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Super Mario Bros. the Lost Levels - Virtual Console - análise

Do fundo da colecção.

Não precisam de avançar muito ao longo do primeiro mundo de Super Mario Bros. The Lost Levels até formarem uma conclusão das transformações que Miyamoto e Tezuka provocaram no jogo original de modo a conseguir a sequela japonesa para a Famicom Disk System, uma consola da família de máquinas 8-bit da Nintendo. A acompanhar uma significativa melhoria em termos visuais, melhor fluidez e reposicionamento dos adversários está um forte aumento de dificuldade, como um soco capaz de apanhar de surpresa todos os que experimentaram o primeiro jogo da série para a NES. É totalmente distinto jogar Super Mario Bros na NES e passar por estes Lost Levels na Famicom Disk. Se esta última plataforma nunca chegou ao nosso território, não estão inviabilizados de arriscarem o desafio. A Virtual Console dá aqui uma ajuda, como que apagando toda a ausência do jogo por cá em mais de vinte anos, fruto da sua exclusividade no Japão.

Enquanto que europeus e americanos receberam Super Mario Bros. 2 como sequela do primeiro jogo da série lançado para a NES, os japoneses desesperavam nestes níveis perdidos. Na verdade, o jogo que chegou até nós era bem mais tolerante e diferente. Com quatro personagens passíveis de escolha e tendo cada uma um elemento característico da sua jogabilidade, não podia ser uma opção que melhor se adaptou ao conceito de sequela. Felizmente, podem agora jogar qualquer uma destas versões e tomar em linha de conta as sensações experimentadas em diferentes pontos do globo.

Nesta versão só podem jogar como Mario ou Luigi.

Se o incremento da dificuldade nestes Lost Levels se aceita e recebe de bom grado na tentativa de tornar a experiência mais hardcore, o facto de encontrarmos praticamente os mesmos mundos, níveis e personagens do original, deixa algum sabor amargo. Sobre isso é verdade que os europeus e americanos tiveram mais sorte. A sequela foi realmente um jogo novo e isso acabou por pesar. The Lost Levels é muito suave nas transformações. Objectivo, mecânica e personagens mantêm-se.

Mario e Luigi voltam a ser as figuras dominantes, mas agora sem o modo para dois jogadores e com a particularidade de se diferenciarem em termos de controlo. Mario permanece como a personagem mais equilibrada. Os seus movimentos não sofreram transformações, apresentando-se aqui com a mesma jogabilidade que mostrou no primeiro jogo. Com Luigi aos comandos a situação muda de figura. Em primeiro lugar consegue saltar mais alto, subindo a plataformas que doutra forma seriam impossíveis, mas ao correr mais depressa trava tarde e muitas vezes não bloqueia o passo apressado a tempo a fim de evitar quedas. As vidas somem-se com velocidade e se não dermos conta dos erros podemos ficar encravados num ponto até que o ecrã de jogo findo seja a paragem mais óbvia.

O momento do salto adquire é fulcral.

Importa também ter atenção aos power ups. No princípio não se diferencia muito um cogumelo de crescimento de um cogumelo venenoso, pelo que podem sentir o que é perder uma vida, ainda nem um quinto do nível calcorrearam, já que ao saltarem com confiança para cima de um cogumelo em andamento recebem no mesmo "frame" a carta de expulsão do nível. Este exemplo é revelador da adição de imprevisibilidade e de condições mais exigentes à navegação horizontal, mas depressa nos apercebemos que para lá dos Koopa voadores colocados em pontos estratégicos a fim de dificultarem a progressão, há zonas onde as plataformas estão mais separadas entre si. Arriscar o salto no último momento possível é inevitável sob pena de falharmos a aterragem no outro lado. Mas de seguida outro revés. Essa plataforma não se sustenta por muito mais tempo o peso da personagem, pelo que por efeito da gravidade é imperativo saltar outra vez, mas a acção já vai tarde. Voltar ao princípio é um desafio muitas vezes requisitado e como são poucas as vidas e as vidas extra estão escondidas em zonas secretas, acabamos por andar sempre à procura da forma mais fácil de chegar ao fim.

Porém, The Lost Levels não deixa de partilhar o encanto do jogo original e se nos lembrarmos que esta é uma produção de 1986, o avanço em termos da física e mecânica de salto está entre os grandes méritos desta produção. As nuvens mostram agora um sorriso e há mudanças nalgumas cores de fundo dos níveis. Não é um jogo diferente em termos visuais. Percebe-se o retoque e que todo o trabalho se opera dentro do mesmo produto, mas também se detecta que a Nintendo estava segura e confiante sobre como prosseguir nas futuras iterações. Este jogo foi uma tentativa não bem sucedida da Nintendo em apelar a uma audiência específica e mais adulta, capaz de comprar a Famicom Disk, para a qual o jogo era exclusivo. Em suma, uma proposta para fãs e amantes das plataformas clássicas do lendário canalizador, especialmente apontada aos veteranos que não rejeitam uma oportunidade para garantir uma pontuação relevante dentro de um patamar exigência bastante alto. O facto de estes níveis nunca terem sido lançados por cá confere-lhe alguma relevância no momento da escolha. Se sentirem dificuldades não desesperem, podem sempre morrer a tentar.

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