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The Division Resurgence - Uma versão mini dos jogos principais

Manhattan na palma da mão.

The Division tornou-se numa das franquias principais da Ubisoft desde a sua génese em 2016, tendo sido apoiado de forma consistente pelo estúdio: tivemos direito a expansões, DLC e até mesmo uma sequela, The Division 2, lançada em 2019. Agora, chegou a vez da saga estrear-se no mercado mobile através de The Division Resurgence, um shooter free-to-play em terceira pessoa que te leva às ruas de Manhattan assoladas por uma epidemia.

Este salto para o mobile é sem dúvida uma abordagem simultaneamente inteligente e arriscada por parte da Ubisoft; por um lado, estamos a falar de uma hipotética base de jogadores gigantesca, já que um smartphone tornou-se num dispositivo corriqueiro que todos transportamos connosco em praticamente qualquer momento; por outro lado, estamos a falar de um mercado deveras saturado, com milhares de jogos disponíveis e muito deles já bem vincados na sociedade, pelo que desviar a atenção dos jogadores não será uma tarefa fácil.

Tive a oportunidade de experimentar The Division Resurgence durante os últimos dias e, ao longo deste artigo, vou partilhar as minhas impressões a respeito do novo jogo da saga. No entanto, vale a pena ressalvar dois pontos importante: apesar de conhecer perfeitamente os jogos anteriores da franquia, nunca os joguei; e não só o maior fã de jogos mobile, especialmente quando tenho de usar controlos por toque (se bem que o jogo é compatível com comando).

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O gameplay de The Division em formato condensado

Pois bem, The Division Resurgence coloca Manhattan na palma da tua mão à medida que defendes a cidade do caos pós-apocalíptico que se instalou após a "Dollar Flu". A escala do mapa é sem dúvida impressionante, com a cidade fielmente recriada no Unreal Engine 4, e podes atravessá-la de uma ponta à outra sem praticamente qualquer entrave. O mundo principal pode tornar-se um pouco aborrecido - por vezes, as ruas mal se distinguem umas das outras - mas, felizmente, as missões introduzem uma maior variedade de cenários que incluem telhados, lojas, instalações subterrâneas e até uma visita à Estátua da Liberdade. Claro que os seus gráficos não atingem as proporções dos outros jogos da franquia (são reminiscentes da era PS3, diria eu) mas fiquei francamente surpreendido com aquilo que o estúdio conseguiu criar.

De facto, a Ubisoft condensou por completo a experiência The Division de maneira que conseguisse correr em dispositivos móveis. Continuamos a ter a ação frenética em terceira pessoa que te deves recordar dos jogos principais e numa escala verdadeiramente alucinante. O jogo possui a sua própria história com cutscenes, sistema de dia e noite, múltiplos modos, customização, crafting, bosses, vários desafios, meteorologia dinâmica, entre uma série de outras adições que o distancia de um mero cashgrab. Admito que o gameplay tornou-se um pouco tedioso com o tempo (esconder, disparar, correr, repetir) mas esta é também a base dos outros jogos.

Muito para fazer, mas é melhor acompanhado

A primeira missão do jogo é introdutória e serve como um tutorial; assim que chegas ao mundo aberto, podes fazer missões principais, missões secundárias, participar em eventos ou PvP. Tens duas armas à tua disposição e habilidades especiais, sendo que cada missão traz experiência e dá-te mais oportunidades de melhorar a tua personagem. É imperativo estares sempre em cima da tua personagem, atualizando as suas armas e equipamento sempre que possível. Existe mesmo um sem-número de tarefas jogo e, por vezes, à medida que estás a seguir o tracker para a tua próxima missão, podes deparar-te com outra de forma totalmente inesperada (como uma situação de resgate). Estes são pequenos momentos que tornam o mundo do jogo mais coeso!

Claro está, tudo isto é mais divertido quando jogas com outras pessoas. Resurgence tem online, é claro, mas joguei-o maioritariamente sozinho uma vez que não havia jogadores suficientes para criar uma equipa. A Ubisoft disponibilizou um método para juntar-me a outras pessoas usando o Discord, mas era demasiadamente arcaico. Gostava realmente de ter experimentado o multiplayer de The Division Resurgence durante mais tempo e acredito piamente que o jogo não foi feito para ser jogado a solo.

De uma forma geral, a Ubisoft foi bem-sucedida

Tratando-se de um free-to-play, é óbvio que existem microtransações e todas aquelas coisas a que já estamos habituados em jogos deste tipo: bónus de login, battle pass, cartão mensal, cosméticos para venda, entre outros. Muitos poderão torcer o nariz face a estas palavras mas não achei que a monetização fosse muito intrusiva, havendo sempre algo novo para fazer ou desafio para completar que não me obrigava a gastar dinheiro real.

Tendo em conta todas as fraquezas dos smartphones, a Ubisoft foi essencialmente bem-sucedida com The Division Resurgence. O jogo corre a 30fps praticamente fixos e apenas detetei algum pop-in intrusivo aqui e acolá. A base está construída e tudo agora depende da adesão por parte do público. Veremos se a Ubisoft será capaz de angariar jogadores de maneira a manter o jogo em funcionamento durante muito tempo pois, caso contrário, o seu futuro será lúgubre.

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