes colocar marcadores no mapa para informares os teus aliados dos locais para onde devem ir.

De uma forma geral, estas opções funcionam de forma eficaz mas, para aqueles que têm intenções em jogar em grupo e criar técnicas de ataque/defesa mais elaboradas, será uma boa ideia usar software adicional.

Os mapas são variados - os mesmos podem ir desde uma cidade romana, passando por um monte coberto de neve, uma povoação à beira-mar ou então um campo dividido por uma muralha, dando aso a todo o tipo de situações de combate possíveis e imaginárias - todavia, quando jogas de forma aleatória, não tens controlo algum sobre a escolha dos mapas, o que significa que, por vezes, podes jogar o mesmo uma e outra vez até que um novo apareça, algo que pode ser um pouco repetitivo. O único controlo que tens sobre os mapas e duração das partidas é criando um lobby privado, partilhando posteriormente o ID com os teus colegas de maneira a que consigam juntar-se à tua partida. Claro está, o oposto também é válido: podes juntar-te a uma batalha criada por outro jogador, partindo do princípio que estás na posse do ID.

Total War: ARENA não é um jogo graficamente complexo (...) mas faz de forma exemplar aquilo a que se propôs a fazer.

Total War: ARENA não é um jogo graficamente complexo. Apesar de uma banda sonora estranhamente imponente, os visuais são simples e minimalistas, não havendo detalhes em particular que sobressaiam. Mas será esta uma questão relevante? Bem, é notório que o foco primário do jogo é o gameplay e a estratégia que advém do mesmo, sendo construído com o intuito de criar diferentes situações de combate - podes usar as florestas do jogo ou a vegetação baixa para te esconderes ou fazeres emboscadas aos teus inimigos, montes e outras elevações do território fornecem-te uma posição mais vantajosa e mesmo rios/edifícios podem ser usados de forma estratégica. Novas adições ficam disponíveis periodicamente que mudam por completo os ventos do combate, como artilharia pesada, catapultas, canhões ou mesmo estacas, obrigando a uma constante reorganização das tuas tropas. Este é o ponto forte do jogo e apesar de haverem apenas duas missões no mesmo (que foram mencionadas anteriormente), estes elementos tornam cada partida única e, quando os planetas se alinham e tudo corre como havias planeado, extremamente excitante.

Para fãs de jogos de estratégia, Total War: ARENA é uma óptima opção - o jogo é bastante coeso se tivermos em conta que se trata de um free-to-play e irá, certamente, garantir-te diversão durante uns bons momentos. É uma obra-prima, um título revolucionário ou uma experiência assoberbante? Pessoalmente, não creio - todavia, faz de forma exemplar aquilo a que se propôs a fazer, que é ser um jogo de estratégia onde diferentes equipas (com armas, habilidades, métodos e equipamento distinto), batalham pelo mesmo objectivo. O jogo inclui a possibilidade de comprar certos itens - as tão infames microtransações - algo que podes desmotivar alguns jogadores. No entanto, se pretendes uma verdadeira salganhada histórica, estás no sítio certo.

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