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Toki Tori - Análise

Ajuda o pintainho a encontrar os ovos.

Está em todo o lado, este pintainho. Levá-lo a encontrar todos os ovos é um quebra-cascas. Não custa muito: 2 euros.

Originalmente publicado em 2001 para a Game Boy Color, Toki Tori ganhou desde então até ao presente inúmeras versões. Lançado tanto em consolas como nos smartphones e noutros sistemas operativos, de uma forma ou de outra o jogo dos holandeses da Two Tribes nunca saiu do nosso alcance. A última vez que encontramos o simpático pintainho amarelo foi numa versão para a Wii U, lançada algum tempo após o lançamento. Na altura recolhemos uma impressão positiva. Sem nunca transcender ou nos deixar boquiabertos, revela um seguro esquema de puzzles, executado para nos deixar a maior parte do tempo a pensar. A interacção é pouco desenvolvida e as soluções dependem sobretudo da nossa ginástica mental.

Talvez por isso e no meio de tanta oferta, vejamos nesta versão para a 3DS pouco mais do que uma recapitulação da leitura dada. Importa lembrar que esta versão para a portátil da Nintendo é algo similar à versão que a Two Tribes editou na Wii U. Este jogo é uma versão algo similar à existente no PC e desenvolvida para a 3DS pela Engine Software. O resultado final cumpre os desígnios. É verdade que não é um jogo particularmente difícil de pôr a funcionar. Os cenários são quase todos muito simples (ainda que relativamente bem trabalhados), a perspectiva cola-se ao tradicional 2D e as cores contrastantes tornam a experiência mais viva. Isso deixa-nos agradados, mas não é menos importante a adaptação ao ecrã 3D. Nisso, o objectivo foi cumprido. O jogo revela-se fluído, não ocorrem quebras nem outras situações desagradáveis. O único apontamento crítico, nesta parte, é mesmo a pouca preponderância do efeito no conceito do jogo. Acaba por ser indiferente jogar com ou sem o efeito 3D.

O ecrã táctil pode ser utilizado para mudar de itens.

Quanto ao jogo, estamos perante um título de plataformas 2D (com personagem e cenários em 3D), no qual movimentamos a personagem na direcção dos ovos espalhados pelo cenário. A sua movimentação é básica. É capaz de caminhar em qualquer direcção e até cair de pontos elevados, podendo subir escadas e atravessar pontes, mas não consegue dar um salto para uma plataforma mais alta ou distante. É a partir deste processo algo conciso e prático que enfrentamos os mais puros desafios, sem necessidade de recurso a armas. Existem itens, como pontes ou bolhas. No entanto, a sua utilização implica o consumo de unidades e como as possibilidades de chegar à meta não são muitas, urge aplicar os objectos que temos à disposição de forma criteriosa, seguindo o percurso certo. A dificuldade está em encontrar a saída, até porque encontramos inimigos e muitos obstáculos quando fazemos uma acção errada. Nesse caso, podemos recuar no tempo e voltar atrás. A tentativa e erro estão muito presentes. O jogo força o erro, antes de nos deixar a pensar na melhor solução.

"revela um seguro esquema de puzzles, executado para nos deixar a maior parte do tempo a pensar"

À medida que progredimos vamos encontrando mais desafios e novos itens podem ser utilizados. Mas ainda que revele engenho e uma curva de dificuldade capaz de abrandar o nosso ritmo, não dissolve por inteiro uma sensação de repetição, de revisão da matéria dada, só que com novas variáveis. É um esquema com tendência para a repetição, que ganharia com a introdução de novas mecânicas e possibilidades. De outro modo, torna-se numa experiência agradável por períodos mais ou menos curtos, mas sem nunca nos surpreender após os primeiros momentos.

Existem oitenta níveis para percorrer.

O grafismo é cuidado e o design minimamente apelativo, mas nos diferentes cenários e mundos não encontramos muitos arranjos novos, estando quase sempre em causa o mesmo mundo. Talvez seja um resultado directo do conceito e mecânicas algo limitadas: o que muda é a ordem das coisas e os novos itens funcionam apenas como uma variável. No lado mais positivo, para lá da execução sólida dos puzzles, encontramos conteúdos e uma sequência de níveis que toma muito do nosso tempo. É sempre bom quando sentimos que investimos num jogo que nos recompensa em termos de conteúdo. Tanto podemos jogar em normal, como efectuar nova incursão num nível de dificuldade mais apertado, sem esquecer os níveis de bónus.

A pensar num certo alívio da frustração pendente perante a impossibilidade de prosseguir num nível um tanto mais complexo, a Two Tribes facultou uma espécie de passaporte que dá acesso ao próximo nível. Só que o cartão especial fica preso nesse nível e só volta a ficar disponível quando o mesmo for completado. Não deixa de constituir uma solução algo equilibrada.

Se ainda não jogaram nenhum Toki Tori e possuem uma 3DS, não é pelo preço (2 euros) que deixam de experimentar um engenhoso jogo de puzzles. Ainda que limitado nalgumas funcionalidades por comparação com as versões Wii U e PC, de onde provém, apresenta um conteúdo sólido e suficiente para umas horas de ginástica mental. Falta o factor novidade e as sucessivas edições do mesmo jogo quebram essa dinâmica. Não obstante, existem pontos positivos no contacto com este pintainho.

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Toki Tori

Android, iOS, PS3, Nintendo Wii U, Nintendo Wii, PC, Mac, Nintendo 3DS, Windows Phone

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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