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The Legend of Zelda: Wind Waker HD - Análise

Herói do mar.

Mas este misterioso King Red of Lions é uma figura omnipresente, que não só nos dá dicas e instruções sobre as próximas ilhas a explorar, identificando a sua localização no mapa, como também nos alerta para especificidades dos inimigos durante as boss fights e outros momentos do jogo. Outra grande vantagem deste barco falante é a possibilidade de ser melhorado, primeiro com um gancho que possibilita a extracção de tesouros depositados no fundo do mar e depois com um canhão (de grande utilidade na defesa contra os inimigos no alto mar). Mas há um item precioso que é entregue a Link logo no começo; uma batuta mágica que permite ao herói comandar a direcção do vento, essencial para que a embarcação navegue na direcção necessária para navegarmos na direcção do destino.

A bordo do King Red of Lions entramos numa das sequências mais admiráveis do jogo. Com toda a liberdade do alto mar, o hastear da vela permite-nos seguir na direcção do vento até ao destino traçado, cortar as ondas, contemplar a transição dia/noite e observar a impressionante dimensão do mundo, enquanto algumas gaivotas parecem dispostas a ganhar "momentum" sobre a nossa vela, aproveitando também elas a direcção do vento. O processo de navegação é muito simples, mas é impossível não contemplarmos as cores e os detalhes nesta versão HD enquanto navegamos. O único inconveniente do original tinha que ver com a mudança da direcção do vento e como isso nos obrigava a parar, ensaiar a melodia do vento a fim de empurrar os ventos na direcção que queríamos e só depois retomar a marcha. Era um processo algo custoso. No entanto, nesta versão, será possível comprar uma vela especial que incrementa a velocidade do barco, automaticamente conduzindo a direcção do vento em conformidade com a direcção do barco, ou seja, temos sempre vento na direcção pretendida.

O espírito do rei foi transferido para o barco que acompanha Link.

Uma navegação livre pelo mar mostra-nos a grande quantidade de ilhas que podemos visitar. Umas maiores, outras pequenas, umas com mais habitantes do que outras, todas assumem uma especial configuração e escondem imensas dungeons, o cerne do jogo. Mas no mar também existem perigos como os ciclones, piratas, inimigos, tubarões, mas também áreas secretas, puzzles e arcas do tesouro. Para chegar até elas, Link terá que recolher os "sea charts", onde se encontra assinalada a cruz a zona ao redor da ilha que marca o local do tesouro.

Grande parte do sucesso de Wind Waker reside no convite à exploração e consequente abordagem às dungeons, os segmentos mais extensos que permitem ao jogador avançar em termos narrativos. Sem uma progressão linear, cabe ao jogador tomar a decisão sobre como e quando explorar, com atenção às pistas e dicas, embora nalguns momentos tenha de possuir determinados itens para seguir em frente. É um processo familiar que os fãs conhecem.

Ao todo existem 7 dungeons; cada uma composta por múltiplos pisos, secções e muitos puzzles, desafiando o jogador constantemente, através de combates e momentos de grande acção que requerem toda a mestria no comando do herói. Se as primeiras dungeons oferecem desafios com diminuto grau de dificuldade, sendo quase um passeio, a partir dos templos a exigência aperta, especialmente nos combates contra os bosses. Depois há a componente secundária na exploração das dungeons, especialmente na procura pelos tesouros, tarefa que tende a ficar facilitada assim que encontrarmos o Compass, e ficámos a saber o seu posicionamento. Até entrarmos na câmara do boss da dungeon, muito teremos que percorrer, embora a navegação fique mais facilitada quando dispomos do mapa da dungeon. A diversidade e dimensão das dungeons projectam ainda mais Wind Waker como jogo alternativo a Ocarina of Time, embora este, em termos gerais, consiga ser ainda mais desafiante.

Aqui as versões GameCube e Wii U em comparação.

