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Super Mario Bros 2 - Virtual Console Wii U - Análise

Excepção à regra.

A linha New Super Mario Bros, criada para a NDS em 2006 e desenvolvida até à mais recente edição para a Wii U, é a sequência moderna dos clássicos editados para a NES e para a Super Nintendo, de Super Mario Bros a Super Mario World e Yoshi's Island. Entre o original, o três e Super Mario World, tende-se a esquecer o Super Mario Bros 2, lançado em 1989 na Europa. Não é por ter sido um fracasso, nem por ser o jogo que recebeu mais transformações, mas tão só porque é o que apresenta um modelo de jogo diverso dos restantes.

Mas há uma razão para isso e para melhor percebermos porque é tão diferente, convém recuar até finais dos anos oitenta. Tudo começou alguns anos depois do sucesso retumbante de Super Mario Bros. Os representantes da Nintendo para a América, que acharam o original Super Mario Bros 2 lançado no Japão demasiado difícil e despojado de elementos essenciais que integravam o original, não se mostraram agradados com a versão japonesa e, no receio de perderem mercado, solicitaram à casa mãe alterações. Ainda hoje não são claras as razões pelas quais os americanos devolveram o jogo criado pela Nintendo, pedindo, em alternativa, um jogo capaz de ir ao encontro das pretensões dos norte-americanos.

O mercado ansiava por uma continuação do Super Mario Bros da NES, o que fazia da sequela um jogo ainda mais importante. Com os olhos postos no sucesso, pensaram os representantes da Nintendo América que a versão japonesa era a menos preparada para lá chegar. Foi então que, em conjunto, americanos e japoneses decidiram transformar o jogo Yume Kojo: Doki Doki Panic (lançado no Japão para a Famicom Disk) em Super Mario Bros 2. Mas esse era um jogo que apresentava diferentes mecânicas, pois suportava quatro personagens e a composição dos níveis tinha uma forma muito mais vertical. Além disso não havia tubos de canalização, e a orientação estratégica em alguns segmentos chave gerava diferentes desafios, entre eles, encontrar a meta.

Vão encontrar Mario sobre um tapete voador, tal como o Aladino, numa das cedências de Doki Doki Panic.

É deste jogo, sob a forma de Super Mario Bros 2, que se destaca a capacidade dos protagonistas recolherem objectos para serem atirados aos inimigos. As moedas, deliciosamente colocadas em percursos à nossa disposição noutros jogos, foram aqui colocadas em pontos secretos, perdendo algum do seu significado central, nomeadamente a sua acumulação a fim de obter vidas extra. As caixas com "power ups" também desapareceram, embora não tenham desaparecido os cogumelos de crescimento que permitem a Super Mario ganhar mais algum poder.

Apesar das grandes variantes e alterações dentro da jogabilidade, Super Mario Bros 2 ainda nos mostra muito do original e também apontou ao futuro, quando nos mostra um Super Mario muito próximo do desenho escolhido para o protagonista no jogo nº 3. As plataformas em duas dimensões implicam que o protagonista que tenhamos seleccionado progrida dentro de três níveis de cada mundo, mas agora com mais subidas em forma de scroll horizontal. Pelo meio encontra criaturas que terá de defrontar, recolhendo os projécteis por aquelas disparados, saltando sobre eles, para depois os recolher e atirar de volta ao adversário. Mas são sempre as características mais divergentes que nos levam as exclamações Talvez a mais icónica - com direito a desenho na capa do jogo -, é a possibilidade de arrancar vegetais do solo (cenouras e nabos) para atirá-los aos inimigos, no que representa a única alternativa em toda a série, aos famosos saltos sobre os inimigos para tirar os adversários do caminho. Por outro lado é possível apanhar cerejas, o que leva ao aparecimento de uma estrela que gravita no ponto onde nos encontrarmos. Se a agarrarmos ficamos invulneráveis temporariamente.

Podem usar as bombas para desobstruir caminho.

Em termos de personagens, em vez de um ou dois protagonistas (Mario e Luigi), temos quatro; Mario, Luigi, Toad e Peach. É possível mudar de personagem no começo de um novo nível e há interesse na escolha, já que existem diferenças na sua movimentação. Por exemplo, Mario dispensa qualquer nota relevante, mas se jogarmos com Luigi o caso muda logo de figura, é que através dele conseguimos, por exemplo, saltar mais alto e durante mais tempo, o que é óptimo para chegar a locais mais elevados, mas uma dor de cabeça quando precisamos de precisão. Parece que foge do sítio. O Toad é mais rápido na gestão dos objectos e Peach, graças ao seu vestido, consegue sobrevoar durante mais tempo, o que faz dela a personagem ideal para grandes travessias. Valerá a pena, porém, jogar e acabar o jogo com todos, pois há finais diferentes.

Nalguns segmentos, Super Mario Bros 2 pode apresentar alguns picos de dificuldade por comparação com o original, mas está longe de ser uma experiência difícil. Do seu aspecto retro emanam ainda melodias e sonoridades intemporais. Não é um jogo tão longo como os sucessores, podendo ser finalizado em breves horas, mas será um desafio seguro e competitivo para os amantes do mundo retro, daqueles que continuam a jogar nas consolas todas. Infelizmente, são visíveis alguns bugs, embora estejam longe de preocupar.

Disponível para a Virtual Console da Wii U, esta é uma boa oportunidade para quem nunca experimentou a sequela de Super Mario Bros. Entre um original explosivo e uma terceira edição altamente inovadora, Super Mario Bros 2 passa despercebido por muitos jogadores, mas, no final, apesar das suas diferenças, até consegue surpreender e entusiasmar o fã dos jogos de plataformas 2D do mítico canalizador.

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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