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The Division 2 - Em busca de redenção

A Massive quer corrigir as falhas do primeiro.

Quando o Jorge Loureiro analisou o primeiro The Division, ele resumiu a sua experiência com a frase, "The Division estabelece uma base sólida para o que poderá ser um bom jogo, mas para já, precisa de amadurecer e de ser refinado" - um sentimento que a grande maioria dos jogadores partilhou após terminar as tarefas. No entanto, ao contrário do que foi prometido e do que os jogadores mereciam, a Massive Entertainment não conseguiu realizar em pleno esse objectivo. Apesar do apoio a longo prazo, The Division 1 não se tornou no jogo vivo que prometia - um jogo de aspecto realista com mecânicas comuns a jogos de fantasia.

Eis que a Massive está de volta e à procura de redenção, tentando cumprir com esse propósito. Como não o conseguiu com as actualizações, expansões, correcções e ajustes, mesmo usando o feedback dos fãs, resta apenas executá-lo numa sequela. Foi precisamente essa visão de um jogo que resolve as grandes falhas do original que experimentamos numa recente viagem - um jogo chamado The Division 2 que pega nas bases estabelecidas com a inauguração da propriedade intelectual e lhes injecta as melhorias que os fãs gostariam de ter visto no primeiro.

Será que a tentativa de redenção, apoiada naquilo que os fãs mais pediram à Massive, conseguirá tornar-se relevante numa actualidade em que existem jogos de tom altamente similar a disputar o bem mais preciso de todos - o teu tempo?

Após 5 horas a jogar The Division 2, a sensação predominante é de uma equipa que tenta corrigir as principais falhas e que tem agora experiência suficiente para contornar as maiores debilidades apresentadas na primeira tentativa. Sim, o cenário real ao tom Tom Clancy com mecânicas que funcionam melhor num ambiente de fantasia está de volta, mas agora a Massive ajustou os mais sensíveis elementos da experiência para criar uma simbiose superior entre jogo de acção na terceira pessoa e Action RPG.

Isto foi algo que foi possível constatar numa experiência que poderá ser resumida da seguinte forma: The Division afinado de uma forma que seria impossível para uma equipa que ainda estava a tentar aprender as regras do género. Um dos exemplos é a sensação que a exploração será premiada com melhor loot - algo muito importante num jogo deste género pois queres sentir que és recompensado pelo tempo investido.

O cenário inspirado numa realidade plausível continua a limitar o que a equipa pode inserir, especialmente porque é um jogo Tom Clancy, o que significa uma narrativa de tons políticos, com crises sociais e iminentes pandemias (neste caso foi resolvida uma e surgiu outra). No entanto, a Massive demonstra ter trabalhado nos pequenos detalhes, nos que fizeram a diferença pela negativa no primeiro The Division - os inimigos são esponjas, mas não tanto, o mapa tem mais coisas para fazer e a experiência está mais orgânica, existem mais actividades e ao transportar-te para uma Washington à beira do colapso social, a lei parece ter sido afinar até à exaustão.

A Massive inseriu imensos conteúdos após o lançamento do primeiro jogo e a grande maioria está aqui, algo muito valioso pois muitos deles foram construídos com a ajuda da comunidade que jogava o jogo. No entanto, The Division 2 é uma sequela e adere às bases do original, algo que inevitavelmente resultará num jogo incrivelmente similar.

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"A história é tipicamente Tom Clancy e a Massive dá mais foco aos teus aliados, procurando ainda algo mais cinematográfico."

Durante as primeiras horas, tive a oportunidade de iniciar The Division 2 tal como tu irás fazer quando o começares a jogar. O teu agente da The Division chegará a Washington e terá de imediato uma grande missão: acabar com um ataque à Casa Branca. A cidade está mergulhada no caos após a epidemia que começou em Nova Iorque e três grupos armados começaram a lutar pelo controlo de uma cidade onde a polícia não existe mais.

A Casa Branca torna-se na tua primeira base (que agora pode ser melhorada ao cumprir missões e actividades), a partir da qual começarás a tua luta pela capital dos Estados Unidos da América. A estrutura é a mesma do primeiro jogo, recebes missões e desbloqueias ícones no mapa ao libertar uma base ou uma Safe House, e terás de aceitar as que estão num nível ao alcance do teu.