Uma novidade nesta versão HD é a utilização dada ao ecrã táctil do GamePad em termos de gestão de itens e manuseamento do mapa, num modelo que torna mais confortável a deslocação do equipamento para os botões de acesso imediato, sem que tenhamos de pausar o jogo. O GamePad permite ainda que os objectos que possibilitam a transição da câmara para a primeira pessoa possam beneficiar do controlo por movimentos do sensor instalado no comando, o que significa que se quiserem utilizar o binóculo na perspectiva da primeira pessoa, poderão deslocar o comando para observar a área circundante. A função off-TV também é uma possibilidade, caso pretendam jogar apenas através do ecrã do GamePad.

Se a batuta mágica que permite a Link comandar a direcção do vento é a novidade mais relevante dentro dos objectos que terá à sua disposição, não podemos esquecer a Pictobox, a máquina fotográfica com a qual o herói poderá capturar e guardar para a posteridade momentos específicos, no cumprimento de quests secundárias. Depois há os objectos mais comuns como as garrafas, o gancho, o bumerangue, as bombas, o arco e um martelo caveira, ideal para quebrar objectos resistentes à força da bomba e aos golpes de espada. As botas de aço permitem a Link caminhar na direcção oposta à dos fortes ventos e a Deku Leaf é uma espécie de pára-quedas que permite ao herói deslocar-se entre certos pontos e evitar grandes quedas.

Um jogo da série Zelda não se faz sem grandes batalhas e momentos de grande intensidade de combate, tarefa cujo grau de dificuldade se acentua à medida que entramos na derradeira fase da aventura. Os bosses são muito diferentes e exigem toda uma optimização dos itens à disposição, em conjugação com os movimentos defensivos e ofensivos de Link. A perda de algumas vidas torna-se natural, principalmente quando enfrentamos o grande antagonista do jogo, mas volta a ser um dos momentos mais empolgantes e gratificantes, especialmente antes da batalha começar.

A pintura na janela retrata o momento da grande inundação, na linha temporal de Wind Waker.

Um dos pontos mais sujeitos a crítica no original tinha que ver com o constante backtracking na quest da Triforce Shards. No jogo para a GameCube, Link tinha que recolher 8 mapas especiais da Triforce e entregá-los a Tingle, capaz de os traduzir e mostrar a Link a localização de cada Triforce Shard. De modo a não tornar o processo tão moroso, Link só terá que procurar 3 charts Triforce e obter a respectiva tradução de Tingle, o que vem aliviar a carga de esforços. Por último, uma referência para o modo herói que pode ser escolhido desde o começo. É uma opção que fica marcada por um aumento de dificuldade, na qual os danos que são infligidos a Link são maiores e os corações de recuperação não podem ser encontrados nos potes de porcelana nem derrotando os inimigos. Só para heróis, portanto.

O ponto de partida para comentário nesta versão remasterizada HD do clássico Wind Waker talvez seja a manutenção de toda a fantástica direcção artística que marcou o original. É verdade que a melhoria da definição, na passagem para o HD, projecta o jogo graficamente para um novo patamar e gera ainda mais satisfação aos olhos do jogador. Com mais texturas, sombras e efeitos de luz, os cenários e objectos parecem ganhar mais tridimensionalidade, ainda que seja perceptível algum esbatimento das cores, especialmente quando nos encontramos diante de grandes fundos.

Mas seria deficitário focar o mérito desta grande aventura apenas na alta definição. Embora sem apresentar novos conteúdos, Wind Waker HD chega à Wii U após um restauro que coloca o jogo num plano que nada fica a dever às produções da actual geração, sendo por isso uma surpresa menor para quem jogou o original. Os dois grandes avanços seguintes na série Zelda ficaram marcados por diferentes direcções artísticas e por alterações a algumas das mecânicas, mas nem isso fez estremecer os valiosos argumentos de Wind Waker. E isso basta para voltar a experimentar uma das mais entusiasmantes aventuras de sempre, e um particular capítulo da lenda de Zelda.

10 / 10

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In this article

The Legend of Zelda: The Wind Waker

Nintendo GameCube

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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