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The Last Guy

Eu sou o herói.

Não é a toa que se cria um jogo a partir de mapas reais fotografados via satélite. Das duas uma - ou o jogo é criado sob o consumo de estupefacientes, ou então a equipa de produção do mesmo é composta por 3 indivíduos e uma cabra, alojados num estúdio altamente suspeito, situado nos Himalaias.

Se não tivesse algum conhecimento de causa admito que prontamente eliminaria a segunda hipótese mas, depois de ver o Making Off do jogo, acho que já só me falta ver porcos a voar.

The Last Guy é mais um jogo a fazer uso do potencial das novas lojas online (neste caso a Playstation Store), no que toca à produção de jogos originais e com conceitos dificilmente aplicáveis a jogos de retalhe. Liberdade e casualidade ao mais alto nível.

Na verdade não existe uma história bem explícita, embora exista um mote assim que o jogo se inicia. Last Guy ou o Último Homem, como preferirem, é chamado a intervir numa missão na qual as vidas de toda a população do mundo dependem do seu sentido de orientação e coordenação. Para isso terá que guiar multidões de milhares de populares pelas mais aparatosas ruas de cidades de todo o Mundo, até aos locais de resgate

Ainda assim, e mesmo que as imagens usadas sejam realmente fotos, o jogo não se baseia a um espaço plano com pessoas aqui e ali. Os objectos têm relevo e dimensões proporcionais ao espaço. Fiquei especialmente bem impressionado quando ao passar por debaixo de uma árvore notei que o Last Guy desaparece. O mesmo acontece em prédios inclinados devido ao ângulo das fotos ou qualquer rua e beco. Pelo cenário estão também espalhados alguns Power-ups para ganhar mais energia ou voltar para a zona de resgate, por exemplo.

Para dificultar as coisas estão espalhados pela cidade os mais horríveis e diversos zombies, que com um só safanão são capazes de acabar com toda uma fila de mais de 1000 resgatados. Cada zombie tem características específicas – uns são rápidos e perspicazes enquanto outros reduzem a visibilidade do ecrã com sopros e gritos.

Graficamente simples e muito original, o que mais me impressionou neste jogo foi a sua componente sonora. É divertido ver e ouvir as pessoas a gritar de medo ou alegria ao virar de cada esquina, bem como as suas reacções à chegada dos zombies. Todo este ambiente é ainda acompanhado por uma música Retro em estilo Remix que dá um extra de diversão ao jogo.

Com uma acção rápida e divertida bem ao estilo de Pac-Man ou Snake, The Last Guy revela-se um jogo intuitivo, principalmente devido aos controlos e jogabilidade, que são do mais simplista e viciante que pode haver. Não esperem, no entanto, perder largas horas agarrados ao jogo pois simplesmente não existem recompensas dignas de tal feito. É um jogo que cai bem quando jogado em curtos espaços de tempo.

No total existem 9 999 999 999 pessoas para resgatar num total de 16 níveis espalhados por 16 cidades do globo mas, acredito piamente, que poucos serão aqueles que se irão dar ao trabalho de resgatar a totalidade dos populares. Primeiro, porque é MUITO difícil e depois porque não existe qualquer incentivo para o fazer.

Jogar Last Guy resume-se a desbloquear o nível seguinte. Em cada nível existem ainda 4 VIP’s, ou seja, 4 pessoas teoricamente mais importantes que as outras. Cada VIP assume uma personalidade diferente, apresentando uma descrição e uma foto. Este foi o único factor que me fez voltar atrás e repetir alguns níveis, pois existem VIP’s com perfis estupidamente hilariantes.

The Last Guy é um jogo único e esse é mesmo o seu maior trunfo. Não só é uma ideia original como está bem implementada. Como uma “peça” de arte é algo único e de grande valor, um clássico futuramente. Como jogo, revela-se uma experiência muito curta, com uma longevidade abaixo da média e um preço algo excessivo. É um jogo demasiado repetitivo, especialmente devido à natureza dos cenários.

7 / 10

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The Last Guy

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Sobre o Autor
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Ricardo Madeira

Contributor

É redator e dá voz à Eurogamer Portugal. É um dos mais antigos membros da equipa, e ao mesmo tempo um dos mais novos. Confusos? É simples.

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