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The Legend of Zelda - Análise - Virtual Console Wii U

Como o clássico da NES determinou o futuro da série.

Com o aproximar do lançamento de dois jogos da série Zelda, um para a Wii U (Wind Waker HD) e outro para a 3DS (A Link Between Worlds), nada melhor que fazer uma retrospectiva com mais de 25 anos e recuar até ao lançamento do original The Legend of Zelda para a Nintendo Famicom. Faz sentido voltar a jogar o original. Com ele descobrimos como muitas das ideias, sons e elementos relativos à jogabilidade se perpetuaram no tempo. O natural desenvolvimento da série, fruto dos grandes avanços tecnológicos das plataformas criadas pela Nintendo, permitiram a Shigeru Miyamoto, Yoshiaki Koizumi e Eiji Aonuma, acrescentar mais novidades e muitas funções a uma produção que obedece a um constante (re)fazer. Se quisermos, podemos dizer que The Legend of Zelda não é uma obra acabada. Como uma árvore que cresce, se ramifica e parece querer renascer todos os anos, enganando-nos a respeito da sua idade, a série Zelda também não perde os seus elementos mais identitários com a chegada de um novo jogo.

O que ficou então da primeira grande jornada de Link? Como influenciou definitivamente o futuro da série? Poderia Miyamoto ter tido inspiração suficiente para criar a Link to The Past e Ocarina of Time, sem passar pela casa de partida?

Não sabemos, mas ao jogar The Legend of Zelda, rapidamente percebemos que apesar da sua estrutura visual simples, há um trabalho e uma organização de fundo muito mais desenvolvida do que se pode pensar, percebendo-se que foram aqui lançadas as sementes que haveriam de estar na origem das ideias para os futuros desenvolvimentos da série.

O tema deste ecrã será facilmente reconhecido.

Para começar, as acções de Link estão divididas por dois botões; o A para os ataques com espada e o B para atacar com os outros equipamentos como bombas, boomerangues e arcos. De todos estes elementos a espada foi o mais representativo do estatuto de um herói vestido de verde, que tinha como missão salvar Hyrule das mãos de Ganon, mas também encontramos um escudo protector.

Uma passagem de olhos pelo mapa mundo, permite-nos ver lagos, montanhas e florestas. Apesar do aspecto redutor e simplista com que são apresentados, se nos detivermos mais algum tempo nos seus detalhes, observamos que o overworld é habitado por inimigos de diferente espécie. Mas a grande novidade é que logo de início, temos Hyrule totalmente disponível. Podemos explorar todas as áreas a nosso bel prazer, fintando os inimigos e atacando num momento de maior oportunidade. Se encontrar tesouros e angariar rubies significa ter mais moeda para troca por produtos vendidos pelos mercadores, rapidamente descobrimos que existem cavernas: zonas escuras onde a luz é escassa e os inimigos menos tolerantes.

O underworld, composto por cavernas, correspondeu depois ao mundo negro, ligado às famosas quests. As criaturas que habitam nas profundidades são mais poderosas e oferecem um desafio ainda mais exigente, obrigando o nosso herói a gerir melhor as ferramentas à sua disposição. Tendo em conta o arco narrativo, é através do underworld que Link principia a sua jornada, recolhendo os fragmentos da Triforce of Wisdom até ao confronto derradeiro. Na descida até à câmara do boss, Link tem ainda a oportunidade de encontrar um mapa que lhe dá acesso a todas as câmaras da masmorra. À época, estes mapas e divisões foram de um grande avanço.

Nas masmorras não há apenas combates, os puzzles também abundam.

Uma das grandes vantagens deste mundo aberto é que Link não tinha que revisitar cada uma das nove masmorras por ordem. A pouca linearidade na descoberta das masmorras deixava o jogador por sua conta, num mundo pejado de obstáculos. Os poucos diálogos existentes, com algumas personagens com quem Link podia obter informações, servem de indicação mas raramente expõem às claras o ponto para onde devem prosseguir.

As sonoridades e melodias do jogo são outros elementos de grande identidade da série. Desde a música de introdução, até às sonoridades correspondentes à abertura da arca do tesouro, entrada numa câmara de boss e descoberta de mais um fragmento de Triforce, facilmente identificamos contextos e momentos de jogo.

The Legend of Zelda foi um dos primeiros jogos a fortalecer o conceito de uma aventura repleta de acção, repleta de surpresas e um sentido de demanda. Lançado em 1986, foram precisos mais alguns anos até A Link to The Past, o jogo que encaminhou definitivamente a série na senda do sucesso criativo e comercial. Mas sem este passo e fruto original - muitas vezes injustamente esquecido -, não teria sido possível à Nintendo dar-nos hoje uma série como a conhecemos.

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