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Tendências para 2012: Analistas dão o seu veredito

Veremos quais as previsões para este ano.

Quem teria previsto que a PlayStation Network iria sofrer de um ataque dos hackers no ano passado? Quem poderia ter sabido que a 3DS iria ser inicialmente um fracasso, e depois um sucesso? Quem poderia imaginar como seria a Wii U? A resposta seria, os analistas de mercado, mas isto se o mundo não fosse uma caixinha de surpresas.

Os analistas da indústria de videojogos estão sempre atentos a tudo e prontos a falar sobre qualquer tema, desde os assuntos mais polémicos até ao destino de certas empresas, como tal a Eurogamer falou com eles para saber o que esperam deste ano de 2012.

Entre os analistas escolhidos estão o famoso Michael Pachter, Jesse Divnich, Piers Harding-Rolls e Nicholas Lovell.

O que esperar de 2012 em relação às consolas domésticas?

"A Wii U será o grande destaque deste ano," profetizou Pachter, "mas sem saber as especificações, o preço e o apoio por parte do software, é difícil prever o que vai acontecer. A meu ver não será uma consola muito mais poderosa do que as atuais consolas de alta definição, o seu preço não será muito baixo, e haverá um ligeiro apoio por parte do software."

"Se estiver certo, provavelmente haverá uma receção morna no lançamento."

Michael Pachter.

Na opinião de Harding-Rolls pode-se ler que, "Nesta fase, e até que tenhamos informações concretas sobre o preço e conteúdos para a Wii U, não esperamos que a consola da próxima geração da Nintendo gere tanto interesse como gerou a inovadora Wii."

"A minha perspetiva é que a mensagem que querem passar com a Wii U será mais complexa, e como resultado disso, não irá envolver um público tão vasto quanto a Wii."

"Penso que não veremos muita coisa da Microsoft a não ser um disco rígido maior e um preço da consola mais baixo," disse Pachter, "e penso que também não veremos nada da Sony. A consola da Apple provavelmente será apresentada num evento em 2013, por isso este ano não veremos muita coisa a não ser reduções de preço."

"Dito isto, a Microsoft tem muito espaço para reduzir o preço da sua consola (eles poderão fazer dinheiro se venderem a Xbox 360 modelo 250GB com Kinect a um preço de 199 dólares), como tal será a maior condutora de vendas de consolas deste ano."

Chegou a vez de Divnich entrar em ação, prevendo que, "Não espero nenhuns anúncios por parte da Sony ou Microsoft. Tanto a PS3 como a Xbox 360 continuam a impulsionar receitas substanciais para as third parties, e dada a incapacidade histórica da nossa indústria para fazer transição de ciclos de uma forma rentável, penso que as third-parties ainda não estão preparadas para um novo ciclo de consolas."

"Eu não acredito que seja lançada uma nova Xbox em 2012," disse Harding-Rolls. "A nossa expectativa continua a ser 2013, mas este ano deverão chegar ao mercado informações sobre a nova consola da Microsoft."

"Estamos a prever para este ano um declínio nas vendas da Xbox 360, PS3 e Wii a nível global."

Então e a nível de portáteis? Como se vão comportar?

"A PlayStation Vita vai ter dificuldades," referiu Lovell. "A questão não será se ela irá vender algumas unidades iniciais, mas sim como serão os seus jogos, e se consegue apelar para além dos fãs da Sony."

Pachter intrometeu-se dizendo que, "A PlayStation Vita da Sony parece visar os jogadores hardcore, e provavelmente terá um sucesso limitado por causa do mercado relativamente pequeno a que se destina."

Jesse Divinich.

"A 3DS apela a um público mais vasto (tanto para jogadores casuais como para hardcore), mas os preços dos jogos casuais não são muito apelativos quando comparados com os jogos dos smartphones. E a qualidade de jogos como Infinity Blade e Dead Space faz com que os smartphones sejam apelativos até para os jogadores hardcore."

"Eu prevejo vendas modestas para a 3DS, suficientes para serem lucrativas para a Nintendo, mas não tão boas para evitar o declínio inevitável das vendas da consola DS e dos seus jogos."

Segundo Harding-Rolls, "O momentum continuado da 3DS na primeira metade de 2012 irá ajudar a decidir o seu futuro, pelo menos no que diz respeito ao apoio das third parties. Se o momentum mostrar sinais de fraqueza, temo que as third-parties continuem a olhar para outras oportunidades de investimento."

"Espero que a Vita tenha um início relativamente forte devido ao forte catálogo de jogos de lançamento, mas tal como a 3DS, poderá sofrer um declínio devido ao seu preço depois do ímpeto inicial. Fora os bundles, prevejo uma certa relutância da Sony em querer fazer qualquer mexida significante no preço da sua portátil, pelo menos até 2013."