Nesta sessão tivemos a oportunidade de experimentar duas missões (uma delas em modo cooperativo para 4 jogadores). Ambas revelaram um tom altamente similar ao do primeiro jogo, mas como em tudo o que compõe The Division 2, é reminiscente, mas refinado. A segunda terminou ainda com uma Boss Fight, mais um elemento que a Massive tentou demonstrar como o melhorou, e apesar de se manter na linha do primeiro, foram removidas as artificialidades do gameplay e senti que tudo é agora mais fluído, divertido e recompensador.

Aquela sensação da escassez do conteúdo ter sido contra-balançada com artificialidades no gameplay e na dificuldade parece ter desaparecido por completo. A experiência torna-se mais divertida e fluída, sendo por vezes fácil pensar que estás a jogar um jogo de tiros na terceira pessoa e não um híbrido com uma forte vertente RPG.

A Ubisoft aconselha explorar o mundo aberto, a sair das ruas principais e foi isso que fiz. Desta forma, consegui encontrar uma arma mais potente que as outras, e isto permitiu-me enfrentar os níveis com maior poder de fogo. O boss é resistente e está protegido com armadura, mas quando destróis a armadura, começa a receber muito mais dano e a perder a vida mais rapidamente.

Ainda é preciso levar com muitos tiros, mas se apontares para a cabeça, se jogares com cuidado e usares as coberturas, poderás despachá-lo com relativa facilidade. Foi um grande contraste para as primeiras horas de The Division 1. O uso de pontos de cobertura continua a ser essencial e usar as habilidades também, sem esquecer os gadgets, mas o que me surpreendeu foi essa sensação de equilíbrio - é algo muito familiar, mas largamente superior ao que foi alcançado anteriormente.

Além destas missões de história, tive a oportunidade de explorar o mundo e uma das novidades mais interessantes são locais controlados por um destes três gangues e que podes libertar. Depois de uma intensa luta, ganharás acesso a loot especial numa sala escondida e receberás regularmente mantimentos destes locais, graças aos cidadãos que lá ficam para os controlar. Se quiseres, podes até pedir ajuda destes cidadãos durante o ataque.

A todos os momentos senti que estava perante um The Division 1 mais dinâmico, fluído e o jogo que me tinha sido prometido, mas não entregue. Existem acontecimentos aleatórios que surgem a qualquer momento, a dificuldade exige imenso de ti, e os comportamentos despropositados são castigados rapidamente, mas acima de tudo sentes que o jogo é mais justo.

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"The Division 1 perdeu rapidamente o fôlego, a sequela tentou resolver todos esses problemas e ainda refinar exaustivamente a fórmula."

Sendo um jogo da Ubisoft, The Division 2 também introduz algumas das novas filosofias que chegaram a séries como Far Cry e The Assassin's Creed - o convite à exploração. Tal como no primeiro, existem imensos itens para recolher, loot espalhado pela cidade e actividades secundárias que te vão ajudar a ganhar XP para subir de nível. Resta agora descobrir como The Division 2 te manterá interessado após longas horas, e se o factor aleatório contribuirá para te manter interessado no mundo e longe da sensação de repetição.

Os locais que podes capturar permitem ganhar mais itens, o que sugere um reduzir do grinding por itens banais, as bases podem ser melhoradas ao cumprir tarefas específicas (algo que poderá diversificar a tua experiência sem te forçar a nada) e a sensação que explorar te fará tropeçar em algo inesperado parecem prontas para reforçar a experiência The Division.

Jogar as primeiras 3 horas de The Division 2 foi como jogar algo que se tornou em tudo o que o primeiro queria ser e não conseguiu. É o mesmo jogo, a mesma experiência, mas na sua melhor forma: refinada e divertida. Após estas horas a jogar The Division 2, a principal sensação que ficou foi a de um jogo com imenso potencial, capaz de se tornar no jogo que o primeiro queria ser, mas não conseguiu. A Massive correu atrás do prejuízo e mostrou uma experiência que poderá conquistar os jogadores, mas agora teremos de saber se estão dispostos a dar uma segunda oportunidade.

A equipa lutou pela sua redenção e mostra uma experiência variada e divertida muito além do que o primeiro conseguiu ser, mas teremos de esperar algumas semanas para comprovar se recompensou afinar e equilibrar exaustivamente o novo jogo, sem esquecer a interessante visão para o endgame. A respeito disso, na segunda metade da sessão tivemos a oportunidade de descobrir uma visão muito peculiar e interessante da Massive. Foi aqui que ficamos realmente intrigados por isso, espera por um segundo artigo dedicado em pleno a essa vital e sensível faceta dos jogos vivos. Se estiveres interessado, podes ainda tentar a tua sorte e inscrever-te na beta fechada através do site oficial.

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