Se clicares num link e fizeres uma compra, poderemos receber uma pequena comissão. Lê a nossa política editorial.

Stacking

Capaz de fazer estalar o verniz.

O melhor que o jogo tem para oferecer é este mundo adaptado às Matryoshkas e aberto à exploração, com bonecas de tamanhos variáveis que tendem a reagir sob as mais variadas formas, através de habilidades e sinais que devem ser aproveitados para compreender os puzzles e fabricar a resposta certa. O jogo acaba por premiar quem explora devidamente e aqui o tempo despendido a experimentar diversos modelos, subindo ou descendo de grau, gera um número infindável de imponderáveis e situações caricatas que funcionam também como respostas. Num dos puzzles terão de subir por algumas Matryoshkas até alcançarem um fotógrafo que irá desafiar um lutador de boxe, sendo depois este o escolhido para quebrar uma porta do castelo onde está detido um embaixador que deverá marcar presença num encontro onde se decidirá o fim do trabalho infantil.

O contexto das situações que se transformam em desafios é do mais variado (um Zeppelin cujo balão de ar quente é suportado por lareiras de grande dimensão) e por cada desafio existem normalmente várias soluções, algumas mais simples, outras mais complexas. Felizmente existe para cada situação um acervo de dicas para os problemas e cuja activação é meramente opcional.

Stacking divide-se por vários segmentos narrativos. Capítulos precedido de uma curta cena animada (numa exortação do cinema ainda a dar os primeiros passos, com fita a rolar, música e texto sem abdicar do cómico da situação) que apresentam uma mão cheia de puzzles que podem ser resolvidos de diferentes formas, exigindo-se normalmente que o jogador complete a missão com uma boneca específica, ou coloque várias a praticar habilidades de forma consecutiva.

Lá vai o belo caviar.

As soluções divergem bastante, mas sobretudo proporcionam boa satisfação pelas reacções que as personagens exibem, ao mesmo tempo que se põe à prova o cenário enquanto elemento susceptível de alteração (quando resolvido um puzzle há sempre uma cena animada).

Diga-se que uma solução é suficiente para seguir em frente, bastando pressionar o R1 no comando assim se abrindo um pequeno rasto luminoso na direcção da secção seguinte. Contudo, há muitos coleccionáveis que merecem atenção, como bonecas especiais que entram para um quadro de raridades, uma grelha de habilidades a desenvolver, o que desde logo é revelador da especial densidade deste mundo de Matryoshkas.

A música é sustentada por temas clássicos, valendo a pena sublinhar algumas melodias de piano que promovem um certo conforto assinadas por Chopin. Por outro lado, a caracterização das bonecas é estupenda, havendo-as de todas as vocações e estilos, elas que nunca mudam de expressão, embora o mais espantoso seja ver as respectivas habilidades e o processo de encaixe de umas nas outras.

Stacking é uma obra altamente original e mais um contributo assinalável da Double Fine. Sem a representação e compreensão dada às Matryoshkas seria difícil alcançar um compromisso tão entusiasmante. Apesar da boa construção dos desafios, da boa base de progressão e da dificuldade equilibrada dos mesmos - sem, contudo, superar outras propostas - a fórmula vencedora do jogo reside no seu "setting", na forma como os acontecimentos tomam lugar e nestas figurinhas de madeira irresistíveis. Ninguém deve passar ao lado deste jogo.

8 / 10

Sign in and unlock a world of features

Get access to commenting, newsletters, and more!

Descobre como realizamos as nossas análises, lendo a nossa política de análises.

In this article

Stacking

PS3, Xbox 360, PC

Related topics
Sobre o Autor
Vítor Alexandre avatar

Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

Comentários