"É verdade que o mercado para os dispositivos dedicados apenas a jogos portáteis encolheu à medida que os telemóveis e os tablets foram aumentando a sua penetração no mercado," disse Divnich.

"Mas eu acredito que o mercado para os dispositivos dedicados para jogos portáteis continua a ser suficiente para suportar dois concorrentes de peso - a 3DS e a Vita. E é certamente suficientemente grande para sustentar os lucros saudáveis das editoras third-party que os apoiam."

Peers Harding-Rolls.

"Sem qualquer duvida," afirmou Pachter, "o dispositivo de jogos portáteis mais vendido será o smartphone. O número de aplicações de jogos para iOS e Android está a aumentar exponencialmente, e apesar de muitos serem gratuitos, o sector dos jogos para telemóveis deverá ver o seu crescimento nas receitas mais do que qualquer outro."

"Os tablets irão voar das prateleiras," disse Lovell, "no entanto os preços precisam de cair. O Kindle Fire é interessante, mas não estou preparado para prever se será um sucesso."

"Os jogos gratuitos irão continuar a dominar os jogos para telemóveis e tablets. Mas não ficarei surpreendido se as aplicações pagas também ganharem terreno."

"Em relação aos smartphones e tablets," assentiu Harding-Rolls, "Eu espero que as grandes notícias estejam centradas nas aplicações que são pagas, no melhoramento da monitorização de conteúdos para os dispositivos Android e o lançamento de um novo iPad e iPhone da Apple."

No entanto Divnich avisa que, "Iremos ver mais lay-offs e encerramentos de estúdios nos mercados dos jogos sociais e móveis. Já passaram quase três anos desde que o Wall Street passou cheques em branco para muitas companhias de jogos sociais e móveis. Em 2012 os investidores vão começar a exigir resultados rentáveis e apesar dos mercados dos jogos sociais e móveis continuarem saudáveis, todos concordamos que estão a ficar um pouco saturados."

Então e o que dizer sobre o Facebook, os jogos de navegador e sociais para 2012?

"Em 2012, o debate sobre se os jogos free-to-play funcionam irá continuar. é claro que funciona," disse Lovell.

"O problema agora é saber como fazer melhor, como trazê-los para novos géneros, como lidar com questões éticas de super-exploração e de como equilibrar o divertimento e a criatividade com receitas. Infelizmente os custos são em espiral por isso a inovação vai estando cada vez mais cara."

"A maior influência será a de que os jogos sociais irão tentar ter melhores gráficos. Em termos criativos e financeiros isto não faz sentido, mas é inevitável, por isso acho que temos de aceitar esta enorme perda de tempo e de dinheiro."

Pachter profetiza que, "A Zynga parece estar muito focada em ampliar o apelo dos seus jogos, e a EA parece estar focada em manter-se com a Zynga. A Disney não vai ficar parada, e muitos produtores já estão a pensar em criar jogos sociais."

"O Sim City poderia ser o grande sucesso de 2012 no Facebook, tal como o original de 1990 poderá funcionar bem no navegador de internet, e penso que acaba assim a história para 2012."

"Mas a Zynga não vai descansar sobre os seus louros, e ainda veremos o primeiro jogo de Steve Chiang, que se juntou à Zynga no final de 2010. Steve é um produtor hardcore, e certamente que veremos este ano algo porreiro vindo da sua parte."

"Não acredito muito no Google+, uma vez que ninguém o usa regularmente, e não poderá ser um foco para os produtores até que consiga apelar a uma grande audiência assídua."

"Os jogos de navegador continuarão a crescer," disse Divnich, "principalmente à medida que os produtores consigam desbloquear o potencial do HTML5. Mas não acredito que o HTML5 consiga captar a atenção dos mainstream até 2013/2014. Ainda existem muitos bugs que precisam de ser corrigidos na tecnologia HTML5."

Harding-Rolls remata a questão dizendo que, "Os jogos sociais em rede para telemóveis no Ocidente ainda têm que explodir - 2012 parece-me uma aposta segura para que isso aconteça."

E é tudo para 2012?

"Não falámos de jogos," proclamou Pachter."

"A duração do ciclo atual não tem precedentes, e a maioria das produtoras estão reticentes em introduzir novas franquias. Este ano veremos algumas novas franquias por anunciar, assim como o próximo jogo que irá bater recordes (GTA5)."

"Vai ser interessante ver se a Respawn e a Bungie conseguem lançar algo este ano e, pessoalmente, estou ansioso por jogar Kingdoms of Amalur da 38 Studios."

"Em 2012, o jogo mais vendido irá novamente bater recordes," disse Lovell, "mas fora da camada de jogos de topo, as editoras vão ter dificuldades."

"Eu não tenho a certeza se alguém vai falir em 2012, mas quem não estiver no top sete a nível de produtoras mundiais (excluindo as first-parties) irá ter dificuldades."

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