Super Mario Galaxy 2
Dinossauro ao resgate?
Por vezes é preciso perguntar até que ponto se consegue trabalhar um conceito. Temos um canalizador com algum excesso de peso e estrelas como objectivo. Movimentamo-lo (eventualmente) a três dimensões através de variados níveis, usando e abusando do seu arsenal de saltos (acrobáticos ou não). E assim tem sido desde meados de 1997.
Seria de esperar que treze anos chegassem para secar um poço, uma incontornável nascente que (com maior ou menor intensidade) tem fluído desde que Mario passou para um plano 3D. Super Mario Galaxy, o primeiro, trazia uma nova ferramenta, uma nova artimanha. Pequenos ou grandes, os planetas em que se dividiam muitos dos níveis tinham gravidade própria. Isto pouco mais traria do que um imponente espectáculo visual, conforme circundávamos os cenários, não fosse a generalidade dos níveis serem desenhados exactamente em volta dessa característica.
Numa perspectiva simplista, a grande artimanha de Koizumi e Miyamoto para este segundo episódio é a introdução de Yoshi. Sendo a primeira vez que a Nintendo opta por lançar dois jogos de plataformas de Mario para uma mesma consola desde a NES, a introdução de uma personagem icónica (e reputadamente interessante dum ponto de vista das possibilidades que abre ao jogo) como Yoshi seria um justificativo pungente.
Este continua a ser principalmente um jogo acerca de Mario e das suas capacidades atléticas, e Yoshi vem simplesmente actuar como uma ocasional extensão destas, permitindo segmentos e desafios diferentes dos que já eram habituais do primeiro jogo.
A chamada "Supermassive Galaxy" é aquilo que o nome daria a entender. Repescando parte do conceito de um certo nível de Super Mario 64, tudo é excepcionalmente grande (é questão de espreitarem o trailer para o verificarem). Os Goombas têm três vezes a altura do canalizador e mesmo o cenário que devemos ultrapassar é inusitadamente grande. E é nestes momentos que o jogo se consegue afastar do simples reaproveitamento. Quando o primeiro desafio da galáxia consiste em esperar que a moeda gigante à nossa frente rode para a posição adequada a conseguirmos fazer o wall jump por ali acima, é óbvio que este nível não é absurdamente grande face ao habitual só porque o conceito é giro, mas também porque esse facto abre novas possibilidades criativas.
Felizmente esta é uma sensação palpável em todas as galáxias dadas a experimentar, não sendo corriqueiro esperar uma sequela ao nível do primeiro título.
Com tanta variedade, introduzir um dinossauro (ou seja lá o que ele for) verde à mistura tem a obrigatoriamente de trazer novidades. Yoshi tem, de certa forma, uma mobilidade reduzida em relação a Mario e torna-se útil através de power-ups e pelo uso que consegue dar à sua língua comprida.