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Tales of Arise: Beyond the Dawn - curto e esquecível

Não é dos melhores exemplos de uma expansão.

Tales of Arise: Beyond the Dawn é a expansão para um dos mais divertidos e empolgantes JRPGs dos últimos anos. Um jogo lançado há dois anos e que, inesperadamente, recebe uma nova história que te mostra como está a vida das personagens que seguiste ao longo do jogo original. É fácil ficar interessado na história sobre Alphen e Shionne, que lutam contra tradições bárbaras para mudar o futuro dos planetas Dahna e Rena, mas o mesmo não se pode dizer desta expansão.

Beyond the Dawn decorre um ano após os eventos do final e se frequentemente ficas a pensar no que acontece aos protagonistas dos jogos após o final, a Bandai Namco decidiu fazer algo inédito na série Tales of e apresenta-te esse olhar ao que acontece depois do final de Tales of Arise numa expansão. Já o fez em livros, num novo jogo e anime, mas nunca numa expansão para o mesmo jogo. Isto significa que é preciso terminar o jogo principal e até podes importar as personagens com o nível e equipamento obtido na jornada original.

Com Dahna e Rena fundidos num só, a expansão decorre em Dahan, que está ligeiramente transformada com pedaços de Rena que se começaram a misturar quando os dois mundos se tornaram um. Vais passear pelos mesmos cenários e cidades do jogo original, a grande maioria deles apenas com pequenas mudanças, sendo difícil sentir que estás a jogar algo realmente novo. Ao longo das 9 horas necessárias para terminar Beyond the Dawn (sem pressas e com diversas sidequests terminadas), apenas 10% são locais novos: os mausoléus, construções caídas de Rena, e a masmorra final.

Apesar da oportunidade de reencontrar Alphen e o restante grupo gerar entusiasmo, especialmente após o final do jogo, os novos eventos não conquistam. Nazamil é uma jovem mulher meia Dhana e meia Renan que se torna na peça principal da expansão. Ela é a forma através da qual a Bandai Namco mostra como a fusão de planetas realmente está a ser sentida pelos habitantes de Dhana, que tanto sofreram nas mãos dos habitantes de Renan, que se consideram superiores.

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Detestada pelos dois povos, Nazamil encontra no grupo a sua primeira amizade, mas a sua inocência e mágoa fazem-na transformar boas intenções em maus atos e acaba por ameaçar todo o planeta com o seu plano para encontrar paz. O grupo é forçado a travar os seus planos e ao longo do caminho és exposto ao que se passa realmente nesta era em que dois planetas se tornaram num só e como Alphen lida com a responsabilidade de herói. Não é uma narrativa particularmente interessante, tal como a nova personagem, o que combinado com a falta de novidades no gameplay torna difícil recomendar esta expansão.

Apesar de existirem imensas novas sidequests que expandem o mundo destas personagens para te mostrar como está a sua vida, sem esquecer as missões EX que mostram mais da vida de Alphen ao lado de Shionne, voltar a estes locais com novos diálogos não é o suficiente para alcançar verdadeiro apelo. Passear pelos mesmos locais do jogo base tira a sensação de novidade ao conteúdo e com uma história banal, sentes que a Bandai Namco passou ao lado da oportunidade de criar algo especial. Não está no patamar do jogo original e deixa a desejar.

Tales of Arise é um dos meus JRPGs favoritos dos últimos anos e um jogo que adorei jogar em 2021. Beyond the Dawn serviu para relembrar o quanto gostei do jogo original, mas este momento extra com o jogo é completamente esquecível. Não tens locais novos, apenas uma masmorra nova, não tens novas personagens jogáveis, apenas Nazamil que, enquanto peça chave da nova narrativa, não tem estofo para a carregar. Não é dos melhores exemplos do que se pede de uma expansão.

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